Pensadores que me deram luz
De minha já luz nascida
Me abriram uma outra minha
Que é nossa, afinal,
À partida!
Meus queridos sábios
Mortos e outros quantos
Ainda em corpo resistem.
Florescemos juntos o som da sabedoria
Porque ouvimos o silêncio.
Uma salva de palmas a nós!
Irmãos e irmãs
Que de verem corpos atrofiados por números(!)
Escolhem a mente e com sorte
Alcançam espírito
Que os eleva à eternidade.
Creio em nós sábios.
Aqueles que se acreditam
Merecem viver imensamente além corpo ou morte!
Desde o primeiro shamã
Ou primeiro homem simples até…
Já esse simples, era outrora só por si, já um sábio.
Sabia fazer canoa, casa, tecido,
Amor, arte e ninguém o ensinava
Como necessidade
Mas alegre cultura,
Vento de sabedoria
Tão natural como o nascimento.
Ai meu irmão…
Primeiro homem à face da terra
Que não teve medo de se erguer
Em simbiose para com a gravidade!
Jasus, que superior irmão!
Quem foste tu?
O maior dos maiores sábios
Que não divagou
Pôs logo em acção pensamento, emoção.
Um bem-haja a ti irmão!
Deus afinal dos seres humanos.
O primeiro Deus que viveu em corpo!
Os índios ensinam-nos que os animais
Também têm espírito e nisto também eles
Deuses vivem para sempre.
É certo que esses índios sabem mais que eu
Pobre alma que de santo nascimento
A eticaram de civil.
Tanto um outro mundo
(ou outros)
Que mais rege este e nós
Sóbrios trabalhadores
Cansados de nossos corpos
Não o sabendo porquê…
“fala-me do espírito irmão.”
Não falo não.
Ouve o silêncio
Que verdade só a tua
E essa só tu, ouvindo o nada,
Podes ver donde brota em sussurros
Tua alma, tua verdade.
Excede-te no corpo
Para veres o que fica sempre.
Desse sempre tens essência tua
Que a podes assim acarinhar
Como verdade, tua única verdade.
Esquece a plumagem fétida da sociedade
E despe, além da vista, teu ser
Para que dele emanes só tu tua verdade.
Todos os humanos irmãos!
Desde o raiar do sol a Oriente
Caindo em quente estridente no Ocidente.
O Muçulmano, o Cristão, o Hindu e o Tupi
O Aborígene e o Cherokee,
O quente Eskimó
E o povo de Benim!
Somos todos lindos e fabulosos!
Criaturas de uma destreza mil
Em nos sorrirmos diariamente
O desassossego da “coisa” imposta.
Fala aos espíritos
E compreende que o tempo do corpo
É todo relativo
E teu eu desejo tem de ser ouvido!
Falo verdade.
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