Pensadores que me deram luz
De minha já luz nascida
Me abriram uma outra minha
Que é nossa, afinal,
À partida!
Meus queridos sábios
Mortos e outros quantos
Ainda em corpo resistem.
Florescemos juntos o som da sabedoria
Porque ouvimos o silêncio.
Uma salva de palmas a nós!
Irmãos e irmãs
Que de verem corpos atrofiados por números(!)
Escolhem a mente e com sorte
Alcançam espírito
Que os eleva à eternidade.
Creio em nós sábios.
Aqueles que se acreditam
Merecem viver imensamente além corpo ou morte!
Desde o primeiro shamã
Ou primeiro homem simples até…
Já esse simples, era outrora só por si, já um sábio.
Sabia fazer canoa, casa, tecido,
Amor, arte e ninguém o ensinava
Como necessidade
Mas alegre cultura,
Vento de sabedoria
Tão natural como o nascimento.
Ai meu irmão…
Primeiro homem à face da terra
Que não teve medo de se erguer
Em simbiose para com a gravidade!
Jasus, que superior irmão!
Quem foste tu?
O maior dos maiores sábios
Que não divagou
Pôs logo em acção pensamento, emoção.
Um bem-haja a ti irmão!
Deus afinal dos seres humanos.
O primeiro Deus que viveu em corpo!
Os índios ensinam-nos que os animais
Também têm espírito e nisto também eles
Deuses vivem para sempre.
É certo que esses índios sabem mais que eu
Pobre alma que de santo nascimento
A eticaram de civil.
Tanto um outro mundo
(ou outros)
Que mais rege este e nós
Sóbrios trabalhadores
Cansados de nossos corpos
Não o sabendo porquê…
“fala-me do espírito irmão.”
Não falo não.
Ouve o silêncio
Que verdade só a tua
E essa só tu, ouvindo o nada,
Podes ver donde brota em sussurros
Tua alma, tua verdade.
Excede-te no corpo
Para veres o que fica sempre.
Desse sempre tens essência tua
Que a podes assim acarinhar
Como verdade, tua única verdade.
Esquece a plumagem fétida da sociedade
E despe, além da vista, teu ser
Para que dele emanes só tu tua verdade.
Todos os humanos irmãos!
Desde o raiar do sol a Oriente
Caindo em quente estridente no Ocidente.
O Muçulmano, o Cristão, o Hindu e o Tupi
O Aborígene e o Cherokee,
O quente Eskimó
E o povo de Benim!
Somos todos lindos e fabulosos!
Criaturas de uma destreza mil
Em nos sorrirmos diariamente
O desassossego da “coisa” imposta.
Fala aos espíritos
E compreende que o tempo do corpo
É todo relativo
E teu eu desejo tem de ser ouvido!
Falo verdade.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Eu não existo dentro de mim.
Se existisse não precisaria de tanto espaço
Exterior a mim.
Fujo do corpo acho.
Fujo deste espaço fatal
Tentando ser o impossível de mais e mais crer
Que de tanto,
Tranquilo, já não mais quer.
Não é caminho…
É algo que me presto
E não encontro
Pois meta minha é a procura.
Não consigo bem escrever
Embora sinta-me prestes
A disso explodir!
Quero dizer algo
Mas pode esse algo não ser possível
De dizer por palavras ou pensamento
Antes a me só acção
Fruto de uma qualquer tentativa
De comunhão
Com mundo este.
Queria espalhar amor
E agora de barulho humano
Fico sombra,
Redobrando esse desejo
Em duplicado negativo.
Enfim, se sozinho
Nascia amarelo de mim,
Assim, só cinzento e talvez até negro.
Mas não queria…
É o cansaço mal dormido,
Tempo não reconhecido.
Se existisse não precisaria de tanto espaço
Exterior a mim.
Fujo do corpo acho.
Fujo deste espaço fatal
Tentando ser o impossível de mais e mais crer
Que de tanto,
Tranquilo, já não mais quer.
Não é caminho…
É algo que me presto
E não encontro
Pois meta minha é a procura.
Não consigo bem escrever
Embora sinta-me prestes
A disso explodir!
Quero dizer algo
Mas pode esse algo não ser possível
De dizer por palavras ou pensamento
Antes a me só acção
Fruto de uma qualquer tentativa
De comunhão
Com mundo este.
