Reinando no limiar da loucura
Foi o começo desta minha nova aventura.
O sentir-me perdido caminhando
Ao encontro
Do que antes decido.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Um acaso que fica por deslumbrar,
Um espelho fixo que se fica pelo meio do reflexo
Deixando o outro, com céu que não se vê sem o que o espelho mostra.
Lágrima corre lenta a face que se quase olha ao espelho
Que só meio mostra.
Um relance, de repente, o que lá não estava que agora está.
Um tão sim que como que parece não…
Além o escuro do não espelho,
Embora que meio ainda é,
De facto,
Um espelho que reflecte meio.
Um espelho fixo que se fica pelo meio do reflexo
Deixando o outro, com céu que não se vê sem o que o espelho mostra.
Lágrima corre lenta a face que se quase olha ao espelho
Que só meio mostra.
Um relance, de repente, o que lá não estava que agora está.
Um tão sim que como que parece não…
Além o escuro do não espelho,
Embora que meio ainda é,
De facto,
Um espelho que reflecte meio.
Num relance de fosfato de sódio
Lamurio meu olhar
De luzes estranhas ao luar.
Brinco ao silêncio com meu corpo
Dançando o vento,
Dispo-me do frio do tempo
E acaloro-me na desmedida inovação
De que me basta estar vivo.
Fiquei por aqui
E o tempo me diz
Em pausas serenas, sim.
Ilumino a consciência e vou-me deslumbrando
Com o que sinto
Me esquecendo dos fatalismos infantis
Que me vão surgindo
E aproveitando o pão acabado de fazer
Que barro com manteiga.
Ai, tristeza alegre,
É tudo o que de muito me resta.
Que minha felicidade é um tufão
Que leva os demónios consigo
Sem deles se livrar pois por consequente
São também meus amigos,
Fazem-me crescer.
A vida tem de tudo
E de ela não se controla.
Há que a explorar com sorriso humilde
Sereno.
Que por mais que ela queira
Nos estorvar
Há sempre muito ainda
Por manifestar, vergar, moldar,
Para que a saudade que haja se torne sempre
Na certeza de um céu,
De um mar,
Que está, que fica,
Que vai e se renova constante
Para sempre:
A vida flui.
Lamurio meu olhar
De luzes estranhas ao luar.
Brinco ao silêncio com meu corpo
Dançando o vento,
Dispo-me do frio do tempo
E acaloro-me na desmedida inovação
De que me basta estar vivo.
Fiquei por aqui
E o tempo me diz
Em pausas serenas, sim.
Ilumino a consciência e vou-me deslumbrando
Com o que sinto
Me esquecendo dos fatalismos infantis
Que me vão surgindo
E aproveitando o pão acabado de fazer
Que barro com manteiga.
Ai, tristeza alegre,
É tudo o que de muito me resta.
Que minha felicidade é um tufão
Que leva os demónios consigo
Sem deles se livrar pois por consequente
São também meus amigos,
Fazem-me crescer.
A vida tem de tudo
E de ela não se controla.
Há que a explorar com sorriso humilde
Sereno.
Que por mais que ela queira
Nos estorvar
Há sempre muito ainda
Por manifestar, vergar, moldar,
Para que a saudade que haja se torne sempre
Na certeza de um céu,
De um mar,
Que está, que fica,
Que vai e se renova constante
Para sempre:
A vida flui.
No encanto de esmeralda acesa
Cessa o canto
Inaudível dessa vossa ave rara.
Com o tempo foi minha
Hoje é vossa
E a noite que o dia vos tem sido
É porque a ave
Cansada de ser de alguém
Quer ser de ninguém.
Amanhã a terna brisa
Alcançará o desdém que hoje
Por aqui paira e havemos de
Sentir de novo a Deusa-mãe,
Até lá a espera é o presente.
Cessa o canto
Inaudível dessa vossa ave rara.
Com o tempo foi minha
Hoje é vossa
E a noite que o dia vos tem sido
É porque a ave
Cansada de ser de alguém
Quer ser de ninguém.
Amanhã a terna brisa
Alcançará o desdém que hoje
Por aqui paira e havemos de
Sentir de novo a Deusa-mãe,
Até lá a espera é o presente.
Inauguro o prestante
Conheço o elegante
Desapareço fora frio por desnascer
Cá dentro o calor por um dia morrer.
Noite dentro firmo o tempo em água,
Corre solta e de liquida a congelo em anéis
Que visto em meu corpo, agora azul.
Nasce a preguiçosa múmia
Que me açoita o jantar
Brinca fome a sua
Enquanto me encarrego de almoçar.
Quem és, desdenhoso ser que me perturba o sono?
Um cantor, uma libelinha?
Uma sede ceguinha?
Não, és só tu: Luís de Sousa!
Sonho santo que me não dá meu
Me deixa vida.
Elaboras a cinta que um dia prender-te-à.
Jogas fora a maçã e a compota do pão
E sangras os olhos e despes a pele.
Quero um pouco mais daquilo que não existe se faz favor,
Aqui disto que vejo não me chega.
Creio, acontece da desagrega,
E enlaço meu corpo
Em desgraça alheia
Que me convida a entrar.
Ai que cedo se me assola o sono
Nunca o cansaço e a destreza em o saber ter
Me engana que posso dormir.
Mas devia estar sempre desperto, fazer o dobro do mundo inteiro!
Prestar-me à vida.
Estar cá em baixo bem dormindo
Não vale já rigorosamente nada!
Conheço o elegante
Desapareço fora frio por desnascer
Cá dentro o calor por um dia morrer.
Noite dentro firmo o tempo em água,
Corre solta e de liquida a congelo em anéis
Que visto em meu corpo, agora azul.
Nasce a preguiçosa múmia
Que me açoita o jantar
Brinca fome a sua
Enquanto me encarrego de almoçar.
Quem és, desdenhoso ser que me perturba o sono?
Um cantor, uma libelinha?
Uma sede ceguinha?
Não, és só tu: Luís de Sousa!
Sonho santo que me não dá meu
Me deixa vida.
Elaboras a cinta que um dia prender-te-à.
Jogas fora a maçã e a compota do pão
E sangras os olhos e despes a pele.
Quero um pouco mais daquilo que não existe se faz favor,
Aqui disto que vejo não me chega.
Creio, acontece da desagrega,
E enlaço meu corpo
Em desgraça alheia
Que me convida a entrar.
Ai que cedo se me assola o sono
Nunca o cansaço e a destreza em o saber ter
Me engana que posso dormir.
Mas devia estar sempre desperto, fazer o dobro do mundo inteiro!
Prestar-me à vida.
Estar cá em baixo bem dormindo
Não vale já rigorosamente nada!
É tarde na manhã ,
Me cansa o físico e suas doenças,
Visto o casaco
E vou à rua buscar pão.
Como eu, entra uma jovem
Que se esconde do mundo
Com ostentação.
Fico-me logo tenso e descoberto
Pronto a desfalecer ou enlouquecer.
Me controlo entre o pensamento fútil mental
E o pensamento fútil do real
Que oiço e vejo os velhos
A falar à nossa volta.
Simultâneo desprezo e afecto
Por esta gente
Que ocupa os arredores da capital
Com seu pensamento certo e simples.
Olho-a de relance e
Me olha com interesse feminino
De baixar cabeça discretamente envergonhada.
Eu não sei
Se me permito envergonhar
Mas enlouqueço, certamente, um pouco mais.
Distâncias do prazer…
Já lhes meti bandeira mas as financio de longe.
Mantenho-as,
Mas são como ilhas longe da Terra-Estado.
E ilhas não se mexem
Mas este ser se mexe e de forma
Deveras deliciosa.
Não lhe quero mostrar demasiado interesse
Que ainda tem ela a ousadia de me interceptar existência.
Meu fogo arde só minha querida,
Hoje não,
Havias de me encontrar num dia bom
Á hora exacta em que estou desperto e disponível
A me ceder voluntariamente muito ao mundo.
Mas nesses dias, é certo, nunca te vejo…
Me cansa o físico e suas doenças,
Visto o casaco
E vou à rua buscar pão.
Como eu, entra uma jovem
Que se esconde do mundo
Com ostentação.
Fico-me logo tenso e descoberto
Pronto a desfalecer ou enlouquecer.
Me controlo entre o pensamento fútil mental
E o pensamento fútil do real
Que oiço e vejo os velhos
A falar à nossa volta.
Simultâneo desprezo e afecto
Por esta gente
Que ocupa os arredores da capital
Com seu pensamento certo e simples.
Olho-a de relance e
Me olha com interesse feminino
De baixar cabeça discretamente envergonhada.
Eu não sei
Se me permito envergonhar
Mas enlouqueço, certamente, um pouco mais.
Distâncias do prazer…
Já lhes meti bandeira mas as financio de longe.
Mantenho-as,
Mas são como ilhas longe da Terra-Estado.
E ilhas não se mexem
Mas este ser se mexe e de forma
Deveras deliciosa.
Não lhe quero mostrar demasiado interesse
Que ainda tem ela a ousadia de me interceptar existência.
Meu fogo arde só minha querida,
Hoje não,
Havias de me encontrar num dia bom
Á hora exacta em que estou desperto e disponível
A me ceder voluntariamente muito ao mundo.
Mas nesses dias, é certo, nunca te vejo…
Cigarro tu que és amigo de quem
Contempla,
Amigo de quem invoca a morte ao presente.
Chama dos tempos primordiais de um fogo
Inspirado pelo mais divino dos órgãos
Que nos sustêm:
Pulmões.
Cigarro, por mais que hoje muito humano
Te diga diabo,
Te asseguro divino.
Me ligas ás tribos que vivem ainda na floresta
E me sirvo orgulhoso, ao propósito,
De te acender e inspirar.
Cigarro, tu que tiras
Forças para dares aquelas outras,
As essenciais,
Do pensar, o sentimento
Como forma espiritual do humano.
Cigarro tu que em excesso matas
E em calma iluminas
O fogo transcendental da consciência.
Cigarro, tu que me deslocas da tontura
Do produtivismo
E me asseguras que o real prazer
É saber-se vivo e assim
O se sentir bem dentro de si.
Cigarro, isto que és, que és tu, e que eu te agradeço.
Contempla,
Amigo de quem invoca a morte ao presente.
Chama dos tempos primordiais de um fogo
Inspirado pelo mais divino dos órgãos
Que nos sustêm:
Pulmões.
Cigarro, por mais que hoje muito humano
Te diga diabo,
Te asseguro divino.
Me ligas ás tribos que vivem ainda na floresta
E me sirvo orgulhoso, ao propósito,
De te acender e inspirar.
Cigarro, tu que tiras
Forças para dares aquelas outras,
As essenciais,
Do pensar, o sentimento
Como forma espiritual do humano.
Cigarro tu que em excesso matas
E em calma iluminas
O fogo transcendental da consciência.
Cigarro, tu que me deslocas da tontura
Do produtivismo
E me asseguras que o real prazer
É saber-se vivo e assim
O se sentir bem dentro de si.
Cigarro, isto que és, que és tu, e que eu te agradeço.
Averiguo noite dentro
As peripécias do caminho
Me julgando sozinho
Saltam da rua,
Ao som de minha caminhada,
Palmas
Os amigos fantasma
Que se foram
E os outros que hão de vir.
Logo me cesso no casulo estridente
De musica silenciosa
Que não se ouve
E só demais me aquece o coração.
Calçada húmida de chuva que teima em cair invisível
Ao som da humidade…
Desperto acompanhado
Das palmas,
É certo,
Que são para mim
E de nada me alegro
Antes serenizo meu estado de conquista
Ao êxtase do cessar de armas
De vitoria à vista.
Servem-me bem os fantasmas
Sei que fruto da mente
Mas minha mente já não mente
A desbloqueei com a consciência e ela agora
Flora orgânica os ventos astrais
Que me interceptam
Aclamando a frutos que já não existem na terra
Mas no espírito o sempre é presente.
Falo a sombras:
Umas vejo olhos,
Outras boca,
Outras,
As mais belas,
Só vejo o coração
Que palpita vermelho
Avermelhando o escuro da sombra
Em tons de outro mundo,
O meu mundo.
Já é madrugada de um novo vindouro dia
Mas o sol ainda se não mostrou
A mim e ao mundo,
Está escuro mas
Quase que já quente.
Com sono…
Sono ou cansado ou já um tanto ressacado
De meu agora anterior momentâneo sonho.
Chaves, porta, casa, quarto, cama,
Amanha é dia,
Amanha há vida.
As peripécias do caminho
Me julgando sozinho
Saltam da rua,
Ao som de minha caminhada,
Palmas
Os amigos fantasma
Que se foram
E os outros que hão de vir.
Logo me cesso no casulo estridente
De musica silenciosa
Que não se ouve
E só demais me aquece o coração.
Calçada húmida de chuva que teima em cair invisível
Ao som da humidade…
Desperto acompanhado
Das palmas,
É certo,
Que são para mim
E de nada me alegro
Antes serenizo meu estado de conquista
Ao êxtase do cessar de armas
De vitoria à vista.
Servem-me bem os fantasmas
Sei que fruto da mente
Mas minha mente já não mente
A desbloqueei com a consciência e ela agora
Flora orgânica os ventos astrais
Que me interceptam
Aclamando a frutos que já não existem na terra
Mas no espírito o sempre é presente.
Falo a sombras:
Umas vejo olhos,
Outras boca,
Outras,
As mais belas,
Só vejo o coração
Que palpita vermelho
Avermelhando o escuro da sombra
Em tons de outro mundo,
O meu mundo.
Já é madrugada de um novo vindouro dia
Mas o sol ainda se não mostrou
A mim e ao mundo,
Está escuro mas
Quase que já quente.
Com sono…
Sono ou cansado ou já um tanto ressacado
De meu agora anterior momentâneo sonho.
Chaves, porta, casa, quarto, cama,
Amanha é dia,
Amanha há vida.
É um canto escuro
Onde me aprumo,
Guardo lenços e lembranças
Rasgo amarguras e choro alegria
Para a ressuscitar em ternura.
Aliado a mim só o sol:
Só generosidade.
Aqueço o dom
Pondo-o em prática:
Desenvolver, desenvolver
Que não haja fim
Ou sim que haja
Mas tão só lá
Mais bem para a frente.
Aqui me reconheço completo e chega.
Onde me aprumo,
Guardo lenços e lembranças
Rasgo amarguras e choro alegria
Para a ressuscitar em ternura.
Aliado a mim só o sol:
Só generosidade.
Aqueço o dom
Pondo-o em prática:
Desenvolver, desenvolver
Que não haja fim
Ou sim que haja
Mas tão só lá
Mais bem para a frente.
Aqui me reconheço completo e chega.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Quis esperar-te na sede do café
E de tanto te demoraste
Que escolhi saciar-me à tristeza
Num jogo de solidão atroz.
Quem te viu me disse
E a ti te disseram que me tinha esquartejado
Como escultura andante à tua espera.
Surpresa, admirada, te comoveste
Com a projecção real de tua ideia minha
Na sede do café como eu que sou.
Apressas-te a me vir ao encontro
Estando eu nas lacunas do prazer louco
De com ninguém andar a estar.
Chegas e mais uma vez nem vestígios
De minha carne.
Esperas porta sentada,
Olhas em volta,
Pensas do que foges
E olhas o que pensas.
Finalmente chego exausto da correria
Da minha loucura
E soltas tal grito que logo me presto
Sóbrio de o não estar.
Sorrisos, calor, e amor
A pairar pelos calcanhares.
Entramos, sentas-te e eu me deito.
Recordas a noite de ontem
Como se de toda uma vida se tratasse
E eu de silêncio te decifro
O que foi que não foi
Da minha vida antes de tu chegaste.
Além que eu sou eu e tu és tu,
Somos juntos.
E de tanto te demoraste
Que escolhi saciar-me à tristeza
Num jogo de solidão atroz.
Quem te viu me disse
E a ti te disseram que me tinha esquartejado
Como escultura andante à tua espera.
Surpresa, admirada, te comoveste
Com a projecção real de tua ideia minha
Na sede do café como eu que sou.
Apressas-te a me vir ao encontro
Estando eu nas lacunas do prazer louco
De com ninguém andar a estar.
Chegas e mais uma vez nem vestígios
De minha carne.
Esperas porta sentada,
Olhas em volta,
Pensas do que foges
E olhas o que pensas.
Finalmente chego exausto da correria
Da minha loucura
E soltas tal grito que logo me presto
Sóbrio de o não estar.
Sorrisos, calor, e amor
A pairar pelos calcanhares.
Entramos, sentas-te e eu me deito.
Recordas a noite de ontem
Como se de toda uma vida se tratasse
E eu de silêncio te decifro
O que foi que não foi
Da minha vida antes de tu chegaste.
Além que eu sou eu e tu és tu,
Somos juntos.
Parado,
Estou paradinho
Aguardo a hora
Esqueço a miragem do que quis minha vida
Floro-a finda, de momento,
A escondo aos olhos dos passageiros
E vejo-a cega me olhando.
“de nada” responde ela
Nem me deixando agradecer,
Meteu-se à frente de meu presente
Roubando protagonismo ao momento
Aliciante de simpatia.
Rédeas curtas no corpo,
Ele me é pequeno mas indomável.
Forjado por forças
Que não as minhas
Veste-se fardado
A uma outra ordem militar, politica
Ou seja lá o que for que é.
Certo, mas parado,
Estava parado,
Paradinho, parado
Na esquina das ruas curvas da praça do João sabes?
Ah que pouco interessa,
És surda…
Para quem me falo eu minha querida?
A enlaçar-me nos cordões umbilicais falsos
Da actual socialização
É que não!
Alheio, alheio me quero
Passageiro a tudo o que hoje
Se grita permanente,
Visceral.
Eu bocejo
Seguindo-se um modesto sim
Pela boca
Como gesto de mão despreocupado.
Visto o casaco que começa a ficar frio,
Olho as horas do relógio da praça
E me parece que parado
Pois não pode ser,
São horas da noite
E raia o sol!
Esqueço,
Deve ser miragem de minha sedenta mente.
Vou comer
Que passa o céu
E vem terra para o estômago se me acalmar.
Saliento com orgulho
Que almocei por 4,90euros tudo!
Desde sopa, prato principal, café, sobremesa, cerveja
Assim sim ali no café “além-mar”.
Moças me vislumbram o olhar
E eu de vermelho ficar
Se me sorriram tão prazeirosamente.
Nada de me diminuírem,
Antes aquele jogo
Belo e estratégico
Que os adultos fazem
Por entendimento mútuo.
É, hoje vou dar um passeio,
É certo,
Um grande passeio!
Estou paradinho
Aguardo a hora
Esqueço a miragem do que quis minha vida
Floro-a finda, de momento,
A escondo aos olhos dos passageiros
E vejo-a cega me olhando.
“de nada” responde ela
Nem me deixando agradecer,
Meteu-se à frente de meu presente
Roubando protagonismo ao momento
Aliciante de simpatia.
Rédeas curtas no corpo,
Ele me é pequeno mas indomável.
Forjado por forças
Que não as minhas
Veste-se fardado
A uma outra ordem militar, politica
Ou seja lá o que for que é.
Certo, mas parado,
Estava parado,
Paradinho, parado
Na esquina das ruas curvas da praça do João sabes?
Ah que pouco interessa,
És surda…
Para quem me falo eu minha querida?
A enlaçar-me nos cordões umbilicais falsos
Da actual socialização
É que não!
Alheio, alheio me quero
Passageiro a tudo o que hoje
Se grita permanente,
Visceral.
Eu bocejo
Seguindo-se um modesto sim
Pela boca
Como gesto de mão despreocupado.
Visto o casaco que começa a ficar frio,
Olho as horas do relógio da praça
E me parece que parado
Pois não pode ser,
São horas da noite
E raia o sol!
Esqueço,
Deve ser miragem de minha sedenta mente.
Vou comer
Que passa o céu
E vem terra para o estômago se me acalmar.
Saliento com orgulho
Que almocei por 4,90euros tudo!
Desde sopa, prato principal, café, sobremesa, cerveja
Assim sim ali no café “além-mar”.
Moças me vislumbram o olhar
E eu de vermelho ficar
Se me sorriram tão prazeirosamente.
