A me enlouquecer, breve tempo no eterno da ressaca
burocrática, pois aqui, o descanso faz-se a andar de bicicleta. Vejo o mundo
passar como se fosse mentira. E verdade que ele é… No entanto, tanta coisa
fustiga meu corpo para sair e não lhe encontro saída possível. Quem é o tempo? Abraçadas à poeira, estão todas as minhas
amadas a quem ensinei a estar sós. Reconheço um princípio de fim e tudo que
agora é morre a cada deslumbre que lhe lanço. Fosse alguém meu amigo e eu seria
outro. Pudesse eu ter amigos e esses me terem por perto enquanto invento
precipícios, terramotos e furacões.
A ordem é outra. Que na força desta, essa, consciência tudo
morre e vive e chora e sorri a cada momento, instante. Pudesse eu ser calmo e
resoluto em corpo, perscrutando a realidade como se dela verdadeiramente
fizesse parte. Ai, que morte sombria me acorrenta o espírito e me deturpa o
corpo em fera enjaulada. Cada tempo a seu tempo e minha demorada morte será o
beijo de deus num qualquer eterno presente do futuro. Amar-me como se fosse eu
o dono disto tudo… Que miséria estupenda e deslumbrante!. Basto-me, e canto a
glória do meu tão natural encontro comigo e o universo para sempre.
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