Fugir…fugir da vida!
Que ela se quer demais querida!
Fugir, porque fujo?
Porque sim!
Fujo um pouco ali e ali
Para que no encontro (isso sim!)
Me encontrar deveras!
Fujo para poder encontrar, é isso!
Há que fugir um pouco
Para ganhar a carência
E dela fazer a mais louca
Entrega de felicidade.
Pois no encontro,
De me lembrar fugir,
Encontro mesmo!
Fujo então, afinal,
Para gerar o mais belo encontro!
Claro que não demais natural
Este procedimento
Mas hoje nada o é também,
Senão, o meu encontro!
Porque é vital.
Porque é gerado de minha auto-criada
Carência e fugimento.
Sou, todo eu, pré-propositado.
Invento minha vida,
E no fundo, nisto
Não a deixo natural rolar.
Mas é assim agora…
Foi, fui ontem outro
E amanhã sim, amanhã…
Amanhã não existe que reconforto…
Palerma devasso eu sou!
Mas só porque quero mais e mais encontro.
Hoje, sereno do que quero,
Não me dou
A demais do que, a mim, peço.
Chega, basta, o que hoje desejo.
Na verdade sempre basta
Quando já, de partida, demais se deseja!
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