Queria espalhar amor
E agora de barulho humano
Fico sombra,
Redobrando esse desejo
Em duplicado negativo.
Enfim, se sozinho
Nascia amarelo de mim,
Assim, só cinzento e talvez até negro.
Mas não queria…
É o cansaço mal dormido,
Tempo não reconhecido.
Engato o cão
Em um enorme pouco trambolhão,
De o assediar a comer enquanto
Ele me desobedece e caga.
Distribuir flores e caixotes
Sem notas, sem sequer moedas!
Divagar o norte em distúrbio funesto de Sul.
Um canto ao próximo,
Encanto o morto
Com minha vivência.
Sei lá de desvios e previsões…
Acordo o torto de mim em coro
E logo findo
Inovo em ser.
A rua passa só
Acompanhada por carros e pássaros.
Não eleva a vivência do quarto
Ao mais de sair e ir para uma além rua:
Avenida!
Sem qualquer sofrer
Minha ordem é comer
O que de mim se aproxima
Em dor de dentes
E carícias peitorais de Deusa feminina.
Em um enorme pouco trambolhão,
De o assediar a comer enquanto
Ele me desobedece e caga.
Distribuir flores e caixotes
Sem notas, sem sequer moedas!
Divagar o norte em distúrbio funesto de Sul.
Um canto ao próximo,
Encanto o morto
Com minha vivência.
Sei lá de desvios e previsões…
Acordo o torto de mim em coro
E logo findo
Inovo em ser.
A rua passa só
Acompanhada por carros e pássaros.
Não eleva a vivência do quarto
Ao mais de sair e ir para uma além rua:
Avenida!
Sem qualquer sofrer
Minha ordem é comer
O que de mim se aproxima
Em dor de dentes
E carícias peitorais de Deusa feminina.
Encrustado em pena branca
Há cara suja que teima comer
O pó do branco puro.
Atravessa o terraço
Em pouco de altura
Se debruça.
A morte não chega
Nesse chão,
Salta então.
Caída veste azul,
Azul medieval,
Mais feliz religião
Que intrínseca beleza
Ausculta seu chão
Sujando-se dele
E em cima
Pleno, pleno azul limpo.
Quem de o crer?
Tu, talvez…
Pardalito não te calas?
Foge, foge pardalito…
Creio em tranças castanhas
Oiradas pelo sol da manhã.
Sentada à beira dela
Eu me sujo de pensar.
Requiro que me dói a cabeça,
Ela se encolhe de ombros e diz
Em sua pequena mente,
“não compensa…”
O mar ao sol
Distribui seu barulho incessante.
Ondas que expressam
Que a morte não mata a vida…
Levanto o corpo
Para ir deitar
Ali a mente.
“cansado durmo.” Penso.
Ela se esvai em parte
Que agora não me disponho
De fala pois oiço sonho meu.
Atravessa, ela, a calma
E se dispõe
De abraço ao mundo
Feito ar, energia.
Queimo sabedoria
Em fala e ela é dela em mim criadora.
Suspiro baixinho e se ela foi…
Grito alto a dor
Chamando-a
E o silêncio di-la
Não ter a seu dispor.
Ensanguentado em mísera solidão
Olho a direcção da hora:
“almoço, está certo…”
Não creio em nenhum perdão
E assim ele me é
Faca bem fina e afiada
Em meu coração.
O galo canta e é uma hora,
Falta tanto para o novo dia
E ele já canta.
Será que também ele tem pressa?
Fungando as preces de um outro amanhã
Gero cansaços antecipados,
Antigos de não (antes) cuidados.
“ela vem, ela vem…”
Há cara suja que teima comer
O pó do branco puro.
Atravessa o terraço
Em pouco de altura
Se debruça.
A morte não chega
Nesse chão,
Salta então.
Caída veste azul,
Azul medieval,
Mais feliz religião
Que intrínseca beleza
Ausculta seu chão
Sujando-se dele
E em cima
Pleno, pleno azul limpo.
Quem de o crer?
Tu, talvez…
Pardalito não te calas?
Foge, foge pardalito…
Creio em tranças castanhas
Oiradas pelo sol da manhã.
Sentada à beira dela
Eu me sujo de pensar.
