segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Detesto admiti-lo mas sinto tédio.
Um imenso e mísero tédio que me humilha e ofende
visto que não é de ordem iluminada estar-se sem fazer nada.
Concordo com a coisa de se estar a viajar,
comer fora, falar aos amigos, tardes serões.
Infelizo-me de ver-me assim num qualquer fim que abomino.
Pois vendo que a vida existe e que amanhã acordo e
entretanto vou dormir, parece-me deveras inútil sentir-me assim: parado.
Que pecado imenso, coisa feia e de tormento visceral
que nem tem onde eu pegar para iluminar.
Canso-me de mim, este podre ser que chega a um fim como
se isso se admitisse a mim.
Desde que haja sol há que haver vida!
Nunca a só diabólica vida das engrenagens do sistema que nos
leva por aí para gerar o dinheiro que nos mantém assim.
É que sem sonho, meus meninos e meninas, a vida não tem qualquer sabor.
Enfim, a verdade é que o erro está deveras em mim.
Deveras um erro a considerar...visto que disto não me posso muito habituar.
Morrer está para longe ou num qualquer sonho do passado.
Entretanto, peço desculpa, mas há que viver!
Se há tédio, mate-se algo, metafóricamente falando, meu caro, claro.
Palhaçada se crer e ficar no nada...
Que a vida me atropele em breve ó "chavalo".
Tou cansado de ser velho, estou cansado de nisto não passar a novo.
Eterno retorno, já sei, já sei...
Mas há que furá-lo com uma traquinice à disciplina do hábito infernal.
Ainda não sei nem quero. Adio o tempo a me lembrar do tempo que não
era este que nem já contemplo.
É que fico indeciso, ó sim indeciso, de ver caminhos vários a querer de mim.
Habituado ao narciso e aos caminhos não serem escolhidos por mim.
Há que ser então agora presente e jogar os dados do improviso: vida, não é?
Mas lá está, razão de tanta dúvida só poderia ser uma: é Domingo.
É isso, é isso, é Domingo...

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