Nada de me diminuírem,
Antes aquele jogo
Belo e estratégico
Que os adultos fazem
Por entendimento mútuo.
É, hoje vou dar um passeio,
É certo,
Um grande passeio!
O artista superior
Mantém a sua criança pura de todo o mundo que a viu nascer.
Sendo só uma criança, uma vida sem etiquetas,
Mantém-na para sempre até morrer dentro de si por nascer.
A pessoa comum não tem tanto “dó”,
Cedo lhe mete vários adereços, nomes,
Brincos, roupas fazendo desaparecer sua criança por detrás
De todo o mundo que a viu nascer.
A pessoa comum esquece sua criança pois a enfeita, aprisionando-a
Com os factores sempre fúteis de seu mundo contemporâneo.
Mantém a sua criança pura de todo o mundo que a viu nascer.
Sendo só uma criança, uma vida sem etiquetas,
Mantém-na para sempre até morrer dentro de si por nascer.
A pessoa comum não tem tanto “dó”,
Cedo lhe mete vários adereços, nomes,
Brincos, roupas fazendo desaparecer sua criança por detrás
De todo o mundo que a viu nascer.
A pessoa comum esquece sua criança pois a enfeita, aprisionando-a
Com os factores sempre fúteis de seu mundo contemporâneo.
Luz vaga de um lúgubre sórdido,
Alcance mão vã de imaginação supérflua
Ao acto da vida.
Esquecida numa das demais cadeiras pousadas
Pelo chão da sala
Olha fora a rua esquecida
Na sua própria lua.
Descrentes passarinhos
Se figuram dormindo,
Auscultando o sonho
De se não estarem.
Um bule de chá e um livro de leitura aberto
Pousado na coberta da janela
Não fomentam no agora
Grande ideal de vida…
Tempo passa, sono tarda,
Que de sono nada se tem
Quando ele é vivido consciente.
Amarga a cor do passado,
Queimada pelo caído
Sol do presente.
Proliferam desdéns pelo
Que ainda à pouco
Proclamava esperança.
É um, não sei quê,
De negro que entra na mente
E desespera o corpo subitamente.
A morte está certa
A vida com ela é que é desperdício.
Desce as escadas,
Cobre o bolo
Que só de uma fatia se perdeu.
Não dele gostaram os figurante do serão.
Fecha a janela e a cortina,
O frio corta a imagem
De que “isto” continua.
A fome é tanta
Mas como dela se sacia
Não há conhecimento.
Sobe as escadas,
Pensa sono
E logo ele se esvai
Em maior porção de consciência.
Não é que seja um turbilhão
Mas não há qualquer
Complacência pela paz da noite.
Que a noite fosse viva
Que eu assim pudesse ser morto.
Santos lençóis de me entardecer,
A noite é sempre uma promessa
De um sonho espaçoso e como que eterno.
Não que disso desejoso,
Só o racional se brinca com o sentimento.
A morte antecedesse.
Melhor assim,
Tomar conhecimento de seu paradeiro na vida
Antes do derradeiro conhecimento dela
No começo da não-vida.
Como é a não-vida,
Se vida em si não faz nada?
Ocidente, minha educação,
Vive morta por meu conhecimento
De quem vive vivo…
Além que de vida é um conceito humano
Para “isto” que se “experiencia”,
A morte também de conceito humano se trata
E a volúpia dos conceitos humanos
É sempre infantil e mesquinha.
Que a noite me venha
E traga consigo sono meu,
Que venha como que silenciosa abraçar-me
No (meu) leito como amante
De tempos passados,
Amoroso, nada apaixonado.
Sangra-me a vida em sonho
E deixa-me pelo menos em ti voar.
Alcance mão vã de imaginação supérflua
Ao acto da vida.
Esquecida numa das demais cadeiras pousadas
Pelo chão da sala
Olha fora a rua esquecida
Na sua própria lua.
Descrentes passarinhos
Se figuram dormindo,
Auscultando o sonho
De se não estarem.
Um bule de chá e um livro de leitura aberto
Pousado na coberta da janela
Não fomentam no agora
Grande ideal de vida…
Tempo passa, sono tarda,
Que de sono nada se tem
Quando ele é vivido consciente.
Amarga a cor do passado,
Queimada pelo caído
Sol do presente.
Proliferam desdéns pelo
Que ainda à pouco
Proclamava esperança.
É um, não sei quê,
De negro que entra na mente
E desespera o corpo subitamente.
A morte está certa
A vida com ela é que é desperdício.
Desce as escadas,
Cobre o bolo
Que só de uma fatia se perdeu.
Não dele gostaram os figurante do serão.
Fecha a janela e a cortina,
O frio corta a imagem
De que “isto” continua.
A fome é tanta
Mas como dela se sacia
Não há conhecimento.
Sobe as escadas,
Pensa sono
E logo ele se esvai
Em maior porção de consciência.
Não é que seja um turbilhão
Mas não há qualquer
Complacência pela paz da noite.
Que a noite fosse viva
Que eu assim pudesse ser morto.
Santos lençóis de me entardecer,
A noite é sempre uma promessa
De um sonho espaçoso e como que eterno.
Não que disso desejoso,
Só o racional se brinca com o sentimento.
A morte antecedesse.
Melhor assim,
Tomar conhecimento de seu paradeiro na vida
Antes do derradeiro conhecimento dela
No começo da não-vida.
Como é a não-vida,
Se vida em si não faz nada?
Ocidente, minha educação,
Vive morta por meu conhecimento
De quem vive vivo…
Além que de vida é um conceito humano
Para “isto” que se “experiencia”,
A morte também de conceito humano se trata
E a volúpia dos conceitos humanos
É sempre infantil e mesquinha.
Que a noite me venha
E traga consigo sono meu,
Que venha como que silenciosa abraçar-me
No (meu) leito como amante
De tempos passados,
Amoroso, nada apaixonado.
Sangra-me a vida em sonho
E deixa-me pelo menos em ti voar.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Que do longe de tu estares
Te sinto como que aqui.
Daí não de ti
Ter saudades
Como se estás em mim?
Só quando vejo teu físico,
Meu corpo se lembra
Com saudades, que
Na verdade existes
Ser mortal como eu.
O oceano a nos guardar
Segredos,
Nosso intelecto mantendo-se irmão.
Quem somos nós juntos?
Profetas da nova era?
Olha que eu creio que sim,
E meu crer
É deveras capaz
De realizar irrealidades!
Serei eu capaz de exacerbar as almas,
Me queridas,
Á forma de Deus como eu me sinto?
Serei eu fantasticamente dotado,
De um tal egoísmo nato,
Que com concentração
Realizo mundos sonhados?
Afinal, o que é o sonho senão uma certeza do que se sente?
E assim:
“A morte é uma certeza.”
Então, realizo o sonho
Com esta conclusão.
Larguei tudo o que me deram,
E fui com o que tinha,
Assim formei todo
O meu ser que sinto
Meu indubitavelmente.
Ninguém o pode tocar,
Ninguém o pode questionar,
Já que se trata
De uma certeza minha.
Que me digam que vou no mau caminho,
Que me estou a destruir,
Lhes direi tranquilo
Que é deveras o meu caminho.
Ter essa certeza, é uma libertação das incertezas
Tão pegajosas ao ser humano.
A mágoa já não a vejo
Como minha, antes do meu corpo.
A minha tristeza é seda
Que acariciará a próxima vítima
De meu monstruoso afecto!
Te sinto como que aqui.
Daí não de ti
Ter saudades
Como se estás em mim?
Só quando vejo teu físico,
Meu corpo se lembra
Com saudades, que
Na verdade existes
Ser mortal como eu.
O oceano a nos guardar
Segredos,
Nosso intelecto mantendo-se irmão.
Quem somos nós juntos?
Profetas da nova era?
Olha que eu creio que sim,
E meu crer
É deveras capaz
De realizar irrealidades!
Serei eu capaz de exacerbar as almas,
Me queridas,
Á forma de Deus como eu me sinto?
Serei eu fantasticamente dotado,
De um tal egoísmo nato,
Que com concentração
Realizo mundos sonhados?
Afinal, o que é o sonho senão uma certeza do que se sente?
E assim:
“A morte é uma certeza.”
Então, realizo o sonho
Com esta conclusão.
Larguei tudo o que me deram,
E fui com o que tinha,
Assim formei todo
O meu ser que sinto
Meu indubitavelmente.
Ninguém o pode tocar,
Ninguém o pode questionar,
Já que se trata
De uma certeza minha.
Que me digam que vou no mau caminho,
Que me estou a destruir,
Lhes direi tranquilo
Que é deveras o meu caminho.
Ter essa certeza, é uma libertação das incertezas
Tão pegajosas ao ser humano.
A mágoa já não a vejo
Como minha, antes do meu corpo.
A minha tristeza é seda
Que acariciará a próxima vítima
De meu monstruoso afecto!
A única razão
Com que eu descubro
Com facilidade aparente a verdade,
Que não existe,
Da existência
É porque o que eu
Desejaria efectivamente
Era estar a viver.
Desprezo isto de pensar
E saber escrever.
Antes me seria mais difícil pedir um café
Que explicar a razão do homem
Ter de crer numa qualquer religião.
Difícil para mim é resignar-me
Ao espaço envolvente,
Á vida e ás pessoas
Que me rodeiam,
Isso sim para mim é difícil.
A incomunhão com que
Nos socializamos
É-me inverosímil!
Não compreendo
Esta conversa prática
E metódica sobre o nada que não somos
Que estamos a ser.
Desprezo qualquer inteligência,
Queria antes ser cão ou tartaruga,
Melhor cão, sim, só teria de agradar o meu dono para ser feliz.
Com que eu descubro
Com facilidade aparente a verdade,
Que não existe,
Da existência
É porque o que eu
Desejaria efectivamente
Era estar a viver.
Desprezo isto de pensar
E saber escrever.
Antes me seria mais difícil pedir um café
Que explicar a razão do homem
Ter de crer numa qualquer religião.
Difícil para mim é resignar-me
Ao espaço envolvente,
Á vida e ás pessoas
Que me rodeiam,
Isso sim para mim é difícil.
A incomunhão com que
Nos socializamos
É-me inverosímil!
Não compreendo
Esta conversa prática
E metódica sobre o nada que não somos
Que estamos a ser.
Desprezo qualquer inteligência,
Queria antes ser cão ou tartaruga,
Melhor cão, sim, só teria de agradar o meu dono para ser feliz.
Na tirada de me querer persuadir a escrever,
Escrevo um belo dia que o mar acompanha
Em som e visão.
Leio meu irmão Pessoa
E me rejubilo de amor por ele,
Por seu intelecto amoroso e sábio.
Que a vida devia ser infinita como a deveras sinto.
Como é possível um dia
Ser sem eu o estar a ver?
Pessoas na praia.
No mesmo meu dia
Sentem um outro,
Uns com licores de esperança
Outros, azeda especiaria que, quem sabe, apreciam.
Logo, o dia em si existirá?
Como o vejo,
Dia independente de mim,
Ele não tem qualquer significado nem conclusão,
É só um conjunto infinito de coisas que juntas formam um dia
Que por resquícios da minha vida passada
Interpreto como lindo.
Mas na verdade,
Hoje sendo eu a ausência que sou
E propondo-me a interpretar o que “é” sem mim,
Este dia até é triste, feio
Pois me invoca a esperança primitiva
Em que já não creio.
Aliás, hoje o dia
Ou a noite para mim, pouco existem
Já que não me interpreto vivo.
Sou só aquilo
Que penso no momento.
Entertainer do meu corpo
Só para que ele não me morra.
É uma experiência,
Não um suicídio.
É uma resignação,
Não uma desistência.
É só aquilo que sou de momento.
Escrevo um belo dia que o mar acompanha
Em som e visão.
Leio meu irmão Pessoa
E me rejubilo de amor por ele,
Por seu intelecto amoroso e sábio.
Que a vida devia ser infinita como a deveras sinto.
Como é possível um dia
Ser sem eu o estar a ver?
Pessoas na praia.
No mesmo meu dia
Sentem um outro,
Uns com licores de esperança
Outros, azeda especiaria que, quem sabe, apreciam.
Logo, o dia em si existirá?
Como o vejo,
Dia independente de mim,
Ele não tem qualquer significado nem conclusão,
É só um conjunto infinito de coisas que juntas formam um dia
Que por resquícios da minha vida passada
Interpreto como lindo.
Mas na verdade,
Hoje sendo eu a ausência que sou
E propondo-me a interpretar o que “é” sem mim,
Este dia até é triste, feio
Pois me invoca a esperança primitiva
Em que já não creio.
Aliás, hoje o dia
Ou a noite para mim, pouco existem
Já que não me interpreto vivo.
Sou só aquilo
Que penso no momento.
Entertainer do meu corpo
Só para que ele não me morra.
É uma experiência,
Não um suicídio.
É uma resignação,
Não uma desistência.
É só aquilo que sou de momento.
Elaborada singela produção,
Inaugura espectáculo noite dentro,
Queria uma tão tamanha,
Que logo tropeçou na gente que não veio para ser espectador…
Engana-se o destino com o acto de cobardia
De se pensar em si para fazer para os outros.
Banca-rota, não mais espectáculo
E as incessantes ideias engolem-no a mente
Enquanto os empréstimos se encarregam do corpo.
Vazio de vagabundo.
Grande promissor industrial da cultura e arte,
Pede cigarros e esmola
No cruzamento da rua doutor João Pires com a rua Adelaide Reis.
Coitado, quem o vê não sabe
Mas ali jaz um homem
Que de futuro morreu presente
E a sua aura,
Antes abrangente,
Hoje se queda como que inexistente.
A lei dos homens como toda a lei
É cruel a quem não a ela se submete.
O artista morre prematuro
Se verga as linhas do destino.
Inaugura espectáculo noite dentro,
Queria uma tão tamanha,
Que logo tropeçou na gente que não veio para ser espectador…
Engana-se o destino com o acto de cobardia
De se pensar em si para fazer para os outros.
Banca-rota, não mais espectáculo
E as incessantes ideias engolem-no a mente
Enquanto os empréstimos se encarregam do corpo.
Vazio de vagabundo.
Grande promissor industrial da cultura e arte,
Pede cigarros e esmola
No cruzamento da rua doutor João Pires com a rua Adelaide Reis.
Coitado, quem o vê não sabe
Mas ali jaz um homem
Que de futuro morreu presente
E a sua aura,
Antes abrangente,
Hoje se queda como que inexistente.
A lei dos homens como toda a lei
É cruel a quem não a ela se submete.
O artista morre prematuro
Se verga as linhas do destino.
Deixar os doentes com a doença.
Ser são, se o se for de origem,
Com honra de guerreiro antigo.
Ser são é saber o que se tem,
E o que não nos é próprio, não nos pertence.
E pouco é o que se pertence
Quando se é são,
Resume-se à vontade,
Atrás dela vai o corpo e toda a mente.
Que o ser são é o mais precioso dos seres,
Porque não se defende mas se esconde,
Não ataca mas sabe,
Não olha mas vê.
O ser mais precioso,
Pois sabe que tudo do mundo
Se resume a si mesmo
E se sua beleza brota do fundo de si
O mundo sempre o reflecte.
O ser são é aquele que não pede mas consegue,
Não por fruto da fala mas do olhar.
O ser são é aquele que está consigo
Em silêncio
E de o tão bem estar,
Desaparece e só vê e sente o mundo que lhe aparece, nu.
O ser são é aquele
Que se junta à natureza
(Sua suprema-mãe).
Junta-se a esta ode de existência
Que não tem razão
Mas por isso mesmo é tão mais bela e inocente.
Há vida,
O resto pouco ou nada interessa.
Ser são, se o se for de origem,
Com honra de guerreiro antigo.
Ser são é saber o que se tem,
E o que não nos é próprio, não nos pertence.
E pouco é o que se pertence
Quando se é são,
Resume-se à vontade,
Atrás dela vai o corpo e toda a mente.
Que o ser são é o mais precioso dos seres,
Porque não se defende mas se esconde,
Não ataca mas sabe,
Não olha mas vê.
O ser mais precioso,
Pois sabe que tudo do mundo
Se resume a si mesmo
E se sua beleza brota do fundo de si
O mundo sempre o reflecte.
O ser são é aquele que não pede mas consegue,
Não por fruto da fala mas do olhar.
O ser são é aquele que está consigo
Em silêncio
E de o tão bem estar,
Desaparece e só vê e sente o mundo que lhe aparece, nu.
O ser são é aquele
Que se junta à natureza
(Sua suprema-mãe).
Junta-se a esta ode de existência
Que não tem razão
Mas por isso mesmo é tão mais bela e inocente.
Há vida,
O resto pouco ou nada interessa.
Na rua do nunca amanhecer
Olho em frente,
Escondido à janela da casa
Que não tenho.
Vivo aqui,
Ela é de alguém
E eu sou assim.
No silencio constante
De poder ser a qualquer minuto
Vou não sendo,
Adiando o próximo minuto
Como se de hora se tratasse.
Vivo calmo e tenho tempo para oferecer,
Coisa valiosa é o tempo…
Enquanto que no café,
Ali à frente,
Se grita o não-Futuro,
Eu falo presente como se de deus se tratasse.
Vêem pouco à minha beira
Os fregueses meus vizinhos,
Não sei se por timidez,
Se por me estranharem.
Lembro-me de um presente antigo
Que vivi intensamente com todas as células de meu ser…
Lembro-o com saudade
E o trago para meu agora presente
Enternecidamente.
Que meu futuro não conheço
E passado um outro presente,
Sou aquilo que não se define
Por nunca estar parado,
Isto é, sou presente.
Olho em frente,
Escondido à janela da casa
Que não tenho.
Vivo aqui,
Ela é de alguém
E eu sou assim.
No silencio constante
De poder ser a qualquer minuto
Vou não sendo,
Adiando o próximo minuto
Como se de hora se tratasse.
Vivo calmo e tenho tempo para oferecer,
Coisa valiosa é o tempo…
Enquanto que no café,
Ali à frente,
Se grita o não-Futuro,
Eu falo presente como se de deus se tratasse.
Vêem pouco à minha beira
Os fregueses meus vizinhos,
Não sei se por timidez,
Se por me estranharem.
Lembro-me de um presente antigo
Que vivi intensamente com todas as células de meu ser…
Lembro-o com saudade
E o trago para meu agora presente
Enternecidamente.
Que meu futuro não conheço
E passado um outro presente,
Sou aquilo que não se define
Por nunca estar parado,
Isto é, sou presente.
Encalço enorme
Do som de meu reino.
Quem me viu desaparecer…
Árvores sagradas derrubadas
Em amargura de ter de sobreviver
Queimando-as em calor no frio gélido da noite.
Porque me decidi a ir embora?
Quem me deixou fazer tal idiotice?
Sonho alto e vivo no inferno
Não me tenho meio
Pois ninguém me ouve ou compreende.
Sou assim, só, infelizmente.
Do som de meu reino.
Quem me viu desaparecer…
Árvores sagradas derrubadas
Em amargura de ter de sobreviver
Queimando-as em calor no frio gélido da noite.
Porque me decidi a ir embora?
Quem me deixou fazer tal idiotice?
Sonho alto e vivo no inferno
Não me tenho meio
Pois ninguém me ouve ou compreende.
Sou assim, só, infelizmente.
Quem demais precisa
Que uma bela rapariga
E o espaço e tempo
Para a apreciar?
Não me findo nela,
Nesta minha escrita, não.
Ela é só a base de toda e qualquer criação.
Já que a criação é feminina,
Existe deveras um acto de fecundação
Invés de físico, mental
E invés de duas pessoas
Apenas uma usa, invocando a outra
No acto de inspiração.
É deusa estou certo
E não Deus quem me faz criar
E fingindo-me eu
De Deus por trémulos instantes
Formamos um belo casal silencioso
Que ao namorar inventa arte.
Não nos possuímos,
Encontramo-nos,
Somos, enfim, espaçosos amantes.
Que uma bela rapariga
E o espaço e tempo
Para a apreciar?
Não me findo nela,
Nesta minha escrita, não.
Ela é só a base de toda e qualquer criação.