Requiro que me dói a cabeça,
Ela se encolhe de ombros e diz
Em sua pequena mente,
“não compensa…”
O mar ao sol
Distribui seu barulho incessante.
Ondas que expressam
Que a morte não mata a vida…
Levanto o corpo
Para ir deitar
Ali a mente.
“cansado durmo.” Penso.
Ela se esvai em parte
Que agora não me disponho
De fala pois oiço sonho meu.
Atravessa, ela, a calma
E se dispõe
De abraço ao mundo
Feito ar, energia.
Queimo sabedoria
Em fala e ela é dela em mim criadora.
Suspiro baixinho e se ela foi…
Grito alto a dor
Chamando-a
E o silêncio di-la
Não ter a seu dispor.
Ensanguentado em mísera solidão
Olho a direcção da hora:
“almoço, está certo…”
Não creio em nenhum perdão
E assim ele me é
Faca bem fina e afiada
Em meu coração.
O galo canta e é uma hora,
Falta tanto para o novo dia
E ele já canta.
Será que também ele tem pressa?
Fungando as preces de um outro amanhã
Gero cansaços antecipados,
Antigos de não (antes) cuidados.
“ela vem, ela vem…”
Em vias de sagrado
Meu pensamento vive em mim
Meio que independente
Para o poder
Assim
Escrever, partilhar, ser.
E eu, eu vou andando por aí,
Feliz, no fundo, de ser assim,
Portador de tal conhecimento,
Oficio e luz.
Por agora fico-me por aqui.
Ver onde isto vai dar…
Esquecer-me de mim para me encontrar.
A verdade é uma ironia.
Meu pensamento vive em mim
Meio que independente
Para o poder
Assim
Escrever, partilhar, ser.
E eu, eu vou andando por aí,
Feliz, no fundo, de ser assim,
Portador de tal conhecimento,
Oficio e luz.
Por agora fico-me por aqui.
Ver onde isto vai dar…
Esquecer-me de mim para me encontrar.
A verdade é uma ironia.
Em compasso menor
Parece que fico eu
Comprado à destreza
De mais querer não ser.
Então porquê?
Joga bem o mal da vida
Acorda certo o descuido de ter.
Porquê?
Ah mas silêncio meu velho,
Um absurdo
Que é vos ouvir!
Seres humanos não são
Mas usam seus corpos em cuidado
De os ser prestável.
Mas quem, quem então?
Eu já não sou
E tu,
Tu nunca serás…
Uma tensão desnecessária no ar.
Um canto que se não deixa ser
Por este ser inapropriado ao canto
Que era dele.
Enfim, sim, que me chateio de rastejar.
Quem eu ou tu,
Uma pausa santa que não oiço
E vivo em quase pleno ser.
Parece que fico eu
Comprado à destreza
De mais querer não ser.
Então porquê?
Joga bem o mal da vida
Acorda certo o descuido de ter.
Porquê?
Ah mas silêncio meu velho,
Um absurdo
Que é vos ouvir!
Seres humanos não são
Mas usam seus corpos em cuidado
De os ser prestável.
Mas quem, quem então?
Eu já não sou
E tu,
Tu nunca serás…
Uma tensão desnecessária no ar.
Um canto que se não deixa ser
Por este ser inapropriado ao canto
Que era dele.
Enfim, sim, que me chateio de rastejar.
Quem eu ou tu,
Uma pausa santa que não oiço
E vivo em quase pleno ser.
De demais loucuras
Me servi eu
Para em sossego
Albergar ele.
Gritos altos
E festas doidas,
Noites escuras
E outras iluminadas
Pelo sem fim de fim
Que não resiste à minha sedução.
Querendo o não em vão…
Eu penso o sim
Sem o querer
Tenho-o em mim.
Então nesta ode estranha
Que se chama vida moderna
Solto de mim a hoje rara
Ave de criança pura e magoada.
Todos a ouviram
Que a hoje sou, mais que eu,
Instituição espiritual.
Teve que ser,
Que a já não tolerava
Aos olhos e ouvidos esquecida…
Deus nasceu
Pela primeira vez no Ocidente
E ele sou eu
E ele és tu
Somos nós e nenhum.
Me servi eu
Para em sossego
Albergar ele.
Gritos altos
E festas doidas,
Noites escuras
E outras iluminadas
Pelo sem fim de fim
Que não resiste à minha sedução.
