terça-feira, 20 de novembro de 2012

Faz-se o caminho à porrada enquanto, por dentro, sangra um coração sedento de dar. Sou eu uma pedra que quando acariciada por quem quero derrete-se e reflecte o cristal de dentro. Mas quem me suga, quem é fraco, que fique bem longe de mim pois de pedra faço demónio de todo o ódio que tenho à opressão e repressão e cobardias do senão! A dádiva que me é escrever... Tempo, só preciso de tempo e a minha mente reflecte o espírito como que jogando xadrez em campo divino. Calma, calma é o que me proponho alcançar. Vejo claro dos céus e calmo absorvo a vida como se morre-se a ela, voando. Depois, se tudo à volta, naturalmente, me cancela liberdade suprema eu revolto-me todo por dentro, meu espírito em guerra de querer fazer de meu corpo o seu. Domestico-o, é só. Domestico o meu espírito, não o mato. É aí que entra o valor de minha escrita. Faz-me o poder viver em liberdade absoluta, não oprimindo eu por, minha/sua vez, a repressão, opressão alheias pois cada um vive como vive. Eu deixo viver o outro porque consegui que o outro me deixasse viver como (se eu fosse) um outro. Coisa difícil de se fazer quando se vem de uma família católica/judia portuguesa... Vi o espírito pegar no meu corpo há uns dias e o manipular para o servir. Não sabe ele em que Era eu vivo... Civilização tecnológica e digital não é Era para se pensar em espírito nem espiritualmente. Eu isto hoje compreendo e aceito. Vivo aqui, neste corpo, neste local, neste espaço. Tenho que o viver. Então eu vivo tudo e proponho-me a tudo e aceito e como que compreendo tudo o que vejo, sinto e cheiro. Para quê guardar ódios? Para quê querer fugir do que não há que fugir? Para quê fazer sofrer quem já tanto sofre? Sou santo? Deus me livre! Apenas curioso e entusiasta da vida. Se os outros não vislumbram tanta beleza, problema deles. Hão de ver belezas que eu não conheço... Hão de saber e sentir coisas maravilhosas, quem sabe de uma forma mais maravilhosa que eu. Todos temos esta vida para viver. Não há culpas mas há responsabilidades. Devemo-nos cingir a quem nos ama e a quem amamos para poder, por vezes, ter espaço sincero para não amar, criando em seu lugar. Pois criar é uma festa aos Deuses. Criar é um dever de quem tem mais do que precisa. Viver a vida sem grandes futurismos, apreciando a cada momento o bom, o mau. Levá-los juntos ao encontro da arte e procriar filhos de pais livres. Que o demónio me dê forças para lidar com o mal e Deus as forças para lidar com o bem. Assim teremos uma vida simples e agradável. O mundo está em nós.

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