Já que a criação é feminina,
Existe deveras um acto de fecundação
Invés de físico, mental
E invés de duas pessoas
Apenas uma usa, invocando a outra
No acto de inspiração.
É deusa estou certo
E não Deus quem me faz criar
E fingindo-me eu
De Deus por trémulos instantes
Formamos um belo casal silencioso
Que ao namorar inventa arte.
Não nos possuímos,
Encontramo-nos,
Somos, enfim, espaçosos amantes.
Niilismo a busca da verdade.
Anarquia a busca do presente.
Filosofia a busca do sempre.
Ciência a busca do nunca.
Poesia a busca de união.
Eu busco a possibilidade
Da ausência de necessidade
De todas estas doutrinas.
Busco-me,
E assim,
Busco o universo.
Nisto, não há
Arte, ciência nem filosofia,
Só entrega, prática e inteligência.
Busco o fim do que sou,
Para a partir daí me iniciar.
Anarquia a busca do presente.
Filosofia a busca do sempre.
Ciência a busca do nunca.
Poesia a busca de união.
Eu busco a possibilidade
Da ausência de necessidade
De todas estas doutrinas.
Busco-me,
E assim,
Busco o universo.
Nisto, não há
Arte, ciência nem filosofia,
Só entrega, prática e inteligência.
Busco o fim do que sou,
Para a partir daí me iniciar.
O que admiro em Fernando Pessoa,
E superiores semelhantes,
É a entrega desprovida de armas ou conclusões
Com que se lançam ao escuro do inconsciente,
Para o real da irrealidade além corpo ou espaço...
Sem armas, sem protagonismo,
Se lançam ao universo seguros de irem, de bem,
Por não carregarem “pesos”,
Que de outra forma ameaçariam o “incógnito”.
Vão sós, vão vazios,
Entregues ao desconhecido,
Com o seguro amor à curiosidade.
E superiores semelhantes,
É a entrega desprovida de armas ou conclusões
Com que se lançam ao escuro do inconsciente,
Para o real da irrealidade além corpo ou espaço...
Sem armas, sem protagonismo,
Se lançam ao universo seguros de irem, de bem,
Por não carregarem “pesos”,
Que de outra forma ameaçariam o “incógnito”.
Vão sós, vão vazios,
Entregues ao desconhecido,
Com o seguro amor à curiosidade.
Proíbam-me de viver!
Não sei como mas proíbam-me de viver!
(Mantendo-me obviamente vivo.)
Fechem-me num quarto,
Ponham-me doente, de cama,
Digam que sou louco
E me atestem uma cela.
Proíbam-me de viver!
Quero sentir e viver parado,
Estético, estático,
Parado!
Quero que não haja
Possibilidade alguma
De viver ou ser livre.
Preciso saber o que é isso!
Não sei como mas proíbam-me de viver!
(Mantendo-me obviamente vivo.)
Fechem-me num quarto,
Ponham-me doente, de cama,
Digam que sou louco
E me atestem uma cela.
Proíbam-me de viver!
Quero sentir e viver parado,
Estético, estático,
Parado!
Quero que não haja
Possibilidade alguma
De viver ou ser livre.
Preciso saber o que é isso!
E existo criado,
Não por mim mas por algo,
Que me faz momentâneos
Golpes de estado.
Existo esquecido do que fui e era
E lembrado sempre
De que me sirvo
Acima de tudo.
(mas) não a mim,
Sim, a um algo.
Ao ler o que escrevi,
Quando ainda vivia,
Aprecio a inocência
De se exprimir
O que se vai vivendo…
Hoje não vivo
Mas penso,
Analiso, e quem sabe
Invento vida.
Pois de ler o que escrevi,
Comparando com o que escrevo,
Antes escrevia vida
Hoje pensamento.
Sou, enfim,
Criador de mim,
Não de arte mas de, sim, existência.
Não por mim mas por algo,
Que me faz momentâneos
Golpes de estado.
Existo esquecido do que fui e era
E lembrado sempre
De que me sirvo
Acima de tudo.
(mas) não a mim,
Sim, a um algo.
Ao ler o que escrevi,
Quando ainda vivia,
Aprecio a inocência
De se exprimir
O que se vai vivendo…
Hoje não vivo
Mas penso,
Analiso, e quem sabe
Invento vida.
Pois de ler o que escrevi,
Comparando com o que escrevo,
Antes escrevia vida
Hoje pensamento.
Sou, enfim,
Criador de mim,
Não de arte mas de, sim, existência.
A sentir-me um zero de repente.
Tudo me é bruto e agressivo,
A cara triste do trabalhador,
Os carros a passar impunes ao barulho
Que atinge os ouvidos do pensador
Que se sente um zero.
Há tanto a dizer, fica sempre tanto por dizer,
Que só o amor pode parar o ímpeto sexual
Do meu intelecto.
Por favor, deixem-me ser como vós
Inútil e trabalhador.
“Palrador” do que lhe chateia no dia-a-dia,
Não sonhador,
Anulador de toda e qualquer fantasia.
Ai deixem-me ser como vós,
Porque me não dão um trabalho?
Querem-me pensador é isso?
Ai por favor deixem-me ser só corpo,
Dêem-me trabalho que estou louco!
Se se visse o tamanho das catedrais que criei cá dentro…
Se soubessem o quanto flui este meu mundo…
Me deixariam em paz e sossego.
Onde está a premissa de amanhã
E a falácia de ontem?
Parece que morro se me falarem,
Parece que me fico líquido se me reconhecerem.
Porquê?
O acto voluntário da loucura
Para em si surgir
Toda e qualquer salvação
Que é simples e fala bebé.
Porque me fico entre estes seres
Se mais sou semelhante a não sei quê?
Sou louco, louco
E ninguém me cura
Ou me tira daqui!
Todos me deixam onde estou
Sorrindo na minha cara.
“Que engraçado”
Dizem todos,
Como se fosse menino.
Só vêem corpo
E aí, embora que já homem,
Sou, sim, ainda menino.
Mas, porra,
Na mente sou um monstro
Que confunde
Deus e Diabo
Como vozes da mesma cela!
Porque me deixam aqui, só e sozinho?
Porque não me mandam para longe
Ou me obrigam a ficar perto?
É que no meio
É que não dá,
Sou extremo a todo o custo
O equilíbrio é o dom dos viventes,
Eu vivo morto
Para salvar minha criança
Que vai fugindo
Pelas ruas estreitas
E escuras do passado.
Então, mas é assim,
Eu escrevo e tu me safas de dinheiro,
Pode ser?
Eu enlouqueço mais e mais
E tu vais,
Enriquecendo e dando-me os trocos sim?
Ai, arranjem-me um agente!
Um produtor,
Um actor os tem,
Um cineasta também,
E eu o não devo ter?
Sou mais precioso!
A minha arte é que tem minha vida.
Eu de corpo mantenho só as esmolas
Que vou colhendo, por aí, submisso.
Transfiro a vida
Que deus me dá ao corpo,
Directamente,
Para minha criação
E é ela que vive,
Não eu.
Queria ser pequeno e entretido.
Não me deixaram,
Fiquei louco.
Pois com certeza,
Indignado com o meterem-se na minha vida
Sem serem chamados!
Ai, o que é a vida?
Em pequeno me questionava
Como pode o ser humano
Se sentir efectivamente perdido…
Hoje o estou e,
Por ridículo que pareça,
Não estou surpreendido,
Antes, curioso.
Ridículo, ridículo.
Louco,
Sou louco!
Tinha o meu quartinho sossegado,
Tudo era certo e rotina.
Agora, tenho uma puta de mundo inteiro ás costas,
A me pedir direcções!
Mas eu só sei onde é meu quarto! – Grito eu, mentindo.
Mantenho-me assim,
Quando eles se foram,
A escrever o que eles queriam ouvir
Mas eu não queria dizer.
Ai, o relance ao mudar da página:
Que estou vivo e sou “aquele”.
Saí da arte por momentos.
Que perigo
Sair deste estado de loucura abrangente
Que me espalha por todo o lado
Porque de momento nada sou.
Não ouviria se me falassem,
Não admitiria ousadias exteriores a mim.
Se tivesse uma arma
Mataria,
Se tivesse um cavalo fugiria.
É tudo assim, disposto á minha loucura.
Ela me serve,
Eu a sirvo,
E vou vivendo assim.
Não sei bem como,
É sincero,
Mas meu corpo
Lá me vai tolerando
Mantendo-se-me vivo.
Hoje também lhe presto mais culto
Através do desporto.
Mas isto, só assim foi,
Porque ele me andava deveras a matar
E efectivamente haveria de o conseguir,
Com minha vontade
De só viver mente.
E agora, á sequencia
De que fui pedir e buscar outra Sagres,
Me proponho a dizer que sem álcool
Não haveria jamais Ocidente!
Então álcool,
Aliado ao que se fez de Cristo,
Temos produto mais inflamável e explosivo
Que a gasolina
Para incinerar toda a humanidade.
É que “o feitiço vira-se contra o feiticeiro”
E esta, Jesus ainda a não conhecia
Quando ousadamente falou
Sua bela sabedoria.
Sabendo ele o que tinha feito ao falar,
Olhando ele,
O que lhe fizemos ás palavras,
Seria mudo até morrer,
Casado com uma das demais
Prostitutas
Com as quais convivia.
Vive-se o sonho,
E eu de tanto sonhar
Quando me mexo na realidade
Gostaria de efectivamente vivê-la,
Mas não, não consigo.
Logo me metem símbolos á frente
Coisas a passar rápido e a
Fazer imenso barulho,
Caras de humanos
Que já o não são.
Loucura!
Ah sim!
Afinal não sou eu que estou louco não!
É o mundo!
Ah sim, agora vejo,
Perdido de louco
É o mundo!
Ah sim!
Eu estou apenas a ser
A sua momentânea
Expressão em escrita.
Porque eu, eu não sou nada,
Minha criação é tudo,
E ando no meio
Disto atordoado
E isto só dentro de mim!
Isto só dentro de mim!
Ah sim,
Ah sim,
Também estou louco e sou louco!
Estou ou sou?
Estar neste momento,
Ou ser de base louco?
Não,
De facto,
De base sou não-louco,
Portanto estou louco.
Sim é isso,
Estou louco,
Não o sou.
Estou,
Estou louco
Mas só neste momento,
Momentaneamente falando,
Estou sendo louco,
Não estou, sou.
Tudo me é bruto e agressivo,
A cara triste do trabalhador,
Os carros a passar impunes ao barulho
Que atinge os ouvidos do pensador
Que se sente um zero.
Há tanto a dizer, fica sempre tanto por dizer,
Que só o amor pode parar o ímpeto sexual
Do meu intelecto.
Por favor, deixem-me ser como vós
Inútil e trabalhador.
“Palrador” do que lhe chateia no dia-a-dia,
Não sonhador,
Anulador de toda e qualquer fantasia.
Ai deixem-me ser como vós,
Porque me não dão um trabalho?
Querem-me pensador é isso?
Ai por favor deixem-me ser só corpo,
Dêem-me trabalho que estou louco!
Se se visse o tamanho das catedrais que criei cá dentro…
Se soubessem o quanto flui este meu mundo…
Me deixariam em paz e sossego.
Onde está a premissa de amanhã
E a falácia de ontem?
Parece que morro se me falarem,
Parece que me fico líquido se me reconhecerem.
Porquê?
O acto voluntário da loucura
Para em si surgir
Toda e qualquer salvação
Que é simples e fala bebé.
Porque me fico entre estes seres
Se mais sou semelhante a não sei quê?
Sou louco, louco
E ninguém me cura
Ou me tira daqui!
Todos me deixam onde estou
Sorrindo na minha cara.
“Que engraçado”
Dizem todos,
Como se fosse menino.
Só vêem corpo
E aí, embora que já homem,
Sou, sim, ainda menino.
Mas, porra,
Na mente sou um monstro
Que confunde
Deus e Diabo
Como vozes da mesma cela!
Porque me deixam aqui, só e sozinho?
Porque não me mandam para longe
Ou me obrigam a ficar perto?
É que no meio
É que não dá,
Sou extremo a todo o custo
O equilíbrio é o dom dos viventes,
Eu vivo morto
Para salvar minha criança
Que vai fugindo
Pelas ruas estreitas
E escuras do passado.
Então, mas é assim,
Eu escrevo e tu me safas de dinheiro,
Pode ser?
Eu enlouqueço mais e mais
E tu vais,
Enriquecendo e dando-me os trocos sim?
Ai, arranjem-me um agente!
Um produtor,
Um actor os tem,
Um cineasta também,
E eu o não devo ter?
Sou mais precioso!
A minha arte é que tem minha vida.
Eu de corpo mantenho só as esmolas
Que vou colhendo, por aí, submisso.
Transfiro a vida
Que deus me dá ao corpo,
Directamente,
Para minha criação
E é ela que vive,
Não eu.
Queria ser pequeno e entretido.
Não me deixaram,
Fiquei louco.
Pois com certeza,
Indignado com o meterem-se na minha vida
Sem serem chamados!
Ai, o que é a vida?
Em pequeno me questionava
Como pode o ser humano
Se sentir efectivamente perdido…
Hoje o estou e,
Por ridículo que pareça,
Não estou surpreendido,
Antes, curioso.
Ridículo, ridículo.
Louco,
Sou louco!
Tinha o meu quartinho sossegado,
Tudo era certo e rotina.
Agora, tenho uma puta de mundo inteiro ás costas,
A me pedir direcções!
Mas eu só sei onde é meu quarto! – Grito eu, mentindo.
Mantenho-me assim,
Quando eles se foram,
A escrever o que eles queriam ouvir
Mas eu não queria dizer.
Ai, o relance ao mudar da página:
Que estou vivo e sou “aquele”.
Saí da arte por momentos.
Que perigo
Sair deste estado de loucura abrangente
Que me espalha por todo o lado
Porque de momento nada sou.
Não ouviria se me falassem,
Não admitiria ousadias exteriores a mim.
Se tivesse uma arma
Mataria,
Se tivesse um cavalo fugiria.
É tudo assim, disposto á minha loucura.
Ela me serve,
Eu a sirvo,
E vou vivendo assim.
Não sei bem como,
É sincero,
Mas meu corpo
Lá me vai tolerando
Mantendo-se-me vivo.
Hoje também lhe presto mais culto
Através do desporto.
Mas isto, só assim foi,
Porque ele me andava deveras a matar
E efectivamente haveria de o conseguir,
Com minha vontade
De só viver mente.
E agora, á sequencia
De que fui pedir e buscar outra Sagres,
Me proponho a dizer que sem álcool
Não haveria jamais Ocidente!
Então álcool,
Aliado ao que se fez de Cristo,
Temos produto mais inflamável e explosivo
Que a gasolina
Para incinerar toda a humanidade.
É que “o feitiço vira-se contra o feiticeiro”
E esta, Jesus ainda a não conhecia
Quando ousadamente falou
Sua bela sabedoria.
Sabendo ele o que tinha feito ao falar,
Olhando ele,
O que lhe fizemos ás palavras,
Seria mudo até morrer,
Casado com uma das demais
Prostitutas
Com as quais convivia.
Vive-se o sonho,
E eu de tanto sonhar
Quando me mexo na realidade
Gostaria de efectivamente vivê-la,
Mas não, não consigo.
Logo me metem símbolos á frente
Coisas a passar rápido e a
Fazer imenso barulho,
Caras de humanos
Que já o não são.
Loucura!
Ah sim!
Afinal não sou eu que estou louco não!
É o mundo!
Ah sim, agora vejo,
Perdido de louco
É o mundo!
Ah sim!
Eu estou apenas a ser
A sua momentânea
Expressão em escrita.
Porque eu, eu não sou nada,
Minha criação é tudo,
E ando no meio
Disto atordoado
E isto só dentro de mim!
Isto só dentro de mim!
Ah sim,
Ah sim,
Também estou louco e sou louco!
Estou ou sou?
Estar neste momento,
Ou ser de base louco?
Não,
De facto,
De base sou não-louco,
Portanto estou louco.
Sim é isso,
Estou louco,
Não o sou.
Estou,
Estou louco
Mas só neste momento,
Momentaneamente falando,
Estou sendo louco,
Não estou, sou.
Teu guerreiro,
Minha pétala amada.
Ser Julieta!
Abram chuveiros
E sarjetas,
Sonhos e corações,
A vida caminha sem mim,
É dela mesma, da vida!
Teu ídolo
Minha dor,
És minha e não sou teu!
O amor imenso de o poder não ter!
Certeza que te vejo amanhã,
Todo o meu passado redescoberto
Com flores em todo o canto,
Calçada incluída!
Abram alas que a febre que o amor provoca na vida solitária vai passar!
Santo Agostinho,
Cores berrantes,
Mar aceso em brilhantes de lua,
Eu, coração feito em silêncio de entrega!
Chega-te a mim, indo ali!
Vulcões e sanções,
Sucessivos e sobrepostas analizações vividas com o corpo,
Desespero físico da mente!
Lua a dentro, te durmo nos lençóis
E és minha e eu não sou teu!
Ter amor e não o ter,
Que liberdade hã?
Serei para ti como um herói partido em desafogo
Abandonado pela conquista!
Ruas acima,
Que me mandem “água vai”
Que dela farei vinho,
Como o jovem Jesus,
E seremos todos primos e irmãos noite dentro.
Lá fora o sono e o cansaço,
Dentro a musica de não os ter!
Cais em mim que nem elefante
E és pardal de estatura,
Com uma racha virginal,
Que me soletra cuidadosamente a existência!
Queimaram-me a coerência!
Mas que se dane!
À frente há novo a ser,
Que ainda não me tenho de não suceder.
Sou trono vazio da minha consciência,
Me dentro só inteligência,
O que eu sou está longe de mim
Em terras que ainda não conheci!
Ai, mas sim,
Tu fábula de tempos vermelhos
Dá-me a mão,
Afinal escrevia para ti
E te logo roubei protagonismo.
Me desculpe fêmea divinal,
É de ser criança ainda.
Joga-me ao ar como filho teu
E daí te nascerei Homem
Com pila como bengala!
Fala-me de ti…
Oh, já me esqueci,
És minha e não sou teu.
Trá-lá-lá-lá-lá
Abram portas e sarjetas,
Tendões e silhuetas,
Que estou vivo e assim me quero!
Arre!
Minha pétala amada.
Ser Julieta!
Abram chuveiros
E sarjetas,
Sonhos e corações,
A vida caminha sem mim,
É dela mesma, da vida!
Teu ídolo
Minha dor,
És minha e não sou teu!
O amor imenso de o poder não ter!
Certeza que te vejo amanhã,
Todo o meu passado redescoberto
Com flores em todo o canto,
Calçada incluída!
Abram alas que a febre que o amor provoca na vida solitária vai passar!
Santo Agostinho,
Cores berrantes,
Mar aceso em brilhantes de lua,
Eu, coração feito em silêncio de entrega!
Chega-te a mim, indo ali!
Vulcões e sanções,
Sucessivos e sobrepostas analizações vividas com o corpo,
Desespero físico da mente!
Lua a dentro, te durmo nos lençóis
E és minha e eu não sou teu!
Ter amor e não o ter,
Que liberdade hã?
Serei para ti como um herói partido em desafogo
Abandonado pela conquista!
Ruas acima,
Que me mandem “água vai”
Que dela farei vinho,
Como o jovem Jesus,
E seremos todos primos e irmãos noite dentro.
Lá fora o sono e o cansaço,
Dentro a musica de não os ter!
Cais em mim que nem elefante
E és pardal de estatura,
Com uma racha virginal,
Que me soletra cuidadosamente a existência!
Queimaram-me a coerência!
Mas que se dane!
À frente há novo a ser,
Que ainda não me tenho de não suceder.
Sou trono vazio da minha consciência,
Me dentro só inteligência,
O que eu sou está longe de mim
Em terras que ainda não conheci!
Ai, mas sim,
Tu fábula de tempos vermelhos
Dá-me a mão,
Afinal escrevia para ti
E te logo roubei protagonismo.
Me desculpe fêmea divinal,
É de ser criança ainda.
Joga-me ao ar como filho teu
E daí te nascerei Homem
Com pila como bengala!
Fala-me de ti…
Oh, já me esqueci,
És minha e não sou teu.