Querendo o não em vão…
Eu penso o sim
Sem o querer
Tenho-o em mim.
Então nesta ode estranha
Que se chama vida moderna
Solto de mim a hoje rara
Ave de criança pura e magoada.
Todos a ouviram
Que a hoje sou, mais que eu,
Instituição espiritual.
Teve que ser,
Que a já não tolerava
Aos olhos e ouvidos esquecida…
Deus nasceu
Pela primeira vez no Ocidente
E ele sou eu
E ele és tu
Somos nós e nenhum.
Cobarde, cobardolas
Aquele que sempre adia aquilo de hoje.
Cobarde, cobardinha
Essa tua sede ceguinha
Faz-te desdenhar a fonte humilde
Mas bruta do dia-a-dia.
Cobarde eu ou ele ali
Cobarde eu sim,
Eu cobarde.
Tantos me querem e eu fujo…
Só quero uns poucos
E desses quero também
Só pouco mas do seu já muito!
Não sei se peso bem meu passo…
Nem sei se assim faço bem.
Mas lá está, ninguém
Sabe ao certo porque vive
E eu disso sei
Dizer que sei um pouco.
E isso já é muito porra!
Sei-me saber cobarde
E me molesto dessa cristã ideia
Mas, mas, mas
Sei que sei um pouco…
Não que valha muito à vida
Já que essa se rege
Por outros métodos e pensamentos.
Quem sabe vivo para a morte…
(não há-de ser assim tão mau…)
Vivo uma vida relativa, condenada.
Aqui onde me escrevo
Nada há disso,
Só pensamento.
Aquele que sempre adia aquilo de hoje.
Cobarde, cobardinha
Essa tua sede ceguinha
Faz-te desdenhar a fonte humilde
Mas bruta do dia-a-dia.
Cobarde eu ou ele ali
Cobarde eu sim,
Eu cobarde.
Tantos me querem e eu fujo…
Só quero uns poucos
E desses quero também
Só pouco mas do seu já muito!
Não sei se peso bem meu passo…
Nem sei se assim faço bem.
Mas lá está, ninguém
Sabe ao certo porque vive
E eu disso sei
Dizer que sei um pouco.
E isso já é muito porra!
Sei-me saber cobarde
E me molesto dessa cristã ideia
Mas, mas, mas
Sei que sei um pouco…
Não que valha muito à vida
Já que essa se rege
Por outros métodos e pensamentos.
Quem sabe vivo para a morte…
(não há-de ser assim tão mau…)
Vivo uma vida relativa, condenada.
Aqui onde me escrevo
Nada há disso,
Só pensamento.
25 de Abril?
Coisa tão distante…
Ontem fui eu a Lisboa
E pouca alma lá estava
Reconhecendo 25 de Abril.
Como gritar esse dia feliz
Se hoje ele é
Sucessivo refutado
Por um cariz prático e pragmático?
25 de Abril foi crer em vida.
Um dos poucos acontecimentos poéticos colectivos.
Hoje há-o tão pouco espaço
Para a poesia
Que a única válida
É aquela alérgica ao dinheiro.
25 de Abril é hoje
Mas pelas ruas mais turistas
Que os donos da cultura do país.
Cria antes ter vivido esse 25 de Abril
De meus pais…
Mas hoje mais me interesso
Por este meu tempo
Que já não tolera demais sonho
E quer só a efectiva resolução, acção.
Que quem leva na tromba
Sempre os pobres
E a pequena e média burguesia
Só mais divagantes ficam pensando tristantes…
Os da alta casta
Tanto (de si) matam para nela se manterem
Que crise esta não os afecta.
O dinheiro não dá sossego.
O vagabundo vive a verdade
Por mais que decadente e sofrida.
O rico vive, por excelência,
A mentira pois o dinheiro
Entra numa e qualquer conversa, acção.
O dinheiro é mau
Necessariamente porque
Não existe no meio natural.
Quem hoje pode-me dizer
Que não sente inveja de uma gaivota
Que voa e para isso não precisa de licença
Ou carta de condução?
Que estranho é hoje conceber
Que ainda, entre nós, vivem animais
Que não pagam impostos nem sindicatos
Apenas comem, dormem e procriam,
Enfim, apenas vivem.
