quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A vida está sempre fora de mim.


O meu desígnio
É ver a amplitude entre eu e ela.

Quase a toco.
Quase a vivo.
Quase.

Apenas a vejo,
Cheiro e imagino.
Mas, assim,
Vivê-la, só eu e ela…
Não consigo.

Tenho o meu próprio mundo
Que preservo e cuido.

Além dele
Há esse outro mundo.

Mas ele é ele
E eu sou eu.


Falemos de outras coisas sim?


Eu não vivo.
Estou demasiado determinado para viver.

Ela, a vida,
É qualquer coisa de especial.
Qualquer coisa que não merece
As minhas sangrentas manápulas
Densas de mentalidade,
Porca racionalidade.

Em breve um começo.
Por agora só a espera
Duma maravilha maior que a minha.

Fascino-me com pouco e toda a minha vida
É um segredo guardado
Num coração de criança abraçada.

De ter tido tudo,
Isto é, amor e glória,
Começo a saber apreciar o nada que
Se me agora destina.

O peso é muito,
A dor também,
Mas para quê sofrer por isso?

Deixo-lo ao corpo.
Ele que se cuide.

Eu descubro, exploro
E evidencio subtilezas.

Tu vives a vida, aguentas.
(atenção: falo para mim
quando digo tu.)

…essa esquizofrenia que tem de existir
Quando um gajo se ama mais que à vida.

Fosse a sorte para os animais.
Seja o azar para os homens.

Restam elas, as mulheres.
Seres felinos que amam a vida
Sabendo-a responsabilidade sua.

Elas salvam um gajo como eu
Que não se consegue desembaraçar
De seu sonho para apenas e concisamente viver.

Dêem-me espaço
E farei amar quem não se ama.

Por mais que actualmente
Seja eu um demónio
A minha missão sempre é
E será o Amor.


Farsa.   

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