Trá-lá-lá-lá-lá
Abram portas e sarjetas,
Tendões e silhuetas,
Que estou vivo e assim me quero!
Arre!
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Numa qualquer certeza
Alheia á realidade
Ele previa seu futuro momentâneo
Em sonhos que tocavam céu
E com sua vontade
Tendiam a tocar a terra.
Imprevisível foi a descoberta
Que de nada que se vê
É tudo o que se pensa
E neste andar e lembrar
Está a construção
De um velho futuro lar.
Onde foi que pararam a certeza?
Ela não pode ser julgada
Como toda a verdade.
Incubado em qualquer cérebro
Está o filho menino de sua mãe que vivia sorrindo.
Assim nada mais há senão o ouvir
E nisto persistir em ser o que ele pede para ser.
Longe da comunhão
Está o ideal da concretização,
Assim deve-se viver sonhando
Até poder viver o sonho.
Adormecer em si, acordar ainda sonhando
E aos poucos ao sabor da vida ir despertando.
Alheia á realidade
Ele previa seu futuro momentâneo
Em sonhos que tocavam céu
E com sua vontade
Tendiam a tocar a terra.
Imprevisível foi a descoberta
Que de nada que se vê
É tudo o que se pensa
E neste andar e lembrar
Está a construção
De um velho futuro lar.
Onde foi que pararam a certeza?
Ela não pode ser julgada
Como toda a verdade.
Incubado em qualquer cérebro
Está o filho menino de sua mãe que vivia sorrindo.
Assim nada mais há senão o ouvir
E nisto persistir em ser o que ele pede para ser.
Longe da comunhão
Está o ideal da concretização,
Assim deve-se viver sonhando
Até poder viver o sonho.
Adormecer em si, acordar ainda sonhando
E aos poucos ao sabor da vida ir despertando.
Num andarilho sujo do fim da calçada
Junto á mesa de estar da rua dos descobridores
Está o sol reflectido em imensidão momentânea.
As crianças á porta, brincam a consciência dos avós
E a repressão de seus pais
Num domingo eterno tão igual aos outros.
Fala-se, come-se, bebe-se,
É almoço e a ordem do dia é conviver,
Amanhã trabalho hoje descanso.
Férias imensas num só dia,
Isso é domingo,
Um dia em nada igual aos outros.
Aprisionado entre
A libertação de sábado e a repressão de segunda,
Um dia que não chega nunca a ser,
Pois dividido entre duas perspectivas
Demais opostas.
Um dia que quanto mais bonito
Mais dói
Lembrando o que foi e o que poderia ter sido.
Fica-se vivendo o dia, desejando-o viver,
Desejando-o esquecer.
Domingo é como Deus:
Aprisionado entre o
Racional e o irracional,
O civilizado e o primitivo,
O consciente e o inconsciente,
Livre de regras é caos subentendido.
Junto á mesa de estar da rua dos descobridores
Está o sol reflectido em imensidão momentânea.
As crianças á porta, brincam a consciência dos avós
E a repressão de seus pais
Num domingo eterno tão igual aos outros.
Fala-se, come-se, bebe-se,
É almoço e a ordem do dia é conviver,
Amanhã trabalho hoje descanso.
Férias imensas num só dia,
Isso é domingo,
Um dia em nada igual aos outros.
Aprisionado entre
A libertação de sábado e a repressão de segunda,
Um dia que não chega nunca a ser,
Pois dividido entre duas perspectivas
Demais opostas.
Um dia que quanto mais bonito
Mais dói
Lembrando o que foi e o que poderia ter sido.
Fica-se vivendo o dia, desejando-o viver,
Desejando-o esquecer.
Domingo é como Deus:
Aprisionado entre o
Racional e o irracional,
O civilizado e o primitivo,
O consciente e o inconsciente,
Livre de regras é caos subentendido.
Na janela, de flores no regaço
A luz nasce dela e a cor é-lhe sorriso.
Há um silencio que nasce de seu olhar
E um reconhecer aroma que parece até afecto
Que não o é deveras,
Esse lhe é negro
Em dias de sol…
Fica ela á janela
A olhar e pensa ela no que pensa
E quem passa e olha
Pensa o que quer…
É uma rua livre de burocracias,
Tudo livre no terreno fértil
Do cérebro português.
Caindo na calçada,
Vão jovens a andar e quem cai
Fica a olhar.
Em silencio ela sorri a quem passa,
A quem fica e todo o espaço
É dela e de quem a vê,
O mundo á volta a cair
E este a sorrir.
Silencio, há compreensão.
Fica quem vai
E vai quem fica.
A luz nasce dela e a cor é-lhe sorriso.
Há um silencio que nasce de seu olhar
E um reconhecer aroma que parece até afecto
Que não o é deveras,
Esse lhe é negro
Em dias de sol…
Fica ela á janela
A olhar e pensa ela no que pensa
E quem passa e olha
Pensa o que quer…
É uma rua livre de burocracias,
Tudo livre no terreno fértil
Do cérebro português.
Caindo na calçada,
Vão jovens a andar e quem cai
Fica a olhar.
Em silencio ela sorri a quem passa,
A quem fica e todo o espaço
É dela e de quem a vê,
O mundo á volta a cair
E este a sorrir.
Silencio, há compreensão.
Fica quem vai
E vai quem fica.
Espaço a criar.
E logo se o enche de matéria
Que dada significado humano
Perde a virilidade vital.
Prestes a acertar no alvo
Poiso o arco e sigo caminho.
Não me quero na vida destinada,
Sei-a certa, sei-a,
Se quisesse iria,
Não a quero.
Vou e vou,
Vou pelo caminho da minha curiosidade.
Acesa surpresa sou criança novamente.
Não sei para onde vou mas
Vou-me completo em frente.
Dois pés no chão?
Sinto-me longe do chão.
Logo me encolho
Filho de ventre,
Saudades,
Te escolho agora.
Ando de gatas e apesar de cansar sabe melhor!
Em breve diminuirei de tamanho
E desaparecerei
Pela a união de meu pai,
Minha mãe.
Serei o que nunca teria sido
Se não tivesse nascido.
E logo se o enche de matéria
Que dada significado humano
Perde a virilidade vital.
Prestes a acertar no alvo
Poiso o arco e sigo caminho.
Não me quero na vida destinada,
Sei-a certa, sei-a,
Se quisesse iria,
Não a quero.
Vou e vou,
Vou pelo caminho da minha curiosidade.
Acesa surpresa sou criança novamente.
Não sei para onde vou mas
Vou-me completo em frente.
Dois pés no chão?
Sinto-me longe do chão.
Logo me encolho
Filho de ventre,
Saudades,
Te escolho agora.
Ando de gatas e apesar de cansar sabe melhor!
Em breve diminuirei de tamanho
E desaparecerei
Pela a união de meu pai,
Minha mãe.
Serei o que nunca teria sido
Se não tivesse nascido.
Estamos sem pila nós europeus.
O cristianismo nos pôs uma folha à frente
E nós a materializámos
Com ousadas vestes que tanto escondem o que somos.
Viris,
Viris, homens viris!
E nos dizem para fazer dinheiro e funcionar com o computador…
Até os espermatozóides se suicidam
Não aguentando mais a falta
De recrutamento diário.
Ai homens, coitados de vós,
Sem pila nada são
E as mulheres
Coitadas delas
Que menos dadas á alienação da era económica
Demais se desvirtuam com o confronto
De seus homens sem pila!
(daí tanta paneleiragem, está tudo confuso!)
O cristianismo nos pôs uma folha à frente
E nós a materializámos
Com ousadas vestes que tanto escondem o que somos.
Viris,
Viris, homens viris!
E nos dizem para fazer dinheiro e funcionar com o computador…
Até os espermatozóides se suicidam
Não aguentando mais a falta
De recrutamento diário.
Ai homens, coitados de vós,
Sem pila nada são
E as mulheres
Coitadas delas
Que menos dadas á alienação da era económica
Demais se desvirtuam com o confronto
De seus homens sem pila!
(daí tanta paneleiragem, está tudo confuso!)
Entre o dia e a noite deambulo meu luar, esqueço o passado formulo o futuro e tudo o que me chama sabe meu nome: (meu nome) sussurra o vento e eu olho como que adormecido na realidade, acordo ao sonho que me guia por galhos de teias de aranha que ao som dos meus olhos reflectem luz de amanhãs existentes.
A noite me acorda, sim, é noite e todo o meu eu se flora em comunhão com o intelectual, jorra fantasia escrita em tinta azul.
Num presente translúcido a aurora é constante e as sílabas das horas não me existem, mas vejo quem por elas se verga e assim vai ficando corcunda, este corcunda que só eu sei, que só eu vejo.
A noite me acorda, sim, é noite e todo o meu eu se flora em comunhão com o intelectual, jorra fantasia escrita em tinta azul.
Num presente translúcido a aurora é constante e as sílabas das horas não me existem, mas vejo quem por elas se verga e assim vai ficando corcunda, este corcunda que só eu sei, que só eu vejo.
E parece que uma mentira
É mais doce
Que um doce dia.
Alegria, vem passando o comboio
Que me levará meus sonhos
Me deixando só com tudo o que sou.
Ai, além terra quero mar,
Reconhecer o passar e deixá-lo estar
No inconsequente delírio de o ser todo igual.
Chamas da vida paralelas
Á água salgada de meus olhos corajosos.
Foram-se de mim e nem os vi,
Arrancaram pedal em frente
Consumo estridente de gasolina!
Onde ficou a minha deveras crucial multiplatina androgenia de ser universal?
Canso-me de não me cansar.
Forças infinitas,
Não sono,
Não nada,
Só vida sempre me a jorrar
E eu sem a querer afogar
Ajudo-me a senti-la o mais que posso.
Além mar, já nova terra por desbravar
E lá sou estrangeiro
E ninguém me sabe o nome,
Deixam-me só, comigo,
Só,
Que alegria imensa, sou incógnito
Como imprescindivelmente
Me sinto intimamente,
Só e o nada me faz ser quem sou!
Nem há palavras meigas,
Só trocos de dinheiro e eu só,
Feliz de só!
Só na imensidão de espaço de meu ser interior
Vendo a fábrica humana em desenvolvimento.
Máquina deveras imperfeita
Mas tão exageradamente eficiente!
Ai, larguem-me nas engrenagens
Que meu sangue salva o mundo,
Ou a mim, só, só a mim.
É mais doce
Que um doce dia.
Alegria, vem passando o comboio
Que me levará meus sonhos
Me deixando só com tudo o que sou.
Ai, além terra quero mar,
Reconhecer o passar e deixá-lo estar
No inconsequente delírio de o ser todo igual.
Chamas da vida paralelas
Á água salgada de meus olhos corajosos.
Foram-se de mim e nem os vi,
Arrancaram pedal em frente
Consumo estridente de gasolina!
Onde ficou a minha deveras crucial multiplatina androgenia de ser universal?
Canso-me de não me cansar.
Forças infinitas,
Não sono,
Não nada,
Só vida sempre me a jorrar
E eu sem a querer afogar
Ajudo-me a senti-la o mais que posso.
Além mar, já nova terra por desbravar
E lá sou estrangeiro
E ninguém me sabe o nome,
Deixam-me só, comigo,
Só,
Que alegria imensa, sou incógnito
Como imprescindivelmente
Me sinto intimamente,
Só e o nada me faz ser quem sou!
Nem há palavras meigas,
Só trocos de dinheiro e eu só,
Feliz de só!
Só na imensidão de espaço de meu ser interior
Vendo a fábrica humana em desenvolvimento.
Máquina deveras imperfeita
Mas tão exageradamente eficiente!
Ai, larguem-me nas engrenagens
Que meu sangue salva o mundo,
Ou a mim, só, só a mim.
Era um passado,
Um passado que era como uma vida,
Já nem do dono precisava,
Existia por si
Um, sim…um passado.
Alheio a tudo o que vejo, sinto
Sigo em frente.
Aparecem-me coisas pelo meio da realidade
Que me dizem que estou vivo e sou “aquele”
Mas como hoje sigo em frente
Tudo isso rápido se dissipa em um sonho
Confuso que não sei se real.
Interrompem-me de meu sonho
E me já não chateio.
Continuo sonhando
E não há bandeira nem terra,
Há um planar que não tem qualquer
Ideia de o ser,
Vai indo sem disso se entender
Só a isso, sim, se propondo.
Um passado que era como uma vida,
Já nem do dono precisava,
Existia por si
Um, sim…um passado.
Alheio a tudo o que vejo, sinto
Sigo em frente.
Aparecem-me coisas pelo meio da realidade
Que me dizem que estou vivo e sou “aquele”
Mas como hoje sigo em frente
Tudo isso rápido se dissipa em um sonho
Confuso que não sei se real.
Interrompem-me de meu sonho
E me já não chateio.
Continuo sonhando
E não há bandeira nem terra,
Há um planar que não tem qualquer
Ideia de o ser,
Vai indo sem disso se entender
Só a isso, sim, se propondo.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Assaz surpresa, gira alta nobreza.
Há que saltar a vedação da mediocridade
E ver com olhos virgens os horizontes promissores.
Que de vida há tudo aberto,
Que de nada há porta fechada lá fora
Que não possa ser aberta pela
Ausência de porta interior.
Nómada do mental.
A vida pode ser privada
Mas de terra se construirá a catedral
Imensa que se pisa,
Fazendo-a ao som da caminhada.
Despertam tigres e leões na savana,
O grito de selva ruge na cidade horrorizando-a;
Já não mais há conversa por escrito,
Agora o há sons íntimos
Que só quem os já ouviu em sonhos
Pode compreender
E assim responder.
Massa heterogénea de virilidade.
Caga a merda que te ensinaram
E barra o pão com sentimento
Que alimenta bem mais!
Foram longe,
Eu sei,
Foram longe,
Mas deixaram-se lá pra trás.
Lá à frente há o futuro que é dos deuses
E também da vontade individual,
O resto é conversa evaporada.
…e parece que colhem de mim
Sua própria indiferença
Sorrindo perdidos
Ao meu encontro…
Quando se começa a existir em pleno
Se percebe que o mundo está ao contrário.
O medo turva a visão da vida e de tudo
Gerando números e muros
Para orientar a desorientação que os originou.
E ficamos nesta coisa de nos perguntar
Em noites escuras:
- Estarei vivo?
E o belo da questão
É que não há resposta,
Cada um tem de voltar á pergunta
E reformulá-la de uma outra forma,
Para ver o que acontece.
Assim se vai fazendo mais perguntas
Continuamente evoluindo
Para uma maior simplicidade.
Pois o que se “Sente” não fala português,
Então a pergunta tem que ser mais básica
Procurando a essência das intenções primitivas da vontade
Que originaram a língua que aproximou seres
Mas não o ser uno.
Esse é o único a descobrir,
O único que tem real importância na vida.
(Pois dele brota todo o mundo.)
Há que saltar a vedação da mediocridade
E ver com olhos virgens os horizontes promissores.
Que de vida há tudo aberto,
Que de nada há porta fechada lá fora
Que não possa ser aberta pela
Ausência de porta interior.
Nómada do mental.
A vida pode ser privada
Mas de terra se construirá a catedral
Imensa que se pisa,
Fazendo-a ao som da caminhada.
Despertam tigres e leões na savana,
O grito de selva ruge na cidade horrorizando-a;
Já não mais há conversa por escrito,
Agora o há sons íntimos
Que só quem os já ouviu em sonhos
Pode compreender
E assim responder.
Massa heterogénea de virilidade.
Caga a merda que te ensinaram
E barra o pão com sentimento
Que alimenta bem mais!
Foram longe,
Eu sei,
Foram longe,
Mas deixaram-se lá pra trás.
Lá à frente há o futuro que é dos deuses
E também da vontade individual,
O resto é conversa evaporada.
…e parece que colhem de mim
Sua própria indiferença
Sorrindo perdidos
Ao meu encontro…
Quando se começa a existir em pleno
Se percebe que o mundo está ao contrário.
O medo turva a visão da vida e de tudo
Gerando números e muros
Para orientar a desorientação que os originou.
E ficamos nesta coisa de nos perguntar
Em noites escuras:
- Estarei vivo?
E o belo da questão
É que não há resposta,
Cada um tem de voltar á pergunta
E reformulá-la de uma outra forma,
Para ver o que acontece.
Assim se vai fazendo mais perguntas
Continuamente evoluindo
Para uma maior simplicidade.
Pois o que se “Sente” não fala português,
Então a pergunta tem que ser mais básica
Procurando a essência das intenções primitivas da vontade
Que originaram a língua que aproximou seres
Mas não o ser uno.
Esse é o único a descobrir,
O único que tem real importância na vida.
(Pois dele brota todo o mundo.)
No inócuo subsídio
Que recebo dos genes,
Meu capital próprio
É minha mente,
Meu desejo.
De resto é tudo vosso,
Tudo visto, tudo por parecer,
Mas ser, sou eu
E vós não o hão de ver
Até eu querer.
Sangrando no chão da calçada
Está uma pomba atropelada,
Um reflexo de que por mais que se possa voar
À terra se tem de voltar.
Que recebo dos genes,
Meu capital próprio
É minha mente,
Meu desejo.
De resto é tudo vosso,
Tudo visto, tudo por parecer,
Mas ser, sou eu
E vós não o hão de ver
Até eu querer.
Sangrando no chão da calçada
Está uma pomba atropelada,
Um reflexo de que por mais que se possa voar
À terra se tem de voltar.
Além mistério, procura de um semelhante,
Elabora-me a mim mas não minha vizinhança
Ela me é submetida.
Além tristeza, ela me vem apanhar
Já que fico sentado
Á sua espera.
Além demora e o rio corre silencioso
Alheio a mim que o observa.
Coitado de mim e do que enfim conheci,
Deus mirrado, morte na vida,
Onde me sou humano agora?
O deus morreu, farto-me
De o dizer mas ainda me vou alimentando dele.
Triste tristeza procura sorriso e serenidade.
Além riqueza,
Além encontro.
Salta-me á vista bela terra prometida.
Em tempos pequeno fora um segredo
Depois me larguei no mundo
Até ele já nada me ter a dar o que eu queria
E morri pobre, pobrezinho, tenro.
Quem me dera uma mãe,
Uma moça morena que me sussurra-se
Malandrices ao ouvido
E eu ria enternecido.
Quem me ficou senão eu?
O meu vácuo virado
Do avesso sugando
Tudo de meu com a
Sede de morte na vida.
Alheio a tudo, persisto.
Elabora-me a mim mas não minha vizinhança
Ela me é submetida.
Além tristeza, ela me vem apanhar
Já que fico sentado
Á sua espera.
Além demora e o rio corre silencioso
Alheio a mim que o observa.
Coitado de mim e do que enfim conheci,
Deus mirrado, morte na vida,
Onde me sou humano agora?
O deus morreu, farto-me
De o dizer mas ainda me vou alimentando dele.
Triste tristeza procura sorriso e serenidade.
Além riqueza,
Além encontro.
Salta-me á vista bela terra prometida.
Em tempos pequeno fora um segredo
Depois me larguei no mundo
Até ele já nada me ter a dar o que eu queria
E morri pobre, pobrezinho, tenro.
Quem me dera uma mãe,
Uma moça morena que me sussurra-se
Malandrices ao ouvido
E eu ria enternecido.
Quem me ficou senão eu?
O meu vácuo virado
Do avesso sugando
Tudo de meu com a
Sede de morte na vida.
Alheio a tudo, persisto.
Avisto a calçada e o som do nada, tudo caminha,
Em breve jantar, 80% da população mundial frente à televisão:
“Gostaria de interromper esta programação para dizer que me sinto infeliz com o estado do mundo, que me sinto mal ao ver tanta gente infeliz.
Porque continuamos a lutar uma luta que não é a nossa mas dos economistas?
Vamos dizer-lhes que eles são feios e infantis, que queremos plantar o que comemos e dançar na noite quente celebrando as colheitas.
Vamos humanos que não nascemos para fazer dinheiro!
Em breve jantar, 80% da população mundial frente à televisão:
“Gostaria de interromper esta programação para dizer que me sinto infeliz com o estado do mundo, que me sinto mal ao ver tanta gente infeliz.
