"Agora corrompo-me o mais possível. Por quê? Quero ser poeta e trabalho
para me fazer vidente: você não está a perceber nada e eu também não lhe
sei explicar. Trata-se de chegar ao desconhecido pela desordem de todos
os sentidos. Os sofrimentos são enormes, mas é preciso ser-se forte,
ter nascido poeta, e eu reconheci-me poeta. A culpa não é minha de
maneira nenhuma. É errado dizer: Eu penso. Deve dizer-se: Eu sou
pensado. Desculpe o jogo das palavras. Eu é outro. Tanto pior para a
madeira que se descobre violino, e que se danem os inconscientes, que
discutem sobre coisas que ignoram por completo!"
Arthur Rimbaud
correspondência, a Georges Izambard, Charleville, Maio de 1871 ( excerto)
in ABCedário do Surrealismo
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