Estamos completamente loucos
Nós seres humanos
E isto que acabei de dizer é facto disso.
Diz-se que a única certeza
Que se tem é que se vai morrer.
Os animais vivem essa certeza como a verdade!
Nós, humanos, inventamos mentiras
Bem contadas para fugir a essa certeza
E assim Deus abandonou nosso corpos
Nos reduzindo a trabalhos forçados…
Quem de nós, hoje,
É inteiramente orgulhoso e sábio do seu bem-estar?
Ninguém!
E até perigoso, hoje é,
Sentir “essas coisas”
Que logo alguém nos lembra que amanhã
Temos trabalho
E para a semana temos de ir ás finanças!
Para mim
Corpo que vive de espírito
Virando poeta
Essa constatação é geradora
De uma enorme desilusão diária.
Aquela coisa do pecado original não é?
Obrigam-nos a ter suas doenças
Esses castos de religiões de ouro!
O ouro não alimenta
E o pobre sabe em carne-viva disso!
O rico é que nos dá esse pecado parvo
Para que possamos ser bons servos.
Quando é que o ser humano compreenderá
Que é enganado pelo seu semelhante endinheirado,
À nascença para disso gerar dinheiro, produto?
É que já chega de nos comermos
Uns aos outros!
Nem compreendo como a Natureza tolera
Esta nossa raça
Que com dinheiro se tanto apalermou.
Enquanto o rico gera riqueza
O pobre gera arte, alegria e conhecimento.
Aí está o ciclo “vital” da civilização.
(Daí isto continuar…)
Coisa tão distante…
Ontem fui eu a Lisboa
E pouca alma lá estava
Reconhecendo 25 de Abril.
Como gritar esse dia feliz
Se hoje ele é
Sucessivo refutado
Por um cariz prático e pragmático?
25 de Abril foi crer em vida.
Um dos poucos acontecimentos poéticos colectivos.
Hoje há-o tão pouco espaço
Para a poesia
Que a única válida
É aquela alérgica ao dinheiro.
25 de Abril é hoje
Mas pelas ruas mais turistas
Que os donos da cultura do país.
Cria antes ter vivido esse 25 de Abril
De meus pais…
Mas hoje mais me interesso
Por este meu tempo
Que já não tolera demais sonho
E quer só a efectiva resolução, acção.
Que quem leva na tromba
Sempre os pobres
E a pequena e média burguesia
Só mais divagantes ficam pensando tristantes…
Os da alta casta
Tanto (de si) matam para nela se manterem
Que crise esta não os afecta.
O dinheiro não dá sossego.
O vagabundo vive a verdade
Por mais que decadente e sofrida.
O rico vive, por excelência,
A mentira pois o dinheiro
Entra numa e qualquer conversa, acção.
O dinheiro é mau
Necessariamente porque
Não existe no meio natural.
Quem hoje pode-me dizer
Que não sente inveja de uma gaivota
Que voa e para isso não precisa de licença
Ou carta de condução?
Que estranho é hoje conceber
Que ainda, entre nós, vivem animais
Que não pagam impostos nem sindicatos
Apenas comem, dormem e procriam,
Enfim, apenas vivem.
Estamos completamente loucos
Nós seres humanos
E isto que acabei de dizer é facto disso.
Diz-se que a única certeza
Que se tem é que se vai morrer.
Os animais vivem essa certeza como a verdade!
Nós, humanos, inventamos mentiras
Bem contadas para fugir a essa certeza
E assim Deus abandonou nosso corpos
Nos reduzindo a trabalhos forçados…
Quem de nós, hoje,
É inteiramente orgulhoso e sábio do seu bem-estar?
Ninguém!
E até perigoso, hoje é,
Sentir “essas coisas”
Que logo alguém nos lembra que amanhã
Temos trabalho
E para a semana temos de ir ás finanças!
Para mim
Corpo que vive de espírito
Virando poeta
Essa constatação é geradora
De uma enorme desilusão diária.
Aquela coisa do pecado original não é?
Obrigam-nos a ter suas doenças
Esses castos de religiões de ouro!
O ouro não alimenta
E o pobre sabe em carne-viva disso!
O rico é que nos dá esse pecado parvo
Para que possamos ser bons servos.