Porque continuamos a lutar uma luta que não é a nossa mas dos economistas?
Vamos dizer-lhes que eles são feios e infantis, que queremos plantar o que comemos e dançar na noite quente celebrando as colheitas.
Vamos humanos que não nascemos para fazer dinheiro!
sábado, 24 de julho de 2010
Eu meu lugar: mundo.
Assisto a tudo ileso profundo sorrindo ao cansaço,
Ando mais um pouco que me vem o dia.
A noite de mim persegue e eu fico fugindo dela
Sonhando o dia o mais que possa nesta pequena mente que me anuncia.
Se desespero me resigno, hoje de mim não fujo,
Não há nada a fugir,
Tenho em mim o mundo e dele me quero aqui.
Raio de sol me é absurdo, tento a luz da lua
E logo me acho imenso, conheço os espaços e reentrâncias
São meus e neles me sento como uma maçã
E vejo o espaço que não é muito.
Inalo o fumo da tristeza e expiro sonho,
Sou delicado no meu orgulho e nele sou sereno.
Preciso do ódio, preciso do amor,
Preciso ver o que não quero para saber o que sou.
Alistam-se ao longe os batalhões da conquista
Eu fico a olhar no canto escrevendo
Não por onde eles marcham mas por onde marcharam.
Assisto a tudo e me fico seguindo os passos, relatando,
Um amanha incerto que virá surpreso
Mas doce de apresso que de manhã eu chego.
Alisto-me, eu, na minha vida.
Camisa aos ombros sou eu e todo o meu mundo.
Assisto a tudo ileso profundo sorrindo ao cansaço,
Ando mais um pouco que me vem o dia.
A noite de mim persegue e eu fico fugindo dela
Sonhando o dia o mais que possa nesta pequena mente que me anuncia.
Se desespero me resigno, hoje de mim não fujo,
Não há nada a fugir,
Tenho em mim o mundo e dele me quero aqui.
Raio de sol me é absurdo, tento a luz da lua
E logo me acho imenso, conheço os espaços e reentrâncias
São meus e neles me sento como uma maçã
E vejo o espaço que não é muito.
Inalo o fumo da tristeza e expiro sonho,
Sou delicado no meu orgulho e nele sou sereno.
Preciso do ódio, preciso do amor,
Preciso ver o que não quero para saber o que sou.
Alistam-se ao longe os batalhões da conquista
Eu fico a olhar no canto escrevendo
Não por onde eles marcham mas por onde marcharam.
Assisto a tudo e me fico seguindo os passos, relatando,
Um amanha incerto que virá surpreso
Mas doce de apresso que de manhã eu chego.
Alisto-me, eu, na minha vida.
Camisa aos ombros sou eu e todo o meu mundo.
Destas cansadas poeiras
Ocorre o desejo faminto e sem folgo
De apontar em frente e desejar
Uma vez mais o ainda não visto.
Soletrar letras que não se conhecem,
Sorrir ao ver um novo costume,
Mastigar uma nova textura
E agradecer silenciosamente
Ao vento
A graça de poder ver e sentir tudo "isto" novamente.
Silencio vem aí o hábito,
Silêncio o tempo passa
E fica tudo e só vai
Quem nos queria.
Silêncio a morte começa
A nascer aos poucos dentro de nós.
Filhos façam as malas
Há que viajar,
Há que torcer estômago e intestinos
E comer pouco
Para se estar leve, há que ir.
Logo se salta a porta massiva,
O vento louco atiça.
Ai que vamos logo na primeira carruagem
Ela há-de estar vazia, manhã fora
Ela de sábado estará vazia.
Santo dia da partida,
Já tudo se forma não é a luz nem o calor
É sim o espaço imenso que é acolhedor.
Vida a 360 graus ai que a vida é tudo isto
E estamos nós nela sentindo.
Aldeia e mais aldeia
Sentados nas cadeiras os velhos sábios
Que já podem ficar
Havistam quem se vai com uma mão
Ao cimo desejando boa viagem,
Boa vida.
Ocorre o desejo faminto e sem folgo
De apontar em frente e desejar
Uma vez mais o ainda não visto.
Soletrar letras que não se conhecem,
Sorrir ao ver um novo costume,
Mastigar uma nova textura
E agradecer silenciosamente
Ao vento
A graça de poder ver e sentir tudo "isto" novamente.
Silencio vem aí o hábito,
Silêncio o tempo passa
E fica tudo e só vai
Quem nos queria.
Silêncio a morte começa
A nascer aos poucos dentro de nós.
Filhos façam as malas
Há que viajar,
Há que torcer estômago e intestinos
E comer pouco
Para se estar leve, há que ir.
Logo se salta a porta massiva,
O vento louco atiça.
Ai que vamos logo na primeira carruagem
Ela há-de estar vazia, manhã fora
Ela de sábado estará vazia.
Santo dia da partida,
Já tudo se forma não é a luz nem o calor
É sim o espaço imenso que é acolhedor.
Vida a 360 graus ai que a vida é tudo isto
E estamos nós nela sentindo.
Aldeia e mais aldeia
Sentados nas cadeiras os velhos sábios
Que já podem ficar
Havistam quem se vai com uma mão
Ao cimo desejando boa viagem,
Boa vida.
E eu que era um bom menino
Que sorria deliciado
Pela bondade que me prestavam.
E eu que era um bom menino
E não pedia nada
Satisfazia-me sozinho.
E eu que era um bom menino
E olhava o mundo
Bonito próprio de um bom menino.
E eu que era um bom menino
Que fazia o que me diziam
E ficava feliz por isso.
E eu que era um bom menino
Mas que já não sou
Morreu menino
Nasceu Homem.
O menino enterrado
Dentro do homem
Ainda vive mas fala baixinho e raramente
Já que está no outro mundo
Feliz a brincar,
O mundo dos mortos meninos.
E quando o Homem
Passa rente à morte
Mais sente e fala
Com o menino que se chateia
De interromper sua despreocupada brincadeira
Para falar com o Homem que afinal
Ainda o tem cá dentro.
No abismo da tristeza e solidão
Estão juntos, se encontram e falam
O Homem a se lembrar do menino
E o menino a brincar para o Homem o observar.
(O menino também gosta disto por vezes.)
Agora o Homem esse só observa o menino
Nessas alturas
Porque não consegue observar mais nada.
O Homem quer seguir e se realizar
E o menino, esse só quer brincar.
Quando o Homem está-se realizando
O menino desaparece no seu mundo
Mas como assim é
Brinca mais que nunca, feliz e despreocupado
E nesta energia intima
Se cria um ciclo vicioso,
Uma inércia de bem estar espiritual.
O menino que está enterrado cá dentro
Vive mais que nunca no seu mundo
E o Homem sem menino para se preocupar e observar
Se realiza mais que nunca na vida.
Que sorria deliciado
Pela bondade que me prestavam.
E eu que era um bom menino
E não pedia nada
Satisfazia-me sozinho.
E eu que era um bom menino
E olhava o mundo
Bonito próprio de um bom menino.
E eu que era um bom menino
Que fazia o que me diziam
E ficava feliz por isso.
E eu que era um bom menino
Mas que já não sou
Morreu menino
Nasceu Homem.
O menino enterrado
Dentro do homem
Ainda vive mas fala baixinho e raramente
Já que está no outro mundo
Feliz a brincar,
O mundo dos mortos meninos.
E quando o Homem
Passa rente à morte
Mais sente e fala
Com o menino que se chateia
De interromper sua despreocupada brincadeira
Para falar com o Homem que afinal
Ainda o tem cá dentro.
No abismo da tristeza e solidão
Estão juntos, se encontram e falam
O Homem a se lembrar do menino
E o menino a brincar para o Homem o observar.
(O menino também gosta disto por vezes.)
Agora o Homem esse só observa o menino
Nessas alturas
Porque não consegue observar mais nada.
O Homem quer seguir e se realizar
E o menino, esse só quer brincar.
Quando o Homem está-se realizando
O menino desaparece no seu mundo
Mas como assim é
Brinca mais que nunca, feliz e despreocupado
E nesta energia intima
Se cria um ciclo vicioso,
Uma inércia de bem estar espiritual.
O menino que está enterrado cá dentro
Vive mais que nunca no seu mundo
E o Homem sem menino para se preocupar e observar
Se realiza mais que nunca na vida.
Já ontem cá estava
Aqui uma densa camada de névoa
Que traduzindo diria: falta de esperança.
Uma triste aura que paira sem dono
Que nasce do colectivo
E perde a responsabilidade.
Sinto-a está aí:
Há mais intervalos de silêncio,
Mais gente só,
Até o pássaro pia baixinho
Sem qualquer vontade, quase só como obrigação da sua natureza.
Esta tudo tímido,
Schhh fala baixinho
Não perturbes quem te oprime
Deixa andar que isto há de passar.
Mas ficando nós neste pé atrás atroz
A conversa se perde e as esplanadas vazias
Bem se sabe que não trazem
Qualquer alegria.
Mas fica-se e vai-se
Passando mas ficando
Já que há de tomar conta da ausência
Não vá ela fugir
E mostrar sua essência.
Há que ficar,
Há que dizer coisas,
Beber uma outra cerveja
Falar de ontem e de amanhã
Mas nunca de hoje esse não existe.
Que estranha forma de vida.
Aqui uma densa camada de névoa
Que traduzindo diria: falta de esperança.
Uma triste aura que paira sem dono
Que nasce do colectivo
E perde a responsabilidade.
Sinto-a está aí:
Há mais intervalos de silêncio,
Mais gente só,
Até o pássaro pia baixinho
Sem qualquer vontade, quase só como obrigação da sua natureza.
Esta tudo tímido,
Schhh fala baixinho
Não perturbes quem te oprime
Deixa andar que isto há de passar.
Mas ficando nós neste pé atrás atroz
A conversa se perde e as esplanadas vazias
Bem se sabe que não trazem
Qualquer alegria.
Mas fica-se e vai-se
Passando mas ficando
Já que há de tomar conta da ausência
Não vá ela fugir
E mostrar sua essência.
Há que ficar,
Há que dizer coisas,
Beber uma outra cerveja
Falar de ontem e de amanhã
Mas nunca de hoje esse não existe.
Que estranha forma de vida.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
A loucura é a única maneira de ser insisto.
Persisto em desaparecer por detrás duma máscara intelectualmente formada para desviar atenções do meu intimo deveras sagrado.
Persisto na procura do nada. Alienado do conforto da comodidade não sei se não estar sentado em pleno voo mental.
Nada me estorva a confusão do mundo se eu mesmo proponho minha confusão a sair para as ruas por onde caminho.
Triste dizer não que é um sim carente, jamais!
Se tenho que ser louco para me realizar que assim seja.
Antes há terra e mar lembrando a saúde desta união universal.
Eu nasci dela e logo me cercaram de doenças, minha espécie de animais desprezáveis que são os seres humanos que no entanto não considero deveras minha raça mas tão somente minha espécie.
Minha raça terei eu de fazer nascer com meu sémen intelectual em cima de tudo o que olhe e fale e toque.
Pois o que é o mundo senão comigo nele existente?
Nada, com certeza nada, só uma sequência de imagens sem conteúdo sem parênteses de explicação ou entendimento.
Furto seguro que eu lembrei a meu ser quando caminhava leve havistei e logo furtei esse poder de ser, essa eloquência de saber conquistar, domar e orientar energias e atenções que correm soltas pelo ar sem dono, pois quem as recria(não cria claro) e reproduz é gado a meu bom entender, não possui o que provoca, é quase dele consequente, é nada claro, daí para a frente, só um repetidor de emoções, de sentimentos não dele mas de um colectivo no qual se sente seguro não existindo.
E ficam por aí olhando: por uns tenho devota simpatia, principalmente os velhos e as crianças, que no fundo querem compreender, por outros os adolescentes e os adultos, uns tanta confusão narcisista os faz esquecer o que vêem e outros observando algo fora dos moldes de seu conforto e comodidade censuram mesmo que seja por admiração oprimem pois fazem parecer que é consciente esta maneira de ser existente.
E plano pelos confins da mente, drogo meu ser para não o ser involuntariamente pelo sistema ditatorial e antinatural.
Aparafuso sentimentos, desaparafuso outros e tento compreender o que fica de essencial, aquilo que no fundo vive livre da mortalidade aquilo que é somente energia universal.
Se tenho que ser de sociedade que o seja mas serei louco para me manter são no intimo. Queria aprender o campo ser como energia, sem consciência nem auxilio, seria.
Mas não há ainda, lá para a frente talvez irei para o campo agora por mais fútil que pareça dizê-lo
Não há dinheiro.
Mas há vida, essa há até a morte, portanto vive-se ou simplesmente se entende o estar vivo.
Mas já que serei em sociedade sê-lo também como ela, louco, solto e liberal aberto á loucura que vem sem se desejar mas que de alguma forma se pode aproveitar.
Tendo sentido de tudo sinto agora somente a passagem nunca o presente mas seu movimento do passado para o futuro e assim me quedo a interpretar tudo como eterno infinito.
Tenho visto de tudo mas viria certamente mais alguma coisinha,
Tenho feito de tudo mas sempre me falta algo,
Insatisfeito talvez por principio pois a satisfação séria nasce da insatisfação aceite.
Vivo outro, era papagaio, agora coruja mais tarde quem sabe águia.
A norte o frio,
Ao sul o quente
E na tangente oscilo entre o calor e o frio
E assim crio.
Pois a séria criação nasce do meio do extremo dos dois.
Se tenho que ser para viver, serei somente isto que sou actualmente.
Persisto em desaparecer por detrás duma máscara intelectualmente formada para desviar atenções do meu intimo deveras sagrado.
Persisto na procura do nada. Alienado do conforto da comodidade não sei se não estar sentado em pleno voo mental.
Nada me estorva a confusão do mundo se eu mesmo proponho minha confusão a sair para as ruas por onde caminho.
Triste dizer não que é um sim carente, jamais!
Se tenho que ser louco para me realizar que assim seja.
Antes há terra e mar lembrando a saúde desta união universal.
Eu nasci dela e logo me cercaram de doenças, minha espécie de animais desprezáveis que são os seres humanos que no entanto não considero deveras minha raça mas tão somente minha espécie.
Minha raça terei eu de fazer nascer com meu sémen intelectual em cima de tudo o que olhe e fale e toque.
Pois o que é o mundo senão comigo nele existente?
Nada, com certeza nada, só uma sequência de imagens sem conteúdo sem parênteses de explicação ou entendimento.
Furto seguro que eu lembrei a meu ser quando caminhava leve havistei e logo furtei esse poder de ser, essa eloquência de saber conquistar, domar e orientar energias e atenções que correm soltas pelo ar sem dono, pois quem as recria(não cria claro) e reproduz é gado a meu bom entender, não possui o que provoca, é quase dele consequente, é nada claro, daí para a frente, só um repetidor de emoções, de sentimentos não dele mas de um colectivo no qual se sente seguro não existindo.
E ficam por aí olhando: por uns tenho devota simpatia, principalmente os velhos e as crianças, que no fundo querem compreender, por outros os adolescentes e os adultos, uns tanta confusão narcisista os faz esquecer o que vêem e outros observando algo fora dos moldes de seu conforto e comodidade censuram mesmo que seja por admiração oprimem pois fazem parecer que é consciente esta maneira de ser existente.
E plano pelos confins da mente, drogo meu ser para não o ser involuntariamente pelo sistema ditatorial e antinatural.
Aparafuso sentimentos, desaparafuso outros e tento compreender o que fica de essencial, aquilo que no fundo vive livre da mortalidade aquilo que é somente energia universal.
Se tenho que ser de sociedade que o seja mas serei louco para me manter são no intimo. Queria aprender o campo ser como energia, sem consciência nem auxilio, seria.
Mas não há ainda, lá para a frente talvez irei para o campo agora por mais fútil que pareça dizê-lo
Não há dinheiro.
Mas há vida, essa há até a morte, portanto vive-se ou simplesmente se entende o estar vivo.
Mas já que serei em sociedade sê-lo também como ela, louco, solto e liberal aberto á loucura que vem sem se desejar mas que de alguma forma se pode aproveitar.
Tendo sentido de tudo sinto agora somente a passagem nunca o presente mas seu movimento do passado para o futuro e assim me quedo a interpretar tudo como eterno infinito.
Tenho visto de tudo mas viria certamente mais alguma coisinha,
Tenho feito de tudo mas sempre me falta algo,
Insatisfeito talvez por principio pois a satisfação séria nasce da insatisfação aceite.
Vivo outro, era papagaio, agora coruja mais tarde quem sabe águia.
A norte o frio,
Ao sul o quente
E na tangente oscilo entre o calor e o frio
E assim crio.
Pois a séria criação nasce do meio do extremo dos dois.
Se tenho que ser para viver, serei somente isto que sou actualmente.
Sou assíduo até prolífico
Do meu estado,
Da minha procura.
Deixo-me encontrá-la.
Quando a sonho num dia
Sei de mim que mais
Tarde naturalmente minha mão
Alcançará o que antes somente tocou com o pensamento.
Fica assim um espaço de tempo
Em que cesso o pensamento
E o alcanço fisicamente.
Sei de mim o suficiente agora
Para me julgar capaz,
Inevitávelmente capaz, de alcançar o que sonho.
Pois abdico de tudo para que
Em mim se instalem as forças incógnitas
Do que eu sonhei.
Voo com o tempo
E ele me leva onde tem de levar,
Assim na encruzilhada
De terra e mar
Encontro o que não procurava
Mas desejava alcançar.
No silêncio do cais
Havisto uma caravela imensa
Que se adensa com o mar,
Seu caminho.
Sonho ser um nada
Para que esse incógnito
Nada me leve a tudo
O que tenho a saber
E por consequente ser.
Portanto neste vem e vai
De angústia humana
Construo meu sonho individual de alma
Despejada do físico
Tocando no universal.
Do meu estado,
Da minha procura.
Deixo-me encontrá-la.
Quando a sonho num dia
Sei de mim que mais
Tarde naturalmente minha mão
Alcançará o que antes somente tocou com o pensamento.
Fica assim um espaço de tempo
Em que cesso o pensamento
E o alcanço fisicamente.
Sei de mim o suficiente agora
Para me julgar capaz,
Inevitávelmente capaz, de alcançar o que sonho.
Pois abdico de tudo para que
Em mim se instalem as forças incógnitas
Do que eu sonhei.
Voo com o tempo
E ele me leva onde tem de levar,
Assim na encruzilhada
De terra e mar
Encontro o que não procurava
Mas desejava alcançar.
No silêncio do cais
Havisto uma caravela imensa
Que se adensa com o mar,
Seu caminho.
Sonho ser um nada
Para que esse incógnito
Nada me leve a tudo
O que tenho a saber
E por consequente ser.
Portanto neste vem e vai
De angústia humana
Construo meu sonho individual de alma
Despejada do físico
Tocando no universal.
No fundo sinto-me um estranho à condição de ser humano,
É como se não o fosse.
Como se nunca tivesse pousado no corpo
Mas flutuado ao seu lado
Observando com curiosidade
Todos os seus movimentos,
Todas as suas atitudes e reacções, emoções e sentimentos.
É como tudo o que eu sou
É uma constante de questões
A decifrar e compreender.
Nada ocorre então sem ser ponderado ou pensado
Logo tudo o que não é desta forma controlado
É deveras indesejado.
Logo serei neurónio antes de ser sangue
Aí está a minha alienação
Do reino dos seres humanos.
Para mim eu sou uma incógnita a decifrar
Logo é como o mundo começasse e acabasse em mim
E a realidade é só uma máquina que acontece
E mexe cordalitos aqui dentro que eu tento compreender.
É como se não o fosse.
Como se nunca tivesse pousado no corpo
Mas flutuado ao seu lado
Observando com curiosidade
Todos os seus movimentos,
Todas as suas atitudes e reacções, emoções e sentimentos.
É como tudo o que eu sou
É uma constante de questões
A decifrar e compreender.
Nada ocorre então sem ser ponderado ou pensado
Logo tudo o que não é desta forma controlado
É deveras indesejado.
Logo serei neurónio antes de ser sangue
Aí está a minha alienação
Do reino dos seres humanos.
