Encrustado em pena branca
Há cara suja que teima comer
O pó do branco puro.
Atravessa o terraço
Em pouco de altura
Se debruça.
A morte não chega
Nesse chão,
Salta então.
Caída veste azul,
Azul medieval,
Mais feliz religião
Que intrínseca beleza
Ausculta seu chão
Sujando-se dele
E em cima
Pleno, pleno azul limpo.
Quem de o crer?
Tu, talvez…
Pardalito não te calas?
Foge, foge pardalito…
Creio em tranças castanhas
Oiradas pelo sol da manhã.
Sentada à beira dela
Eu me sujo de pensar.
Requiro que me dói a cabeça,
Ela se encolhe de ombros e diz
Em sua pequena mente,
“não compensa…”
O mar ao sol
Distribui seu barulho incessante.
Ondas que expressam
Que a morte não mata a vida…
Levanto o corpo
Para ir deitar
Ali a mente.
“cansado durmo.” Penso.
Ela se esvai em parte
Que agora não me disponho
De fala pois oiço sonho meu.
Atravessa, ela, a calma
E se dispõe
De abraço ao mundo
Feito ar, energia.
Queimo sabedoria
Em fala e ela é dela em mim criadora.
Suspiro baixinho e se ela foi…
Grito alto a dor
Chamando-a
E o silêncio di-la
Não ter a seu dispor.
Ensanguentado em mísera solidão
Olho a direcção da hora:
“almoço, está certo…”
Não creio em nenhum perdão
E assim ele me é
Faca bem fina e afiada
Em meu coração.
O galo canta e é uma hora,
Falta tanto para o novo dia
E ele já canta.
Será que também ele tem pressa?
Fungando as preces de um outro amanhã
Gero cansaços antecipados,
Antigos de não (antes) cuidados.
“ela vem, ela vem…”
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