quinta-feira, 22 de julho de 2010

Proponho-me agora a reconhecer-te as virtudes para que me digas as minhas e nisto eu me isolo no fundo de mim mesmo trazendo a âncora que me deixa à tanto encalhado nesta sombria tempestade. Dando-te a mão em seguida e um olhar terno e um fenomenal silêncio que tu agradeces humedecendo os lábios e os olhos.
Conheci-te á pouco e já por ti estou apaixonado, sangrei assim todo o meu ódio de imediato substituindo-o por “sim’s” que rebentam com toda e qualquer barreira que fica por aí parada que nem velho abatido em ressaca de guerra desamparada.
Perco-me aqui na areia com o som ensurdecedor do mar – há que gritar: “vós incessantes ondas, vosso movimento de trás para a frente deixa-me zonzo e mal disposto, parai para mim e só para mim, para os outros continuai mas para mim parai!”

Mas as ondas lá continuam a ir e a vir, a ir e a vir, não se cansam, não se afligem, continuam, não pensam 2 vezes nem sequer 1 vez! Continuam.

Gostaria de te conhecer à milénios e como consequência disso fazer amor aqui diante do sol, do mar, da areia, do calor e diante dessa gente toda que finge viver. Faríamos um amor agora dengoso, quente e carinhoso. Pedíamos ao universo para nos acompanhar embora reparássemos que já ele nos andava ás cavalitas.

Beijos e corpos besuntados de suor e amor e areia se amansam e averiguam caminhos mais prazeirosos para a união destes dois corpos que juntos, se belos, formam um ser perfeito e mais que humano, um ser de concorrência divina, um Deus.
Ai querida teu cheiro e pele calam-me as sirenes intelectuais, deixando-me ser humano uma vez mais. Teu jeito feminino minha gramática do espiritual na terra, a arte de pedir ou rejeitar observo-a em ti. Tenho calores de te ver pronunciar certas palavras, jeitos de olhar e de boca, fico doido e selvagem, quente e atento em ti e em mim, de momento só isto me interessa.

O mundo que caia redondo no chão, este momento é para sempre: quente.

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