terça-feira, 2 de agosto de 2011

Chega a bruma
Donde me encontro.
O sol jazia alto
Num outro lugar
E eu lhe afagava as lágrimas…

Céu turvo de nevoeiro bruto,
O mundo continua
Embora que mais triste
Continua certamente.

A noite se anuncia
Por 1001 sóis
Que fingem a luz
E a levam consigo
Deixando atrás o rasto
Da verdadeira escuridão.

Colher o que me dão
Pois não pode
Assim ser tão pobre não.

Elaboro urros de vida,
Gritos de vitória
Que a planta do vital
Me escaramuça a existência,
Ironicamente.

Prendo a minha atenção
Ao que me faz querer,
Largo a outra
Pelo fumo do fumo meu
Que me sai pela boca
(esconde eu).

Mentiras fundadas verdade
Com a mera e simples
Artificialidade.

Correntes de ser
Qual a escolher?

Vive-se desencontrado
Porque o encontro custa mais.

Há matérias que se não querem desenvolvidas…
Carentes, ficam para quem
Não mais deseja viver essa realidade
Que, no fundo, só faz sofrer.

E daí as vaidades minhas,
Tuas, que interessa hã?
Somos todos uma bola
Que só sabe de si
E esquece o outro
Amavelmente
Em tom de sorriso displicente.

Que acarretar com as verdades
É um feito e muito.
Poucos as querem
Que num mundo de mentira
A verdade é um monstro.

Mas me não me canso
De pregar ao céu
A verdade perpétua
E fecunda
E assim colho
Com minha mão uma outra
E outra pequena mão,
Que quer, que crê
E saltamos a vedação
Tensos de saber
Que a vida existe para viver.

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