Para mim eu sou uma incógnita a decifrar
Logo é como o mundo começasse e acabasse em mim
E a realidade é só uma máquina que acontece
E mexe cordalitos aqui dentro que eu tento compreender.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
De equinócio maravilha o furo se alargou
Deixou água entrar e apagou fogo.
Logo de seguida se o tentou acordar
Mas de húmido estar havia-se ter de esperar.
Anos passou e não o havia em calor nem em luz
Escuro e frio percorria o labirinto
Com o tacto e o ouvido.
Houve então um dia em que o sol palpitou
As faces do horizonte
E olhou para a gente faminta e se deleitou
Em as oferecer sua majestade.
Depressa se evaporou o que restou
De água fria
E se recriou o fogo
Com um bocado de fantasia.
Festa nessa noite, cabrito assado
E vinho a acompanhar
A digna lua que não tardava a chegar.
A noite quente de terra a respirar
Esperou ansiosa pelo sol
Para que não cessasse
O extase novo do quente ar.
Lá de manhã já os havia ao milhar
Belos pequenos grandes
Pássaros que celebravam seu chilrear.
Adensa-se a maresia
E a dança na gente continuava sem parar
Não seria noite de dormir
Mas antes de festejar.
Vieram visitantes do longe esconderijo
Para acompanhar
Os cantos imensos que se faziam
Sentir sem cessar.
Tudo isto fez o sol manifestar,
Tudo isto pôde ele proporcionar.
Deixou água entrar e apagou fogo.
Logo de seguida se o tentou acordar
Mas de húmido estar havia-se ter de esperar.
Anos passou e não o havia em calor nem em luz
Escuro e frio percorria o labirinto
Com o tacto e o ouvido.
Houve então um dia em que o sol palpitou
As faces do horizonte
E olhou para a gente faminta e se deleitou
Em as oferecer sua majestade.
Depressa se evaporou o que restou
De água fria
E se recriou o fogo
Com um bocado de fantasia.
Festa nessa noite, cabrito assado
E vinho a acompanhar
A digna lua que não tardava a chegar.
A noite quente de terra a respirar
Esperou ansiosa pelo sol
Para que não cessasse
O extase novo do quente ar.
Lá de manhã já os havia ao milhar
Belos pequenos grandes
Pássaros que celebravam seu chilrear.
Adensa-se a maresia
E a dança na gente continuava sem parar
Não seria noite de dormir
Mas antes de festejar.
Vieram visitantes do longe esconderijo
Para acompanhar
Os cantos imensos que se faziam
Sentir sem cessar.
Tudo isto fez o sol manifestar,
Tudo isto pôde ele proporcionar.
Vou ficando, deixando-me ficar,
Que as forças estão centradas só num sitio
E só aí me pertencem,
Que as solto por aí e logo me caio sem chão onde cair.
Poço profundo criei quando só gerei vida na mente
Deixando o corpo para trás já que a realidade era demais medíocre
Para a fazer mostrar a meu corpo e olhos.
Fui mente e sou-a plenamente, só mente.
Que me venham prender e enclausurar que ainda
Terei minha mente e como a lobotomia
Foi proibida há muito estarei sempre apto a ser feliz na mente.
Espécie de corpo abrangente
Sou vários e me fico por aí
Já é bom assim, podia ser melhor,
Podia até ser pior mas como tudo,
É só assim como é.
Para mim amor é inteligência,
Logo amor é ler um grande escrito
É perceber algo, é conhecer algo, é sentir algo,
Tudo isso é amor.
Que as forças estão centradas só num sitio
E só aí me pertencem,
Que as solto por aí e logo me caio sem chão onde cair.
Poço profundo criei quando só gerei vida na mente
Deixando o corpo para trás já que a realidade era demais medíocre
Para a fazer mostrar a meu corpo e olhos.
Fui mente e sou-a plenamente, só mente.
Que me venham prender e enclausurar que ainda
Terei minha mente e como a lobotomia
Foi proibida há muito estarei sempre apto a ser feliz na mente.
Espécie de corpo abrangente
Sou vários e me fico por aí
Já é bom assim, podia ser melhor,
Podia até ser pior mas como tudo,
É só assim como é.
Para mim amor é inteligência,
Logo amor é ler um grande escrito
É perceber algo, é conhecer algo, é sentir algo,
Tudo isso é amor.
Vergonha de existir
Saber o que se tem,
Saber o que se perdeu
Mas ficou em forma de peso,
Em forma de dor física
Mas orientação mental.
Vida amaldiçoada pela salvação,
Recantos escondidos
Os que mais vejo se apropriam de mim
E eu tenho de os ser e decifrar para me
Livrar deles
Para logo noutro cair asseguir.
Noite em compasso menor,
O dia é a minha noite
E a lua e o escuro
O calor do meu feto interior.
Na noite tenho espaço para ser
O dia é para os outros.
O anoitecer teu é meu amanhecer
Aí nasce em mim aquela
Vontade de ir além
E me deixar possuir
Pelo ideal em concretização
Mental ou boémia.
Não me posso dar ao luxo de ser passivo
Senão morro esmagado pelo que já sei,
É só ir em frente com pressa de satisfazer
Este estranho Deus que me pisa a existência
Em forma de ideias e conclusões.
Quem me dera ser simples
E comum breve e passageiro
Ser que vive logo morrendo
Dando lugar a mais um
Muito semelhante a ele.
O meu segredo é a curiosidade.
O que me mata: a ignorância do mundo humano.
Saber o que se tem,
Saber o que se perdeu
Mas ficou em forma de peso,
Em forma de dor física
Mas orientação mental.
Vida amaldiçoada pela salvação,
Recantos escondidos
Os que mais vejo se apropriam de mim
E eu tenho de os ser e decifrar para me
Livrar deles
Para logo noutro cair asseguir.
Noite em compasso menor,
O dia é a minha noite
E a lua e o escuro
O calor do meu feto interior.
Na noite tenho espaço para ser
O dia é para os outros.
O anoitecer teu é meu amanhecer
Aí nasce em mim aquela
Vontade de ir além
E me deixar possuir
Pelo ideal em concretização
Mental ou boémia.
Não me posso dar ao luxo de ser passivo
Senão morro esmagado pelo que já sei,
É só ir em frente com pressa de satisfazer
Este estranho Deus que me pisa a existência
Em forma de ideias e conclusões.
Quem me dera ser simples
E comum breve e passageiro
Ser que vive logo morrendo
Dando lugar a mais um
Muito semelhante a ele.
O meu segredo é a curiosidade.
O que me mata: a ignorância do mundo humano.
Que em chamas porventura vesquisos
Se alentou meu coração em sons sobrenaturais
E esguichos dançantes que febrem qualquer corpo
Ao aconchego da procura inalcançável.
Porventura genial e até além animal é calor humano vesquiso.
Deixei-te ser quem eras
E deixas-me assim deixado.
Sei demais para me manter atento,
Sei demais para realmente conseguir,
Pois já o consigo na mente
Porventura com gente que se me avizinha
Mas não existe.
Sede de sedenta lebre que
Se aproxima é febre tenra
Da minha vacina que tenho em vista
Mas não tomo.
Que a doença vive em mim
E a cura a também tenho
Mas a deixo só á vista de ser tomada
E não aplicada.
Quero esse meu controlo
Como se fosse eu o dono
Da minha existência
E não a vida
E não o Deus que reza lá em cima.
Mundo fútil quer-me no meio dele
O mundo fútil e eu de fraco ser
Agora não me prezo em aparecer
Para mostrar meu eu,
Fujo que nem cão de rabo entre as pernas
Pois já não sou corpo
Mas só mente e essa
Nem me é deveras pertencente.
Se alentou meu coração em sons sobrenaturais
E esguichos dançantes que febrem qualquer corpo
Ao aconchego da procura inalcançável.
Porventura genial e até além animal é calor humano vesquiso.
Deixei-te ser quem eras
E deixas-me assim deixado.
Sei demais para me manter atento,
Sei demais para realmente conseguir,
Pois já o consigo na mente
Porventura com gente que se me avizinha
Mas não existe.
Sede de sedenta lebre que
Se aproxima é febre tenra
Da minha vacina que tenho em vista
Mas não tomo.
Que a doença vive em mim
E a cura a também tenho
Mas a deixo só á vista de ser tomada
E não aplicada.
Quero esse meu controlo
Como se fosse eu o dono
Da minha existência
E não a vida
E não o Deus que reza lá em cima.
Mundo fútil quer-me no meio dele
O mundo fútil e eu de fraco ser
Agora não me prezo em aparecer
Para mostrar meu eu,
Fujo que nem cão de rabo entre as pernas
Pois já não sou corpo
Mas só mente e essa
Nem me é deveras pertencente.
Piso morte e ando á deriva, procuro o que já não alcanço e alcanço o podre que nunca julguei-me pertencer.
Nunca berrei indignado com o que se ía pois estava sempre vidrado no sol que se seguiria. Sedento do novo caiu-me noite em cima e aí virei costas á noite e olhei a minha caminhada, caminhando agora para trás indo para a frente vislumbro o passado e esqueço a noite que se me virasse vislumbraria. Quem passa olha e eu sorrio cheio de vergonha pois sei que vou caminhando de costas para a noite mas na mesma para ela contemplando as pegadas antigas da minha pessoa quando esta ainda caminhava com os olhos a olhar para onde se propõe a andar.
Continuo caminho mas de costas sem ver jamais por onde passo, sem vislumbrar onde piso, poderia até por momentos me virar e por acaso ver o tanto esperado sol mas tenho medo pois já me virei muito no principio quando já caminhava de costas e sempre via escuro.
Busco agora as pegadas do passado vendo se encontro algo que me faça de novo capaz de resolver o meu presente que não confronto com os olhos.
Quando uma pessoa caminha para onde os olhos vêem sabe onde pisar e quando caga a merda fica para trás, agora se caminha de costas sem ver onde pisa concerteza tropeça mais e principalmente quando caga pisa sempre sua própria merda.
Não dá jeito andar para onde os olhos não vêem.
Nunca berrei indignado com o que se ía pois estava sempre vidrado no sol que se seguiria. Sedento do novo caiu-me noite em cima e aí virei costas á noite e olhei a minha caminhada, caminhando agora para trás indo para a frente vislumbro o passado e esqueço a noite que se me virasse vislumbraria. Quem passa olha e eu sorrio cheio de vergonha pois sei que vou caminhando de costas para a noite mas na mesma para ela contemplando as pegadas antigas da minha pessoa quando esta ainda caminhava com os olhos a olhar para onde se propõe a andar.
Continuo caminho mas de costas sem ver jamais por onde passo, sem vislumbrar onde piso, poderia até por momentos me virar e por acaso ver o tanto esperado sol mas tenho medo pois já me virei muito no principio quando já caminhava de costas e sempre via escuro.
Busco agora as pegadas do passado vendo se encontro algo que me faça de novo capaz de resolver o meu presente que não confronto com os olhos.
Quando uma pessoa caminha para onde os olhos vêem sabe onde pisar e quando caga a merda fica para trás, agora se caminha de costas sem ver onde pisa concerteza tropeça mais e principalmente quando caga pisa sempre sua própria merda.
Não dá jeito andar para onde os olhos não vêem.
Inalo o fumo da vista
E escolho outro cigarro da algibeira
Esta funda que nem saco do lixo
Requer pericia para se encontrar
O que se procura.
Deambulo que nem um preso solto
Que já não sabe o que é
Cuidar de si
E só se alia ao que manda em si.
Corpo lá anda sozinho,
A mente com brutas
Paredes de aço maciço
Só deixa ver o que não faz sofrer.
Custa a subir as escadas,
Velho por dentro
Podre mesmo de tanta vida reprimida
Sem aparente razão.
Sou aquele que não
Pede perdão mas que o sofre
Para sempre bem dentro
Do coração.
Sou aquele que se finge quem foi
Para não mostrar
O que não é
Que agora é.
Sou aquele que vive
Querendo morrer
Mas sem o querer realmente
Vive contrariado.
Sou aquele que foi
Abandonado e não querendo
Perder o que lhe foi dado
Deixou de ser quem era.
Sou aquele que hoje não é nada.
E escolho outro cigarro da algibeira
Esta funda que nem saco do lixo
Requer pericia para se encontrar
O que se procura.
Deambulo que nem um preso solto
Que já não sabe o que é
Cuidar de si
E só se alia ao que manda em si.
Corpo lá anda sozinho,
A mente com brutas
Paredes de aço maciço
Só deixa ver o que não faz sofrer.
Custa a subir as escadas,
Velho por dentro
Podre mesmo de tanta vida reprimida
Sem aparente razão.
Sou aquele que não
Pede perdão mas que o sofre
Para sempre bem dentro
Do coração.
Sou aquele que se finge quem foi
Para não mostrar
O que não é
Que agora é.
Sou aquele que vive
Querendo morrer
Mas sem o querer realmente
Vive contrariado.
Sou aquele que foi
Abandonado e não querendo
Perder o que lhe foi dado
Deixou de ser quem era.
Sou aquele que hoje não é nada.
Ficaste séria com o que te disse
E pensei ser passageiro.
Lembraste-te da noite e ainda era dia,
Deitaste teu corpo no chão
E comeste em vão o que te aborrecia.
Nunca mais foste a mesma
Morrias ao andar
E saltavas ao dormir
Deturpaste o sentir,
Queimaste a aura que te liga ás pessoas
E choraste a minha despedida.
E pensei ser passageiro.
Lembraste-te da noite e ainda era dia,
Deitaste teu corpo no chão
E comeste em vão o que te aborrecia.
Nunca mais foste a mesma
Morrias ao andar
E saltavas ao dormir
Deturpaste o sentir,
Queimaste a aura que te liga ás pessoas
E choraste a minha despedida.
Da calma nasce a alma
Do esforço o seu transporte.
Ser total é compreender
Certas fases da vida
Em total dedicação a uma só parte de cada vez.
A alma – o espiritual/transcendental
O intelecto – a inteligência racional
O corpo – força e resistência
A emoção – o afecto e o amor.
Penso que são estas 4 áreas totais
Que desenvolvidas cada uma á parte intensamente
Juntas formarão um Deus
Com pés e coração humanos.
Do esforço o seu transporte.
Ser total é compreender
Certas fases da vida
Em total dedicação a uma só parte de cada vez.
A alma – o espiritual/transcendental
O intelecto – a inteligência racional
O corpo – força e resistência
A emoção – o afecto e o amor.
Penso que são estas 4 áreas totais
Que desenvolvidas cada uma á parte intensamente
Juntas formarão um Deus
Com pés e coração humanos.
Proponho-me agora a reconhecer-te as virtudes para que me digas as minhas e nisto eu me isolo no fundo de mim mesmo trazendo a âncora que me deixa à tanto encalhado nesta sombria tempestade. Dando-te a mão em seguida e um olhar terno e um fenomenal silêncio que tu agradeces humedecendo os lábios e os olhos.
Conheci-te á pouco e já por ti estou apaixonado, sangrei assim todo o meu ódio de imediato substituindo-o por “sim’s” que rebentam com toda e qualquer barreira que fica por aí parada que nem velho abatido em ressaca de guerra desamparada.
Perco-me aqui na areia com o som ensurdecedor do mar – há que gritar: “vós incessantes ondas, vosso movimento de trás para a frente deixa-me zonzo e mal disposto, parai para mim e só para mim, para os outros continuai mas para mim parai!”
Mas as ondas lá continuam a ir e a vir, a ir e a vir, não se cansam, não se afligem, continuam, não pensam 2 vezes nem sequer 1 vez! Continuam.
Gostaria de te conhecer à milénios e como consequência disso fazer amor aqui diante do sol, do mar, da areia, do calor e diante dessa gente toda que finge viver. Faríamos um amor agora dengoso, quente e carinhoso. Pedíamos ao universo para nos acompanhar embora reparássemos que já ele nos andava ás cavalitas.
Beijos e corpos besuntados de suor e amor e areia se amansam e averiguam caminhos mais prazeirosos para a união destes dois corpos que juntos, se belos, formam um ser perfeito e mais que humano, um ser de concorrência divina, um Deus.
Ai querida teu cheiro e pele calam-me as sirenes intelectuais, deixando-me ser humano uma vez mais. Teu jeito feminino minha gramática do espiritual na terra, a arte de pedir ou rejeitar observo-a em ti. Tenho calores de te ver pronunciar certas palavras, jeitos de olhar e de boca, fico doido e selvagem, quente e atento em ti e em mim, de momento só isto me interessa.
O mundo que caia redondo no chão, este momento é para sempre: quente.
Conheci-te á pouco e já por ti estou apaixonado, sangrei assim todo o meu ódio de imediato substituindo-o por “sim’s” que rebentam com toda e qualquer barreira que fica por aí parada que nem velho abatido em ressaca de guerra desamparada.
Perco-me aqui na areia com o som ensurdecedor do mar – há que gritar: “vós incessantes ondas, vosso movimento de trás para a frente deixa-me zonzo e mal disposto, parai para mim e só para mim, para os outros continuai mas para mim parai!”
Mas as ondas lá continuam a ir e a vir, a ir e a vir, não se cansam, não se afligem, continuam, não pensam 2 vezes nem sequer 1 vez! Continuam.
Gostaria de te conhecer à milénios e como consequência disso fazer amor aqui diante do sol, do mar, da areia, do calor e diante dessa gente toda que finge viver. Faríamos um amor agora dengoso, quente e carinhoso. Pedíamos ao universo para nos acompanhar embora reparássemos que já ele nos andava ás cavalitas.
Beijos e corpos besuntados de suor e amor e areia se amansam e averiguam caminhos mais prazeirosos para a união destes dois corpos que juntos, se belos, formam um ser perfeito e mais que humano, um ser de concorrência divina, um Deus.
Ai querida teu cheiro e pele calam-me as sirenes intelectuais, deixando-me ser humano uma vez mais. Teu jeito feminino minha gramática do espiritual na terra, a arte de pedir ou rejeitar observo-a em ti. Tenho calores de te ver pronunciar certas palavras, jeitos de olhar e de boca, fico doido e selvagem, quente e atento em ti e em mim, de momento só isto me interessa.
O mundo que caia redondo no chão, este momento é para sempre: quente.
O vento sopra a vida
Muda o coração se fecha
Em solidão a lágrima quer sair mas não sai.
Provém daquilo que falámos à pouco,
Sabendo que é ferro o que nós colhemos
Corri água pelo planalto acima,
Antes ela descia.
Não cai mas se estica, não morre mas se expande,
Carece e fica come a própria língua com fome e sede
Sem alcance parecer a vida.
Mexer mundo, mexer vida,
Salta-me a barriga de mim e anda por aí,
Assim sou agora deveras magro, sem fontes,
Leve para poder transportar mais facilmente,
Recorro á mente, invoco o pensamento
E sento-me então acolhedoramente no chão.
Quem ficou secou e quem foi se eliminou.
O vento levou a poeira e com ela voei eu também
Por erro ou pelo acaso fui e voei.
Confuso no meu discernimento acabei acabando
A minha obra em pedra ficou e então me lancei para o vento
Para ser simultâneamente quem vai e quem fica.
Sendo tudo abdiquei de ser coisas para ser um nada
Que me permite ser tudo experimentando, evoluindo
Ficando um pouco e depois seguindo.
Por vezes podia morrer pela simples consciência
Do sofrimento que me atravessa a mente.
Vida tem sofrimento, mas este tem de ser abraçado
E aí assim de suas mãos escondidas nas costas
As trás à luz dos meus olhos e surgem-lhe
Nas mãos presentes e abraços,
Cortejos e canções,
Festas e multidões.
Muda o coração se fecha
Em solidão a lágrima quer sair mas não sai.
Provém daquilo que falámos à pouco,
Sabendo que é ferro o que nós colhemos
Corri água pelo planalto acima,
Antes ela descia.
Não cai mas se estica, não morre mas se expande,
Carece e fica come a própria língua com fome e sede
Sem alcance parecer a vida.
Mexer mundo, mexer vida,
Salta-me a barriga de mim e anda por aí,
Assim sou agora deveras magro, sem fontes,
Leve para poder transportar mais facilmente,
Recorro á mente, invoco o pensamento
E sento-me então acolhedoramente no chão.
Quem ficou secou e quem foi se eliminou.