Quando é que o ser humano compreenderá
Que é enganado pelo seu semelhante endinheirado,
À nascença para disso gerar dinheiro, produto?
É que já chega de nos comermos
Uns aos outros!
Nem compreendo como a Natureza tolera
Esta nossa raça
Que com dinheiro se tanto apalermou.
Enquanto o rico gera riqueza
O pobre gera arte, alegria e conhecimento.
Aí está o ciclo “vital” da civilização.
(Daí isto continuar…)
Encrustado de pele baça olha o canto
Sorri amigo, um sorriso manso
Que é acudido por um outro
Um tanto mais cheio, festivo.
Quente, quente a noite e gente, gente
Ao canto e a dançar, gente na esplanada do “standard”.
Acelera a vista em vontade de falar, a alma se desloca
Dentro do corpo, tem ela agora de também ser…
2 cervejas, certo! Onde íamos?
Que calados estar não hoje que me
Ontem guardo e hoje contigo e com a noite largo.
Bar festivo, ah sim, dizias aquilo sobre mim…o quê?
Ah sim, sim, por vezes fujo e não me mais vês
Até outro dia... É alma minha que se quer solta
E nunca obstruída por uma qualquer outra censura física.
Quero-me longe de obrigações sociais.
Quero-as límpidas para delas pintar meus ideias.
Sabes que a vida não existe, certo?
Ela se inventa e são assim uns tão pouco
Como eu, que agarrados ao passado inventam um futuro
Para os outros viverem…
O tempo é o melhor inventor de vida
Mas hoje como no principio da civilização
De não se ouvir o vento, os pássaros, os grilos
E o silêncio, têm que ler uns poucos amaldiçoados salvadores
Que inventam rumos sempre antes não atentados.
Creio em ti… Não julgues que meu fugir provém de ti não.
Esse meu fugir é intimo e nasce e tem fim só em mim.
Se hoje te aqui tenho em olhos e sorrisos de afecto
É porque mais do que te querer te creio, acredito em ti,
Sinto que aprendo contigo e contigo me podes também aprender.
A vida só válida se evoluindo.
De que me basta trabalhar e sofrer dia-a-dia alheio,
Feito máquina, se isso nem sequer é viver mas escravidão.
Sentes-te integrado mas na verdade és no aí dos seres
Mais sós do universo, pois não levas contigo tua alma,
Espírito, a renegas ou negas ou reprimes ou a carregas como cruz indesejada.
Ah…eu vivo com a alma,
Eu sou-a pleno
Daí minha vida é eterna e em concordância com os deuses
Que me nasceram e fazer-me-hão morrer!
Creio nisto é só.
Sorri amigo, um sorriso manso
Que é acudido por um outro
Um tanto mais cheio, festivo.
Quente, quente a noite e gente, gente
Ao canto e a dançar, gente na esplanada do “standard”.
Acelera a vista em vontade de falar, a alma se desloca
Dentro do corpo, tem ela agora de também ser…
2 cervejas, certo! Onde íamos?
Que calados estar não hoje que me
Ontem guardo e hoje contigo e com a noite largo.
Bar festivo, ah sim, dizias aquilo sobre mim…o quê?
Ah sim, sim, por vezes fujo e não me mais vês
Até outro dia... É alma minha que se quer solta
E nunca obstruída por uma qualquer outra censura física.
Quero-me longe de obrigações sociais.
Quero-as límpidas para delas pintar meus ideias.
Sabes que a vida não existe, certo?
Ela se inventa e são assim uns tão pouco
Como eu, que agarrados ao passado inventam um futuro
Para os outros viverem…
O tempo é o melhor inventor de vida
Mas hoje como no principio da civilização
De não se ouvir o vento, os pássaros, os grilos
E o silêncio, têm que ler uns poucos amaldiçoados salvadores
Que inventam rumos sempre antes não atentados.
Creio em ti… Não julgues que meu fugir provém de ti não.
Esse meu fugir é intimo e nasce e tem fim só em mim.
Se hoje te aqui tenho em olhos e sorrisos de afecto
É porque mais do que te querer te creio, acredito em ti,
Sinto que aprendo contigo e contigo me podes também aprender.
A vida só válida se evoluindo.
De que me basta trabalhar e sofrer dia-a-dia alheio,
Feito máquina, se isso nem sequer é viver mas escravidão.
