segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Insaciáveis cobras do passado
Porque afirmam
Ser tão boas?

O futuro não me sorri tanto porque
Vocês não me largam.
Nem eu vos quero largar.

Parei e pensei.
Gostei de vê-la
Mas ela tem o
Seu mundo
E eu tenho o meu.
A noite trovejou-me
A carência
E irritou-me
A pele branca
E flácida.

O sangue sangrou
Mas só mais tarde
Vi isso.
Quando virei costas ao
Espelho
Vi tudo de vermelho
E o medo
Assombrou-me o tédio.

Corri com
Todas as minhas
Forças
Para baixo dum carro
Que estava longe.

Julguei ver passar
A sombra de um deus,
Escondi então o meu
Para não haver confonto.

Metamorfoses
Queimaram-me
As costas e a cabeça.

Acordei num amanhecer laranja
De passaros a chilrrarem e eu
A os compreender.

Quando saí debaixo do carro
Estavam pessoas com asas
Com ar de espanto
A olhar para mim.

A grande esperança destes seres estava em mim.

Senti um peso anormal
Nas costas
Então olhei para trás.
Tinha asas enormes brancas
De divino!

Uma estava partida...
A grande esperança era deficiente.

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