terça-feira, 13 de novembro de 2012

Olho ao lado
E parece que vejo quem não vi.


Travessas fechadas
E eu no acolá de ali.

Entra na rua a Joana
E fala o Pedro à Camila
Enquanto se ela evidencia.

Tropeçam-se orgulhos
Pela esquina –
É lá que estamos –
E largam-se sorrisos esforçados
Que lembram que há mais
Que amizade por aqui…

Todos se tocam.

A sexualidade
É então fulgurantemente
Disparada pela cabeça,
Corpo e membros!

Na rua de cima
Alguém grita à bófia
E na praça abaixo
Vende-se cocaína falsa.

Lisboa é a fauna do meu espírito.

A flora é o silêncio,
As gaivotas, o mar
E o horizonte.

Ontem falavas de amanhã.
Ao que eu te mal escutei,
Tão concentrado que estava nesse hoje que passou.

Espera-me a noite
Levada pela cerveja
Que de não careço preço.

Nunca sei o
Que me ela espera:
Um poema, um pensamento acertado,
Um amigo, uma menina.

Tudo e nada
Como jogador de casino:
Aposto na noite solitária por Lisboa.

Sempre me dá ela algo.

Se me logo
Não apercebo,
De ressaca, reflectindo,
Lá encontro sempre caminho oferecido.

Não há desgosto nesta vida
Porque a minha aposta não procura nada
Mas tudo.

Qualquer coisa serve.

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