Entra devagar
Que o copo
Se já acaba
E eu não me acabo nunca.
Entro eu na tua
Que silenciosa me aprumo
Em dengosa asa feminina.
Sapatos pretos
Mente branca
O corpo de meu tempo: amanhã.
Manhã tigresa
Calor em sol bimol
E eu sorrindo
Ainda deitado,
Apoiada face em perna depilada.
Então o sol
Me cai em energia
E salto
Eu da cama com alegria.
É fruto a comer tempo
A me de encanto pertencer.
Há um livro na mala
Mas Deus me livre!
Que não quer ser ele lido.
Há burocracias
Para conter o tempo da vida.
Assinaturas, processos,
Desaventuras de ser civil.
Em parte desmamado da árvore mãe
Vomita em tom de sorriso o leite
Que sendo do pai
Não é leite mas provavelmente sémen.
Ah mas eu não,
Eu quero as mamães!
Mãezinha pequenina
Faz-me uma filhinha.
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