Sentes-te integrado mas na verdade és no aí dos seres
Mais sós do universo, pois não levas contigo tua alma,
Espírito, a renegas ou negas ou reprimes ou a carregas como cruz indesejada.
Ah…eu vivo com a alma,
Eu sou-a pleno
Daí minha vida é eterna e em concordância com os deuses
Que me nasceram e fazer-me-hão morrer!
Creio nisto é só.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
terça-feira, 26 de abril de 2011
Um sem fim de mundo
Que nasce do infortúnio deste.
Um nada que faço
Eu um tudo
Em que o pouco é muito,
Em que o muito é pequeno.
Mundo total
Esse em que me escrevo.
Mundo que não conhece pesadelo.
Mundo todo que joga nele
Lembra um outro de tanta gente…
Mundo, hoje, não há mundo,
Porque se paga ele.
Mundo meu que vê tudo
Vive por mim embora eu não ser ele.
Mundo esse que corre solto
Não fugindo a nada senão a este.
Mundo deste que bebo cerveja é só
A introdução àquele.
Mundo meu, que é lindo,
Sorri a tudo e de tudo não faz caso,
Porque o tudo é uma miragem
E só “aquilo” e “aquilo” é flor que brota!
Mundo lindo que é o meu
Tem medo deste outro que não são seu.
Mundo, mundo, o que tu és e existes?
(…se eu não te o pensar fazendo…)
Mundo meu e eu o mundo
Flagelo de querer ser grande!
Mundo meu e eu não ele
Que vivo solto e tropeço o chão.
Mundo meu e eu o mundo
Jogo fora e não é falta!
Mundo meu e eu sem ele
Morte de quem me vê absurdo.
Mundo meu e eu infinito
Vivo morrendo
E morrerei vivo.
Que nasce do infortúnio deste.
Um nada que faço
Eu um tudo
Em que o pouco é muito,
Em que o muito é pequeno.
Mundo total
Esse em que me escrevo.
Mundo que não conhece pesadelo.
Mundo todo que joga nele
Lembra um outro de tanta gente…
Mundo, hoje, não há mundo,
Porque se paga ele.
Mundo meu que vê tudo
Vive por mim embora eu não ser ele.
Mundo esse que corre solto
Não fugindo a nada senão a este.
Mundo deste que bebo cerveja é só
A introdução àquele.
Mundo meu, que é lindo,
Sorri a tudo e de tudo não faz caso,
Porque o tudo é uma miragem
E só “aquilo” e “aquilo” é flor que brota!
Mundo lindo que é o meu
Tem medo deste outro que não são seu.
Mundo, mundo, o que tu és e existes?
(…se eu não te o pensar fazendo…)
Mundo meu e eu o mundo
Flagelo de querer ser grande!
Mundo meu e eu não ele
Que vivo solto e tropeço o chão.
Mundo meu e eu o mundo
Jogo fora e não é falta!
Mundo meu e eu sem ele
Morte de quem me vê absurdo.
Mundo meu e eu infinito
Vivo morrendo
E morrerei vivo.
Na escada imprópria
Da casa dela
Jorrava sangue a baixo.
A penumbra da luz de lá fora
Entrava dentro em manto doce.
Ela corria persianas
Querendo deixar o doce
Lá fora que mais queria sentir
A amargura de agora.
O morto jazido na sala
Já cheirava mal
Mas ela o insistia presença.
Ficando sentada numa tensa pose
Olhava o corpo,
Sentindo a alma por aí,
Ainda que em só lembranças.
Veste uma veste simples, delicada
Corre o vento lá fora e aqui
Extrema hora de vazio, de nada.
E há uma vela que ainda flora,
Um tempo que vai ficando dobrando
O oxigénio de que se alimenta.
Gira a luz numa tão bela
Continua colheita de algo
Que se acende e se apagará
Quando for seu tempo.
Tempo esse que não respira
Com um morto no chão.
Que não respira a terra
Que o quer em tão sereno pousio.
Ela cansada não larga
O morto,
Pensa que ele
Morre se dormir…
É maluquinha, é certo,
Mas também tu
És maluquinho…
Capaz de assassinar
Por um tão pouco
De vida confortável.
Come e vê televisão
Cerca a mente de obesidade
Que não há em ti, também, mais emoção.
