quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Ó que de manhã procurei segredo, deram-me ele torto e consegui não ficar. As regras do ar para pôr no chão. Sim, eu caminhar! Nuvens, concretas nuvens de perigo e o meu abismo ser funil do sol. Passeei por ali, fruto de um pouco de terra a cair. Deixei cair, que é bom ver movimento sem me dele abstrair. Fui procurar um lugar, um lugar para me sentar. Vieram canções me tocar e eu feliz, plataforma conseguida, oferecida pelos Deuses. Embora o meu canto seja de escuro ao pesado, elevado a um numero que não me surge agora, todo o meu sonho é de luz e procria crianças livres como o nunca. Falei-te de chão, falei-te de céu, falei-te de tudo menos de mim. E falo a todas assim. Árvores de azul marinho e eu calado sozinho, terra de um deus alado que chora sorrindo. Fomos para ali, que se estava mal aqui. Soltaram-se as amarras, amadureceram-se os olhos, veículos do coração. Meu coração quer-me o prejuízo da alma. Não nasci para sofrer e assim sorrio ao meu. O sino bate mais uma vez, foi desta que foi a tua vez. Caíram do ramo mais fraco gnomos e trapézios com seus palhaços lá dentro. Dentro do quê? Ó loucura propicia a dar asas a este mal estar da alma. Quero ser um e perder-me ao mundo. Encontrar-me nos outros e gritar glória em silêncio. Foi de mim que disto nasceu um mundo. Quero chão por onde caminhar ó deuses! A vida é uma dor de cabeça imensa para quem demais pensa. Aurora canta, maresia da passagem, inaugura-se a saudade e dá-se a mão a quem a queira, sem a olhar, porque o olho dá asneira. Ó meu Portugal, serás o berço de mim quando por aí for? Creio que sim. Que de sangue só me deram conforto e medos infinitos que guardam o corpo em plena morte. "He not busy being born is busy dying" como já o Bob dizia. Cantigas de amigo, sim, amigos são aqueles que nos chamam à vida sem nos atormentar demais o coração. Amigos são aqueles que compreendem a não acção ser o caminho à compreensão. Sim, amigos. Há que acreditar meu querido, que o medo é o alimento dos pobres. Embora que guie, embora que guie a vida... Perder, perda-se identidade que se ganhará a alma, nítida. Um gajo nasce e morre, até lá trabalha - raio de vida! 

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