Um passo em falso
E já não é teu
Teu caminho.
Um passo em falso
E logo toleras um outro
Que não teu por habituação.
Um passo em falso
E pumba já não és tu.
Cuidado é o que tenho,
Até demais cuidado
E aí me logro de infortúnio e sofrimento…
Que deixado em paz é o maior dos desafios!
Querer andar por aí
Só vendo
Não sendo visto
Desafio, desafio…
E cansa-me esta coisa
De me proporem.
E ter eu a ousadia
De dizer que não pode ser.
Fico como que culpado
De assim dizer
Porque, na verdade, queria
Um até tão bem um pouco me entreter.
Mas é só bocado
E minha fluidez,
Que de natural e hábito precisa,
Não me tolera nada
Que não seja inteiro.
A arte dura a vida não.
Daí escrevo agora e
Não vou ver o tal “senão”.
Mais necessidade tenho eu
De me fazer em arte que em corpo social.
O social mesmo que artístico
(como muitas vezes o apresento)
Quase nunca me basta
A não ser que haja continuação:
Em Mulher, caminho ou direcção.
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