terça-feira, 2 de agosto de 2011

O passado foi tempo dele
Não de eu.

Que tenho a defender
Ou a arrepender de um tempo
Em que já não era eu?

Hoje é um outro dia e
Amanhã serei outro.

Que chatice esta coisa
De nos termos de ser compreensíveis
Aos outros!

No meu ideal
Falaria só com quem queria
Deixando as centenas que me conhecem,
Falar com meu silêncio
E indiferença
Se me interrompessem.

Eu que me gero e me creio
Em sozinho divino,
Porque me amedrontar de ter de falar
A quem já não me conhece?

Sou dado adquirido
Para quem
Menos me teve
Quando quem me mais soube
E sentiu
É quem mais me sabe mistério.

Eu não sou de ninguém
Nem mesmo de mim.
Então como me tu conheces
Assim me falando tão,
Parecendo com fim?

Detesto que me conheçam,
Detesto que pensei quem sou.

Eu não sou
Vou sendo,
Tudo de trás levando
Em silêncio comigo.

Então porquê contigo isto partilhar?
(se é em silêncio que vou evoluindo?)

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