O vento levou a poeira e com ela voei eu também
Por erro ou pelo acaso fui e voei.
Confuso no meu discernimento acabei acabando
A minha obra em pedra ficou e então me lancei para o vento
Para ser simultâneamente quem vai e quem fica.
Sendo tudo abdiquei de ser coisas para ser um nada
Que me permite ser tudo experimentando, evoluindo
Ficando um pouco e depois seguindo.
Por vezes podia morrer pela simples consciência
Do sofrimento que me atravessa a mente.
Vida tem sofrimento, mas este tem de ser abraçado
E aí assim de suas mãos escondidas nas costas
As trás à luz dos meus olhos e surgem-lhe
Nas mãos presentes e abraços,
Cortejos e canções,
Festas e multidões.
De tocada pela lua não tens muito,
Pelo céu talvez
Mas no sol aí te elaboras
Como deusa da minha existência onírica.
Céu, nuvens, mar, areia,
Precipício e vegetação
Tudo isto a escrever
Com um cigarro na mão esquerda
Caneta na direita e
Uma cervejinha à espreita.
Não me estás longe,
Talvez longe no material
Mas em mim existes
Por completo todo o dia
A toda a hora.
Perdi-me ao te conhecer
E evaporaste-te em 2 adeus.
Que é de mim?
Fico aqui que nem cão abandonado
Que nem triste frustrado
De não ter agarrado
Quem me agarrou a mente.
Lanças feridas já sem bico no fim,
Não penetram, só magoam
Quem assisti e quase abracei
Depois de ti.
Aprendi a viver sem estar aqui
E nisso me tornei surpreendente e invulgar.
Carente inércia que me presta a reconhecer
Que daí não me consegui levantar e recomeçar
Que por aí fiquei sem forças a rastejar.
Mas continuo minha raça
Mesmo sem ti.
Tem de haver um fim
E eu quero vê-lo assim
Mesmo que sem ti.
Pelo céu talvez
Mas no sol aí te elaboras
Como deusa da minha existência onírica.
Céu, nuvens, mar, areia,
Precipício e vegetação
Tudo isto a escrever
Com um cigarro na mão esquerda
Caneta na direita e
Uma cervejinha à espreita.
Não me estás longe,
Talvez longe no material
Mas em mim existes
Por completo todo o dia
A toda a hora.
Perdi-me ao te conhecer
E evaporaste-te em 2 adeus.
Que é de mim?
Fico aqui que nem cão abandonado
Que nem triste frustrado
De não ter agarrado
Quem me agarrou a mente.
Lanças feridas já sem bico no fim,
Não penetram, só magoam
Quem assisti e quase abracei
Depois de ti.
Aprendi a viver sem estar aqui
E nisso me tornei surpreendente e invulgar.
Carente inércia que me presta a reconhecer
Que daí não me consegui levantar e recomeçar
Que por aí fiquei sem forças a rastejar.
Mas continuo minha raça
Mesmo sem ti.
Tem de haver um fim
E eu quero vê-lo assim
Mesmo que sem ti.
Asterisco quebrado por entre sombras e lingotes de carvalho empobrecido pelo fumo pestilento dos narizes alarmados de quem de sangue fez grandes estruturas e de alma dinheiro.
Terra besuntada de whisky e petróleo, flores castanhas e cinzentas fruto das expirações dos carros que transportam pessoas do lar para o trabalho, para as compras e de novo para o lar, a bela espiral de vida quotidiana de escravo ocidental rende-se à vida fingindo-se vivo encontrando sorrisos nas prateleiras compra-os e depois os usa como forma de não ser e adiar esse dever até não mais o haver.
Terra besuntada de whisky e petróleo, flores castanhas e cinzentas fruto das expirações dos carros que transportam pessoas do lar para o trabalho, para as compras e de novo para o lar, a bela espiral de vida quotidiana de escravo ocidental rende-se à vida fingindo-se vivo encontrando sorrisos nas prateleiras compra-os e depois os usa como forma de não ser e adiar esse dever até não mais o haver.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Cega,
Cega cabra és tu
Sua cabra!
Que há de sair de ti
Senão um grito de angústia
Dissimulado em sexo?
Cabra cega,
Cega tu cabra!
Não vês que assim não és mulher?
Cabra tu, cabra cega!
Fecha-te em casa e
Mete-te em depressão
Consome a tua própria lentidão
E descobre o teu eu de mão dáda
Com a mulher natural que deves ser.
Depois é só trazê-la cá para fora.
Cega cabra és tu
Sua cabra!
Que há de sair de ti
Senão um grito de angústia
Dissimulado em sexo?
Cabra cega,
Cega tu cabra!
Não vês que assim não és mulher?
Cabra tu, cabra cega!
Fecha-te em casa e
Mete-te em depressão
Consome a tua própria lentidão
E descobre o teu eu de mão dáda
Com a mulher natural que deves ser.
Depois é só trazê-la cá para fora.
Um grande artista é como um universo.
Existe sem fim no mundo,
Tudo é sentido
E observado
Tudo é importante e intenso.
Expandir-se a ordem
Não há não nem fim
Só ir e ser.
O ideal é não ter nada
Que o agarre ao mundo exterior
E aí está o seu naufrágio de força vital
Para ter vida comum.
Dá-se ao mental perde o corpo
E o selvagem de ser humano animal.
É duro mas dá frutos.
Existe sem fim no mundo,
Tudo é sentido
E observado
Tudo é importante e intenso.
Expandir-se a ordem
Não há não nem fim
Só ir e ser.
O ideal é não ter nada
Que o agarre ao mundo exterior
E aí está o seu naufrágio de força vital
Para ter vida comum.
Dá-se ao mental perde o corpo
E o selvagem de ser humano animal.
É duro mas dá frutos.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
A ausência é o meu mundo.
O não sentir nada
E o ver o nada
E o que se vê
Com o nada na mente.
Espécie de calma abrangente
Fica
E vai ficando
O meu mundo isolado deste
Num encontro estridente
Mas sem êxtase.
Acontece somente
E eu não o penso
Cientificamente.
É naturalmente
Como tudo o que existe
Fruto da lei universal.
É a minha meditação ocidental.
O não sentir nada
E o ver o nada
E o que se vê
Com o nada na mente.
Espécie de calma abrangente
Fica
E vai ficando
O meu mundo isolado deste
Num encontro estridente
Mas sem êxtase.
Acontece somente
E eu não o penso
Cientificamente.
É naturalmente
Como tudo o que existe
Fruto da lei universal.
É a minha meditação ocidental.
Continua a batalha
Como se viver fosse uma guerra,
É que se a fosse realmente
Eu lutaria com forças em frente
Mas nem isso
É uma guerra dissimulada em sorrisos e gestos educados.
Ai que me cansa esta ideia
Que ser é ser algo que se veste e pensa
Como se não houvesse alma,
O que vês é o que interessa!
Mas como?
Que tristeza viver assim.
Eu que sofro desde que nasci
Sou bem mais feliz que vocemecês
Que estão sempre a sorrir e que são tão prestáveis...
Para quê?
Para morrerem sem saberem
O que aqui tiveram a fazer?
Porra, é que tanta alma boa e inteligente
Se deixa levar por este coeficiente
Insuficiente!
Não se deixem levar irmãos
Escolham-se a si e pensem que o de resto
É demais para o começo da vida.
Vão então conhecer o inferno primeiro
E depois o céu aqui,
Aqui na terra meu irmão.
Como se viver fosse uma guerra,
É que se a fosse realmente
Eu lutaria com forças em frente
Mas nem isso
É uma guerra dissimulada em sorrisos e gestos educados.
Ai que me cansa esta ideia
Que ser é ser algo que se veste e pensa
Como se não houvesse alma,
O que vês é o que interessa!
Mas como?
Que tristeza viver assim.
Eu que sofro desde que nasci
Sou bem mais feliz que vocemecês
Que estão sempre a sorrir e que são tão prestáveis...
Para quê?
Para morrerem sem saberem
O que aqui tiveram a fazer?
Porra, é que tanta alma boa e inteligente
Se deixa levar por este coeficiente
Insuficiente!
Não se deixem levar irmãos
Escolham-se a si e pensem que o de resto
É demais para o começo da vida.
Vão então conhecer o inferno primeiro
E depois o céu aqui,
Aqui na terra meu irmão.
Ter-te pessanha, desfigurada
Não me ajudaria a suportar
Minha ideia de vida.
Esta é demais pesada para suportar sozinho.
Quero-te firme e hirta
Mas mole e quente
Simultâneamente
Como uma mulher sabe ser
Naturalmente.
Adversa a procura
Na mesma chego a ti porque
És o que anseio por ver.
Deixa-me tocar-te
E toca-me também
Quando assim o desejares
E me queiras satisfazer.
Porque na verdade
Temos o mundo a nossos pés quando nos tocamos,
O mundo é só o mundo pequeno e fraco aos nossos pés
Quando nos beijamos.
Falo do mundo meus amigos
Não do Universo ou Natureza
Esses são sempre Deuses a respeitar e ter em conta.
Fervo contigo, és-me demais para os meus canais abertos
Para absorver e criar mas demais abertos para amar.
Há um contra-ponto ao sensivel,
Este tanto é criança magoada
Quanto demónio.
Os dois podem sair ou entrar nesta mente que se deixa ser,
Pode-se então tornar perigoso este espaço em meu redor
Se tiveres por perto minha querida.
Miúda, miúdinha,
Mulher, mulherzinha,
Que calor e criação emanas
Por olhos ou sorrisos inerentes
Ao teu papel na existência.
Só há a vida e tu e afecto e carinho
O resto são sussurros que chegam a ti sozinho.
Não me ajudaria a suportar
Minha ideia de vida.
Esta é demais pesada para suportar sozinho.
Quero-te firme e hirta
Mas mole e quente
Simultâneamente
Como uma mulher sabe ser
Naturalmente.
Adversa a procura
Na mesma chego a ti porque
És o que anseio por ver.
Deixa-me tocar-te
E toca-me também
Quando assim o desejares
E me queiras satisfazer.
Porque na verdade
Temos o mundo a nossos pés quando nos tocamos,
O mundo é só o mundo pequeno e fraco aos nossos pés
Quando nos beijamos.
Falo do mundo meus amigos
Não do Universo ou Natureza
Esses são sempre Deuses a respeitar e ter em conta.
Fervo contigo, és-me demais para os meus canais abertos
Para absorver e criar mas demais abertos para amar.
Há um contra-ponto ao sensivel,
Este tanto é criança magoada
Quanto demónio.
Os dois podem sair ou entrar nesta mente que se deixa ser,
Pode-se então tornar perigoso este espaço em meu redor
Se tiveres por perto minha querida.
Miúda, miúdinha,
Mulher, mulherzinha,
Que calor e criação emanas
Por olhos ou sorrisos inerentes
Ao teu papel na existência.
Só há a vida e tu e afecto e carinho
O resto são sussurros que chegam a ti sozinho.
A salvação e a maldição do artista reside na sua criança magoada
Que ou por ele ou por outros foi magoada e anexada
Num local escuro donde raramente tem o privilégio de sair.
O artista espicaça ou abraça a sua criança
Cada vez que cria ou quer criar.
Se a espicaça a sua arte não transporta em si nenhuma salvação,
Se a abraça então a sua arte contém em si
Nitida ou entre-linhas salvação.
Este último artista procura a salvação dessa criança.
Cada vez que cria a abraça mais perto
A coloca mais perto da luz do dia.
Este artista tem uma forte vontade e necessidade
De fecundar o mundo e se encontrar com a vida em si,
Portanto cria como passatempo
Como necessidade
De se salvar a si mesmo.
Este artista sabe que a realidade alheia
Que não lhe fornece afecto ou informação útil
Ao seu projecto não é a sua realidade pessoal
Entre si e a vida.
Portanto não é importante o que lhe rodeia
Só o que lhe toca ou ele quer tocar.
Assim ele vai criar até ter á frente dos olhos do consciente
A sua bela e ansiosa criança que há tanto ansiava por ver.
Quando a vir então, não mais precisará de criar
Mas só vê-la a andar e saltitar pela vida que ele acabou por criar.
Aí será feliz, aí será livre,
Aí fará as pazes com o mundo, a morte, o universo,
Porque conquistou o poder da vida em si nele mesmo.
Que ou por ele ou por outros foi magoada e anexada
Num local escuro donde raramente tem o privilégio de sair.
O artista espicaça ou abraça a sua criança
Cada vez que cria ou quer criar.
Se a espicaça a sua arte não transporta em si nenhuma salvação,
Se a abraça então a sua arte contém em si
Nitida ou entre-linhas salvação.
Este último artista procura a salvação dessa criança.
Cada vez que cria a abraça mais perto
A coloca mais perto da luz do dia.
Este artista tem uma forte vontade e necessidade
De fecundar o mundo e se encontrar com a vida em si,
Portanto cria como passatempo
Como necessidade
De se salvar a si mesmo.
Este artista sabe que a realidade alheia
Que não lhe fornece afecto ou informação útil
Ao seu projecto não é a sua realidade pessoal
Entre si e a vida.
Portanto não é importante o que lhe rodeia
Só o que lhe toca ou ele quer tocar.
Assim ele vai criar até ter á frente dos olhos do consciente
A sua bela e ansiosa criança que há tanto ansiava por ver.
Quando a vir então, não mais precisará de criar
Mas só vê-la a andar e saltitar pela vida que ele acabou por criar.
Aí será feliz, aí será livre,
Aí fará as pazes com o mundo, a morte, o universo,
Porque conquistou o poder da vida em si nele mesmo.
A viola, a música
Salva-me do peso da individualidade.
Usando a boca e o corpo
Cuspo a minha pessoa para vós
Pois eu não tenho que aguentar
Tudo aquilo que penso.
A poesia, a escrita
É uma arte muito pesada
Muito de sacrifício
E nisso a música ajuda a largar para o ar
O que está cá dentro.
Fico assim mais leve e lento,
Calmo por dentro
Porque finalmente me permito
Estar calmo para fora.
Salva-me do peso da individualidade.
Usando a boca e o corpo
Cuspo a minha pessoa para vós
Pois eu não tenho que aguentar
Tudo aquilo que penso.
A poesia, a escrita
É uma arte muito pesada
Muito de sacrifício
E nisso a música ajuda a largar para o ar
O que está cá dentro.
Fico assim mais leve e lento,
Calmo por dentro
Porque finalmente me permito
Estar calmo para fora.
Muito delicado é este estado
De êxtase intelectual.
Tanta ideia ou conclusão
Parecendo certa ou adequada ao espaço nela envolvente,
Pareço criar um DNA dum sentimento.
Um quanto cresce a amplitude
Da mente com o cansaço,
O alcóol ou a ressaca,
Fico mais perto do que quero,
Aquele estado com um pé no real
E outro na transcendente ideia da mente.
A realidade nunca me preocupou muito,
O que eles são o que as coisas fazem no mundo da cidade
É para mim matéria que bem misturada
Cria ideias e verdades
(Talvez) passageiras.
A vida real para a qual nasci
Não está de acordo com o que eu considero vida,
Logo vivo essa vida ideal na mente e agora
Pareço começar a transpor naturalmente
Essa vida ideal para a vida no real
O que me parece bem conseguido.
A mente, meu mundo da mente,
Sempre foi a minha casa natal
O local onde podia brincar e ser
Sem consciência ou gravidade.
É o meu mundo
Aquele por mim criado,
Aquele para mim que devia ser a realidade.
Mas não é.
Hoje não me chateio com isso,
Porque na verdade o mundo
Cá de fora é de todos
E eu quero um só meu.
Tenho muito que resolver na minha mente,
Tenho muito que pensar e compreender,
Evoluir no fundo é a minha vontade,
Como pessoa, como alma,
Saber até onde posso chegar
Com esta minha existência.
Nisto tenho que ter cuidado com a realidade,
Porque esta salpica com tinta
Não desejada
O meu castelo de pedra
A ser construido com calma,
Sem ganância ou incoerencia.
É muito perigoso o poder
De persuasão do mundo real,
Principalmente para mim
Que levo uma criança
Carente e simples ás costas.
Tenho que a controlar
E explicar que eu é que a levo ao céu
E não o mundo lá fora.
Mas ela não compreende a minha ambição
E fala numa lingua infantil o seu grito de carência.
Para mim esse grito
Também já não me diz nada,
Sinto que os dois podemos ir juntos
E triunfar sós.
Ela grita carência e só quer amor,
Eu grito que esse só quero encontrar e ter
Quando o terreno á volta for propício
A que o amor cresça sem intercepções
Alheias e indesejadas.
Vivo neste conflito constante,
Louco em parte mas consciente
Dessa mesma loucura.
De êxtase intelectual.
Tanta ideia ou conclusão
Parecendo certa ou adequada ao espaço nela envolvente,
Pareço criar um DNA dum sentimento.
Um quanto cresce a amplitude
Da mente com o cansaço,
O alcóol ou a ressaca,
Fico mais perto do que quero,
Aquele estado com um pé no real
E outro na transcendente ideia da mente.
A realidade nunca me preocupou muito,
O que eles são o que as coisas fazem no mundo da cidade
É para mim matéria que bem misturada
Cria ideias e verdades
(Talvez) passageiras.
A vida real para a qual nasci
Não está de acordo com o que eu considero vida,
Logo vivo essa vida ideal na mente e agora
Pareço começar a transpor naturalmente
Essa vida ideal para a vida no real
O que me parece bem conseguido.
A mente, meu mundo da mente,
Sempre foi a minha casa natal
O local onde podia brincar e ser
Sem consciência ou gravidade.
É o meu mundo
Aquele por mim criado,
Aquele para mim que devia ser a realidade.
Mas não é.
Hoje não me chateio com isso,
Porque na verdade o mundo
Cá de fora é de todos
E eu quero um só meu.
Tenho muito que resolver na minha mente,
Tenho muito que pensar e compreender,
Evoluir no fundo é a minha vontade,
Como pessoa, como alma,
Saber até onde posso chegar
Com esta minha existência.
Nisto tenho que ter cuidado com a realidade,
Porque esta salpica com tinta
Não desejada
O meu castelo de pedra
A ser construido com calma,
Sem ganância ou incoerencia.
É muito perigoso o poder
De persuasão do mundo real,
Principalmente para mim
Que levo uma criança
Carente e simples ás costas.
Tenho que a controlar
E explicar que eu é que a levo ao céu
E não o mundo lá fora.
Mas ela não compreende a minha ambição
E fala numa lingua infantil o seu grito de carência.
Para mim esse grito
Também já não me diz nada,
Sinto que os dois podemos ir juntos
E triunfar sós.
Ela grita carência e só quer amor,
Eu grito que esse só quero encontrar e ter
Quando o terreno á volta for propício
A que o amor cresça sem intercepções
Alheias e indesejadas.
Vivo neste conflito constante,
Louco em parte mas consciente
Dessa mesma loucura.
Passam ideias e vontades,
Mentes e verdades pela minha cabeça
E eu sou-as a todas em pleno.
Agora sou o que estou a ser
Daqui a 5 minutos
Posso estar a morrer
E mais 2 minutos
Com o mundo em mim
Num enorme sorriso.
Mas não digas o que sou,
Não penses que eu sou algo ou alguém,
Não me esfregues isso na cara
Pois não gosto.
O que estás a dizer que eu sou
É o que tu queres que eu seja
Para ti neste momento,
Para tranquilamente arrumares minha junção de corpo e fala
Numa gaveta da tua mente.
Mas eu de lá sairei certamente,
Se me vires amanha ou para a semana.
Sabes, eu não sou de ficar,
Sou mais de ir,
Um ir que nem profundo é,
Mas leve, leve de consciência
É só vontade e ausência.
Vou porque já fiquei e não gostei.
Quando fico um pouco
A minha parte mais carente,
Encarrega-se imediatamente de criar raízes.
Então o meu eu de desejo e
Consequente do confronto
Do que fui e quero ser,
Corta-as determinadamente
Ou foge enquanto
Estas ainda estão verdes e miudinhas.
Gostaria de ficar,
Não sou forte,
Sou carente
Mas mesmo assim não posso ficar num terreno
Em que não acredito,
Criando raízes que rapidamente
Se tornam varizes e a mente
Um lago de mentiras e forçosos sorrisos.
