segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Estou no mundo
Mas vivo
Num á parte,
O da minha consciência.
Saltam-me à vista
Imagens duma sociedade
Organizada por fora
Mas despedaçada por dentro.

Olhos famintos de sentido,
Famintos de amor,
Poucos, poucos,
Há poucos desses olhos.
Estão todos já sobrecarregados
Dum mundo
De betão e tecnologia e eficiencia.

Um mundo em que o perfeito
É aplaudido, reconhecido e desejado.

A essência ainda existe
Embora que somente
No amor,
Na relação intima,
No calor de olhares.

Tão dificil que está encontrar
Vida na vida.

Há pessoas, há sentimentos e
Luzes só que
Tudo existe
Para alimentar a mãe máquina,
O monstro capital,
O monstro internacional do ser humano.

Evoluir, contruir, explorar
Para conseguir
Mais e mais...
De quê meus irmãos?
Parem e pensem.

A mentira e a hipocrisia
São o virus genial
Da religião e da civilização capitalista imperial.

Tão fácil
Apanhar essa coisa
Pelo ar da informação
Quando se está
Constipado da mente.

Compreende tua fatalidade
Mas repara no que há
À tua volta, há afecto.
Esse pode ser teu Deus amoroso.

Vamos a ter calma.

Ama-te por mais dificil que seja
Ou ama muito outra pessoa ou coisa
E vais ter calma
E algum sentido.

Olham-me com má cara,
Porque não é bonito
Nem agradável
Estar triste e perdido.

Fujam da tristeza ela é horrivel!
Compra aquilo, vais ver como
Te sentes melhor, agarra a religião,
Ai que conforto.
Sê rico, olha o que podes fazer com tanto dinheiro!
Grita o capital social.

Calma.

Eu tenho amor...

Sem comentários: