Junto a ela
Sorri o mundo
E a pedra de meu peito
É águia planando.
Só, só isto.
Sem ela a pedra pesa,
Corrói-me a vida
(à podridão)
Fazendo de mim
Uma máquina de fuga.
Fuga que se deduz em arte.
Que escolher:
A arte ou o amor?
Já que a vida parece impossível
Um gajo tem de se condenar a uma das duas.
Foge minha filha
Que fujo eu contigo.
O segredo do nosso sangue
Tem de ser preservado
Para que invés de vivo
Seja louvado em arte.
Somos deuses e os deuses
Não podem pisar o mesmo chão
Que pisam os outros.
Temos de guardar este nosso deus
No peito, no coração.
E no deslumbrar de um vindouro novo dia
Os soltar, soltar nossos deuses.
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