Aprendi a guardar a minha carência
Cá dentro
E só mostrá-la a quem não a pese,
Penso que assim me tornei forte.
Mentes e verdades pela minha cabeça
E eu sou-as a todas em pleno.
Agora sou o que estou a ser
Daqui a 5 minutos
Posso estar a morrer
E mais 2 minutos
Com o mundo em mim
Num enorme sorriso.
Mas não digas o que sou,
Não penses que eu sou algo ou alguém,
Não me esfregues isso na cara
Pois não gosto.
O que estás a dizer que eu sou
É o que tu queres que eu seja
Para ti neste momento,
Para tranquilamente arrumares minha junção de corpo e fala
Numa gaveta da tua mente.
Mas eu de lá sairei certamente,
Se me vires amanha ou para a semana.
Sabes, eu não sou de ficar,
Sou mais de ir,
Um ir que nem profundo é,
Mas leve, leve de consciência
É só vontade e ausência.
Vou porque já fiquei e não gostei.
Quando fico um pouco
A minha parte mais carente,
Encarrega-se imediatamente de criar raízes.
Então o meu eu de desejo e
Consequente do confronto
Do que fui e quero ser,
Corta-as determinadamente
Ou foge enquanto
Estas ainda estão verdes e miudinhas.
Gostaria de ficar,
Não sou forte,
Sou carente
Mas mesmo assim não posso ficar num terreno
Em que não acredito,
Criando raízes que rapidamente
Se tornam varizes e a mente
Um lago de mentiras e forçosos sorrisos.
Aprendi a guardar a minha carência
Cá dentro
E só mostrá-la a quem não a pese,
Penso que assim me tornei forte.
Sou tudo o que desejo ser.
Tudo o que desejo no momento do presente
No futuro se inpregna em mim.
É maravilhoso
É toda a base da minha filosofia de vida
Evoluir e conhecer.
O resto pouco me interessa
São só barreiras a trespassar
Para que o meu sonho vigente á ideia de ser alguém
Se concretize num futuro próximo,
Para que logo asseguir venha outro desejo
Outra vontade
Outra ambição de ser.
Vivo para mim,
Sou um belo exemplo de egoismo nato.
Tanta batalha passada por resolver
Acabo vivendo do passado,
Resolvendo-o pelas forças do presente.
Sou quem sonho e vou sendo
Nunca ficando num só ser
Ambicionando sempre um novo
Que me ensine algo de mais novo a viver
Para completar esta ânsia
De conseguir existir no máximo possivel
De ideias e pessoas e personagens.
Ser outro
Sendo o eu profundo aquele que orienta e espicaça
O outro a caminhar para o centro do ideial
Do eu que fica sábio observando as pisadas
Do eu que pisa o real.
Tenho um todo universo
Cá dentro
Nem preciso deste mundo
Ou de ofertas que não peça.
Vivo de mim para mim
Sentindo a vida como
Algo artistico e divino.
Por vezes penso que nem precisava
Deste mundo á minha volta da realidade civilizacional,
O meu eu já reuniu tanta e qualquer informação
E emoção que podia ficar séculos a escrever
E a pensar suas milhões de possibilidades
E acasalamentos,
Entre sentimentos e passados meus
E de tanta gente.
Pois sim, vivo não só em mim.
Somos todos para mim
Um universo controlado pelo meu eu intelectual
Que se diverte em viver em algo
Que nem carimbo de real tem.
É só um divertimento meu
Este de imaginar e pensar tudo sobre
A essência do humano e da natureza
Da vida em si portanto.
Penso sobre tudo isto e nisso sou feliz
Porque compreendo e vejo tudo
De belo e incrível e estupido também
De toda mas mesmo toda a existência
Que houve, que há e que há-de haver.
Tudo o que desejo no momento do presente
No futuro se inpregna em mim.
É maravilhoso
É toda a base da minha filosofia de vida
Evoluir e conhecer.
O resto pouco me interessa
São só barreiras a trespassar
Para que o meu sonho vigente á ideia de ser alguém
Se concretize num futuro próximo,
Para que logo asseguir venha outro desejo
Outra vontade
Outra ambição de ser.
Vivo para mim,
Sou um belo exemplo de egoismo nato.
Tanta batalha passada por resolver
Acabo vivendo do passado,
Resolvendo-o pelas forças do presente.
Sou quem sonho e vou sendo
Nunca ficando num só ser
Ambicionando sempre um novo
Que me ensine algo de mais novo a viver
Para completar esta ânsia
De conseguir existir no máximo possivel
De ideias e pessoas e personagens.
Ser outro
Sendo o eu profundo aquele que orienta e espicaça
O outro a caminhar para o centro do ideial
Do eu que fica sábio observando as pisadas
Do eu que pisa o real.
Tenho um todo universo
Cá dentro
Nem preciso deste mundo
Ou de ofertas que não peça.
Vivo de mim para mim
Sentindo a vida como
Algo artistico e divino.
Por vezes penso que nem precisava
Deste mundo á minha volta da realidade civilizacional,
O meu eu já reuniu tanta e qualquer informação
E emoção que podia ficar séculos a escrever
E a pensar suas milhões de possibilidades
E acasalamentos,
Entre sentimentos e passados meus
E de tanta gente.
Pois sim, vivo não só em mim.
Somos todos para mim
Um universo controlado pelo meu eu intelectual
Que se diverte em viver em algo
Que nem carimbo de real tem.
É só um divertimento meu
Este de imaginar e pensar tudo sobre
A essência do humano e da natureza
Da vida em si portanto.
Penso sobre tudo isto e nisso sou feliz
Porque compreendo e vejo tudo
De belo e incrível e estupido também
De toda mas mesmo toda a existência
Que houve, que há e que há-de haver.
Não, conciliar coisas para mim
É quase impossivel.
Tenho 1001 sonhos por minuto
E cada tempo que passa
Aparece e desaparece sempre mais um.
Tenho de estar atento ao mundo em redor,
Não me posso alienar
Só se me centrando bem no meu mundo interior.
Almas essas que anseio por conhecer,
Escondem-se por entre grupos
De moscas em forma humana.
Só quero individuos,
Tirem-me grupos da frente
Detesto grupos,
Essas mini-instituições
Em forma de sorriso e fraqueza.
Individuos,
Esses mesmos individuos
Que me fazem
Acalmar o meu próprio individuo
Nascendo-lhe uma vez mais a esperança
Em seres viventes e luz de vida
Não reprimida em almas
Que simplesmente abdicaram do medo.
Detesto humanos no geral hoje em dia,
Porque a maioria não é,
Só me interessa aqueles que deixaram de ser uma figura
Para carregarem em si a chama da existência.
É quase impossivel.
Tenho 1001 sonhos por minuto
E cada tempo que passa
Aparece e desaparece sempre mais um.
Tenho de estar atento ao mundo em redor,
Não me posso alienar
Só se me centrando bem no meu mundo interior.
Almas essas que anseio por conhecer,
Escondem-se por entre grupos
De moscas em forma humana.
Só quero individuos,
Tirem-me grupos da frente
Detesto grupos,
Essas mini-instituições
Em forma de sorriso e fraqueza.
Individuos,
Esses mesmos individuos
Que me fazem
Acalmar o meu próprio individuo
Nascendo-lhe uma vez mais a esperança
Em seres viventes e luz de vida
Não reprimida em almas
Que simplesmente abdicaram do medo.
Detesto humanos no geral hoje em dia,
Porque a maioria não é,
Só me interessa aqueles que deixaram de ser uma figura
Para carregarem em si a chama da existência.
O puritanismo não é bom, a ideia de mal também não.
O puritanismo cansa-me, essa sua ideia que faço mal em beber uma cerveja e bem em fazer desporto.
A mente é uma enorme bomba de raciocínio e se esta foi acordada e imensamente estimulada desde a consciência então a droga é uma maneira de compreender a mente e ir aparafusando e desaparafusando parafusos até se estar como se quer ser alternando entre o sóbrio e o “alterado” vai-se metendo as partes da mente em contacto acabando este contacto, se sereno e voluntário, por se tornar harmonioso e aí, só aí a droga deixa de fazer sentido naturalmente para o próprio que a consome.
A droga é para ser usada de forma produtiva, criativa,
se assim for, por vontade própria e consciência própria e responsabilidade própria a droga é realmente útil ao entendimento da vida e de nós próprios.
Depois deste entendimento então podemos realmente nos decidir a viver a nossa própria vida.
Essa para mim é a razão de neste momento achar a droga/alcóol algo de recreativo e produtivo para a descoberta de nós próprios.
O crucial também a meu ver é que tem de haver aceitação deste factor de se usar a droga por vontade e responsabilidade própria e não ter qualquer culpabilidade ou vitimização, porque aí duma maneira ou doutra será uma fuga ao benéfico poder da alteração da mente.
A questão da fuga também é importante, é essencial a fuga, esta é necessária para controlar o que queremos ou não pensar e tratar.
O cérebro é uma máquina de absorção de informação então retém muita informação indesejada para quem pensa e se quer centrado em si.
Factores como a publicidade e hábitos de familia e heredetariedade que se quer por um pouco de parte por momentos para que o que está mais fundo na mente vir ao de cima para que o consciente o veja e compreenda melhor.
É essencial meter essas distracções de lado por momentos para conseguirmos trazer um pouco do nosso intimo aos nossos olhos, senão estão sempre dissimulados pelo hábito e o quotidiano e o comum normal.
Assim pode-se até dizer com uma ponta de humor que quem usa a droga de forma a se descobrir e se centrar não está a fugir mas sim á procura de existir.
O puritanismo cansa-me, essa sua ideia que faço mal em beber uma cerveja e bem em fazer desporto.
A mente é uma enorme bomba de raciocínio e se esta foi acordada e imensamente estimulada desde a consciência então a droga é uma maneira de compreender a mente e ir aparafusando e desaparafusando parafusos até se estar como se quer ser alternando entre o sóbrio e o “alterado” vai-se metendo as partes da mente em contacto acabando este contacto, se sereno e voluntário, por se tornar harmonioso e aí, só aí a droga deixa de fazer sentido naturalmente para o próprio que a consome.
A droga é para ser usada de forma produtiva, criativa,
se assim for, por vontade própria e consciência própria e responsabilidade própria a droga é realmente útil ao entendimento da vida e de nós próprios.
Depois deste entendimento então podemos realmente nos decidir a viver a nossa própria vida.
Essa para mim é a razão de neste momento achar a droga/alcóol algo de recreativo e produtivo para a descoberta de nós próprios.
O crucial também a meu ver é que tem de haver aceitação deste factor de se usar a droga por vontade e responsabilidade própria e não ter qualquer culpabilidade ou vitimização, porque aí duma maneira ou doutra será uma fuga ao benéfico poder da alteração da mente.
A questão da fuga também é importante, é essencial a fuga, esta é necessária para controlar o que queremos ou não pensar e tratar.
O cérebro é uma máquina de absorção de informação então retém muita informação indesejada para quem pensa e se quer centrado em si.
Factores como a publicidade e hábitos de familia e heredetariedade que se quer por um pouco de parte por momentos para que o que está mais fundo na mente vir ao de cima para que o consciente o veja e compreenda melhor.
É essencial meter essas distracções de lado por momentos para conseguirmos trazer um pouco do nosso intimo aos nossos olhos, senão estão sempre dissimulados pelo hábito e o quotidiano e o comum normal.
Assim pode-se até dizer com uma ponta de humor que quem usa a droga de forma a se descobrir e se centrar não está a fugir mas sim á procura de existir.
Aquele que ali vai é triste
Caindo pelas ruas escuras da cidade.
Eu sou aquele mas estou
Aqui parado a olhar.
(Como estar e ser assim?)
Sendo eu vendo outro,
Vivendo sereno na possibilidade de ser
Aquele que caminha para algum lado
E não vê que esse andar
Pode-o levar onde eu quero ir
Estando eu parado.
Sou algo.
Caindo pelas ruas escuras da cidade.
Eu sou aquele mas estou
Aqui parado a olhar.
(Como estar e ser assim?)
Sendo eu vendo outro,
Vivendo sereno na possibilidade de ser
Aquele que caminha para algum lado
E não vê que esse andar
Pode-o levar onde eu quero ir
Estando eu parado.
Sou algo.
A realidade acaba por ser
Mais louca que a ficção.
A loucura que se me atravessa
Nesta minha realidade lisboeta
Numa festiva passagem de ano
Faz-me parecer um obscuro manifesto
À actual situação humana
Desta cidade, deste mundo.
Quem diria que somos seres humanos?
Quem diria que somos comuns aos aborigenas?
Pois as realidades concedem-se
A um espaço curto e limitado
Que se obscura de possibilidades possiveis
Ao alcance.
A verdade é que o que eu pondero sobre isto que vejo
Em nada vai afectar
É um acto isolado
E nisso me aprecio
Porque no fundo não critico nem avalio para fora
Senão para mim
Se os outros lerem isto serão eles
Uns duplos da minha
Mente observadoura.
Quem pondero agora é so um misto de frustração e desespero
Não procuro dizer nada a ninguém senão a mim mesmo
E mesmo penso que não se aplica a mim mesmo
Talvez aos deuses, ao ar, aos espiritos.
O pensamento é ilimitado e vai e fica
E é criado, produzido, modificado,
Fica e pode ir e assim é
E assim ficará e será.
Escrevo dentro do carro não triste
Mas abatido por um mundo que não aprecio
E do qual tenho medo e vergonha.
Esse tal mundo que em pedaços quero conquistar em meus pés
Por minha mente e corpo
Andar sem quem o responsabilizar
Senão eu mesmo.
Filmo por entre espaços reais de angustia e frustracção
Buscando qualquer iluminação que me faleça
O espirito orgulhoso e me busque o tenro.
Mais louca que a ficção.
A loucura que se me atravessa
Nesta minha realidade lisboeta
Numa festiva passagem de ano
Faz-me parecer um obscuro manifesto
À actual situação humana
Desta cidade, deste mundo.
Quem diria que somos seres humanos?
Quem diria que somos comuns aos aborigenas?
Pois as realidades concedem-se
A um espaço curto e limitado
Que se obscura de possibilidades possiveis
Ao alcance.
A verdade é que o que eu pondero sobre isto que vejo
Em nada vai afectar
É um acto isolado
E nisso me aprecio
Porque no fundo não critico nem avalio para fora
Senão para mim
Se os outros lerem isto serão eles
Uns duplos da minha
Mente observadoura.
Quem pondero agora é so um misto de frustração e desespero
Não procuro dizer nada a ninguém senão a mim mesmo
E mesmo penso que não se aplica a mim mesmo
Talvez aos deuses, ao ar, aos espiritos.
O pensamento é ilimitado e vai e fica
E é criado, produzido, modificado,
Fica e pode ir e assim é
E assim ficará e será.
Escrevo dentro do carro não triste
Mas abatido por um mundo que não aprecio
E do qual tenho medo e vergonha.
Esse tal mundo que em pedaços quero conquistar em meus pés
Por minha mente e corpo
Andar sem quem o responsabilizar
Senão eu mesmo.
Filmo por entre espaços reais de angustia e frustracção
Buscando qualquer iluminação que me faleça
O espirito orgulhoso e me busque o tenro.
A arte cria-se através duma criança magoada, a criança do artista magoada.
Quando esta encontra o mundo, a moral, a sociedade, a responsabilidade da existência no mundo e na pertença á humanidade ou morre ou se mantem escondida mas viva no interior da mente do artista.
O artista, mais das letras, talvez o mais lúcido dos artistas, é imensamente mental, porque se habituou desde pequeno a tal, devido ao constante conflito com o mundo natal. Já lhe é natural a convivência constante com o mundo real e o da mente que para ele certamente será mais verdadeiro e natural.
Esta convivência excessiva consigo mesmo cria uma ideia de que se é especial ou anormal. É essa ideia que ou se larga ou se pega. O artista é quem pega nela porque se vê incapaz da deslargar. Quando a pega começa a usá-la seja onde for de lugares artisticos.
Usa-a e torna-se sua vida, mais que o real a sua vida é uma luta com o transcendental.
Seu corpo, sua vida real não basta para sua ambição animal, tudo o que sente, pensa, cria é um toque ligeiro ou brutal no corpo da Criação.
Não quer desistir pois a vida sem esta dádiva/maldição parece-lhe demais sem graça, esta é a questão a que quero chegar.
O artista por mais alto que seja ou tenha sido não compreende que em si carrega a manifestação fulcral da natureza/universo. Ele com esse encontro mágico que lhe fornece capacidade para criar tal qual sua mãe natureza não compreende que pode encontrar a derradeira existência, que é aplicar sua força da natureza na existência real.(e esquecer o mundo banal).
Se o artista se mantem a criar até sua morte ele perdeu a opurtunidade de encontrar o nirvana na vida, ou melhor até, de encontrar a morte na própria vida.
O fim do mistério do universo reside aí.
A existência suprema dum raio da natureza ter caido num artista e este o prestar a manifestar, mas se o presta a manifestar para a realidade civilizacional estará sempre milhões de anos atrás da sua possibilidade existêncial.
A questão, é que penso que o artista pode através da sua criação sofisticar-se ao ponto de a poder largar em termos materiais e partir no encontro á vida na terra, aí por mais que seja diferente o seu local de vida real, sustem em si na mente a existência suprema da vida, será como dar um “passo-bem” ao seu criador.
Estará em paz e naturalmente viverá sem a pressão do exterior, pois sabe que a vida está em si e na sua relação com o exterior.
O real dos outros passa a não lhe dizer nada, porque ele saberá da vida em si, já se encontrou com a criação do universo e sabe que não há nada a saber senão viver.
Em si se fecha o mistério da vida e do universo, ele é o universo.
Quando esta encontra o mundo, a moral, a sociedade, a responsabilidade da existência no mundo e na pertença á humanidade ou morre ou se mantem escondida mas viva no interior da mente do artista.
O artista, mais das letras, talvez o mais lúcido dos artistas, é imensamente mental, porque se habituou desde pequeno a tal, devido ao constante conflito com o mundo natal. Já lhe é natural a convivência constante com o mundo real e o da mente que para ele certamente será mais verdadeiro e natural.
Esta convivência excessiva consigo mesmo cria uma ideia de que se é especial ou anormal. É essa ideia que ou se larga ou se pega. O artista é quem pega nela porque se vê incapaz da deslargar. Quando a pega começa a usá-la seja onde for de lugares artisticos.
Usa-a e torna-se sua vida, mais que o real a sua vida é uma luta com o transcendental.
Seu corpo, sua vida real não basta para sua ambição animal, tudo o que sente, pensa, cria é um toque ligeiro ou brutal no corpo da Criação.
Não quer desistir pois a vida sem esta dádiva/maldição parece-lhe demais sem graça, esta é a questão a que quero chegar.
O artista por mais alto que seja ou tenha sido não compreende que em si carrega a manifestação fulcral da natureza/universo. Ele com esse encontro mágico que lhe fornece capacidade para criar tal qual sua mãe natureza não compreende que pode encontrar a derradeira existência, que é aplicar sua força da natureza na existência real.(e esquecer o mundo banal).
Se o artista se mantem a criar até sua morte ele perdeu a opurtunidade de encontrar o nirvana na vida, ou melhor até, de encontrar a morte na própria vida.
O fim do mistério do universo reside aí.
A existência suprema dum raio da natureza ter caido num artista e este o prestar a manifestar, mas se o presta a manifestar para a realidade civilizacional estará sempre milhões de anos atrás da sua possibilidade existêncial.
A questão, é que penso que o artista pode através da sua criação sofisticar-se ao ponto de a poder largar em termos materiais e partir no encontro á vida na terra, aí por mais que seja diferente o seu local de vida real, sustem em si na mente a existência suprema da vida, será como dar um “passo-bem” ao seu criador.
Estará em paz e naturalmente viverá sem a pressão do exterior, pois sabe que a vida está em si e na sua relação com o exterior.
O real dos outros passa a não lhe dizer nada, porque ele saberá da vida em si, já se encontrou com a criação do universo e sabe que não há nada a saber senão viver.
Em si se fecha o mistério da vida e do universo, ele é o universo.
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