terça-feira, 20 de novembro de 2012

Compasso erguido,
Fria lua do consolo
Desenrolo-te nua,
Fêmea dos prazeres dionisíacos.

Foste tu prima do sol talvez?

Em parte, por parte,
Olhei-te em seguida.
Fingiste-te de mim
E te mais não vi.

O que faço aqui só?

Aos trambolhões deambulo.
Pretas escadas que desço
Para encontrar porta?

Invento escadas então
Que subam e deixo o chão
Para os que já são.

Eu, repito, vou sendo!

O caminho se faz o esquecendo.

Curioso que amigos meus dizem-me:
Conheci-te há um ano,
Conheci-te há 10.

Fico a pensar então o que é o tempo...

Será que ele passa realmente?

Eu nunca me lembro
E continuo em frente
Como se nada houvesse senão
O meu grito silencioso.

Talvez amanhã.
É.
Talvez para mim
O futuro seja o que o passado é para os outros.

Olho, endeusando-o,
E corro-lhe atrás.

Corro (para a frente)
Mas é como se
Fosse ao encontro do passado.

A harmonia é total
E os pássaros que agora chilram
O confirmam.

A minha glória à vida
É que a sinto.
A cada momento,
A cada pulsar a acaricio
Com as minhas mãos frias
Que guardam um coração quente.

Ter tempo para gesticular a fantasia.
Digerir-lhe os excessos
Metamorfoseando-os em vida que possa ser
Vista, sentida, vivida.

A vida não pára
Mas pára-a o artista com sua arte.

Não fácil parar a vida...

Amanhã?
Veremos...

O que me diz o amanhã?

Diz: " está descansado
Que não tarda e tarda muito."

Bonito.

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