quinta-feira, 22 de julho de 2010

Vergonha de existir



Saber o que se tem,
Saber o que se perdeu
Mas ficou em forma de peso,
Em forma de dor física
Mas orientação mental.

Vida amaldiçoada pela salvação,
Recantos escondidos
Os que mais vejo se apropriam de mim
E eu tenho de os ser e decifrar para me
Livrar deles
Para logo noutro cair asseguir.

Noite em compasso menor,
O dia é a minha noite
E a lua e o escuro
O calor do meu feto interior.

Na noite tenho espaço para ser
O dia é para os outros.

O anoitecer teu é meu amanhecer
Aí nasce em mim aquela
Vontade de ir além
E me deixar possuir
Pelo ideal em concretização
Mental ou boémia.

Não me posso dar ao luxo de ser passivo
Senão morro esmagado pelo que já sei,
É só ir em frente com pressa de satisfazer
Este estranho Deus que me pisa a existência
Em forma de ideias e conclusões.

Quem me dera ser simples
E comum breve e passageiro
Ser que vive logo morrendo
Dando lugar a mais um
Muito semelhante a ele.

O meu segredo é a curiosidade.

O que me mata: a ignorância do mundo humano.

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