quinta-feira, 22 de julho de 2010

Inalo o fumo da vista
E escolho outro cigarro da algibeira
Esta funda que nem saco do lixo
Requer pericia para se encontrar
O que se procura.

Deambulo que nem um preso solto
Que já não sabe o que é
Cuidar de si
E só se alia ao que manda em si.

Corpo lá anda sozinho,
A mente com brutas
Paredes de aço maciço
Só deixa ver o que não faz sofrer.

Custa a subir as escadas,
Velho por dentro
Podre mesmo de tanta vida reprimida
Sem aparente razão.

Sou aquele que não
Pede perdão mas que o sofre
Para sempre bem dentro
Do coração.

Sou aquele que se finge quem foi
Para não mostrar
O que não é
Que agora é.

Sou aquele que vive
Querendo morrer
Mas sem o querer realmente
Vive contrariado.

Sou aquele que foi
Abandonado e não querendo
Perder o que lhe foi dado
Deixou de ser quem era.

Sou aquele que hoje não é nada.

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