Da casa dela
Jorrava sangue a baixo.
A penumbra da luz de lá fora
Entrava dentro em manto doce.
Ela corria persianas
Querendo deixar o doce
Lá fora que mais queria sentir
A amargura de agora.
O morto jazido na sala
Já cheirava mal
Mas ela o insistia presença.
Ficando sentada numa tensa pose
Olhava o corpo,
Sentindo a alma por aí,
Ainda que em só lembranças.
Veste uma veste simples, delicada
Corre o vento lá fora e aqui
Extrema hora de vazio, de nada.
E há uma vela que ainda flora,
Um tempo que vai ficando dobrando
O oxigénio de que se alimenta.
Gira a luz numa tão bela
Continua colheita de algo
Que se acende e se apagará
Quando for seu tempo.
Tempo esse que não respira
Com um morto no chão.
Que não respira a terra
Que o quer em tão sereno pousio.
Ela cansada não larga
O morto,
Pensa que ele
Morre se dormir…
É maluquinha, é certo,
Mas também tu
És maluquinho…
Capaz de assassinar
Por um tão pouco
De vida confortável.
Come e vê televisão
Cerca a mente de obesidade
Que não há em ti, também, mais emoção.
Olhar o mundo.
Vê-lo pleno inseguro.
Achá-lo assim lindo
De tamanho manto correr
Sua tinta de sangue e alma.
Olhar confiante
O corpo palpita
Vive mais que a mente
Que se concede a desistir de controlar.
Ai o mundo.
Ventos do norte, do sul
De leste e de sudeste.
Ventos de calor e frio
De tristeza melancólica
E em imediata seguida
Um pulsar de tremenda alegria
Que se tem de usar em dança e aconchego afectivo.
Parado e a vida anda.
O som da chama se não ouve
Mas existe pleno no ar da consciência.
Um seguro que nasce da total insegurança da vida.
O poder tropeçar, sorrir e claro levantar e andar.
Mais que mais ideias, todas elas
Logo exercidas
Que a queima aquece.
Tempo de ter,
Criando o novo ser
Que sorri ás filhas por existir.
Amor que não morre
Porque vivido com o mundo inteiro.
Aqui não poisa doença
Que essa só se alegra de desistência…
Amor em consórcio racional!
Amor vivido em pleno,
Pleno de pratica e quotidiano.
O presente feito magia de não haver
Como o julgar sendo ele tão diferente.
Viver o mundo em alegria sentida.
Viver o mundo como se de vivo estar.
Olhar em frente e tudo demais abraçar!
Vê-lo pleno inseguro.
Achá-lo assim lindo
De tamanho manto correr
Sua tinta de sangue e alma.
Olhar confiante
O corpo palpita
Vive mais que a mente
Que se concede a desistir de controlar.
Ai o mundo.
Ventos do norte, do sul
De leste e de sudeste.
Ventos de calor e frio
De tristeza melancólica
E em imediata seguida
Um pulsar de tremenda alegria
Que se tem de usar em dança e aconchego afectivo.
Parado e a vida anda.
O som da chama se não ouve
Mas existe pleno no ar da consciência.
Um seguro que nasce da total insegurança da vida.
O poder tropeçar, sorrir e claro levantar e andar.
Mais que mais ideias, todas elas
Logo exercidas
Que a queima aquece.
Tempo de ter,
Criando o novo ser
Que sorri ás filhas por existir.
Amor que não morre
Porque vivido com o mundo inteiro.
Aqui não poisa doença
Que essa só se alegra de desistência…
Amor em consórcio racional!
Amor vivido em pleno,
Pleno de pratica e quotidiano.
O presente feito magia de não haver
Como o julgar sendo ele tão diferente.
Viver o mundo em alegria sentida.
Viver o mundo como se de vivo estar.
Olhar em frente e tudo demais abraçar!
(treino de prosa - ou “relativa” prosa)
Pedras a andar e uma maior anda mais devagar. A água corre sem ser ouvida lá em baixo. A águia procura a presa que a não encontra e assim é caçada. O arbusto serve de refúgio à perdiz que se atenta do grito, a vitima da águia.
Tudo uma previsão cuidada de tempos que estão e se são esquecidos.
O derradeiro homem, sentado na rocha, olhando o mar, pensa para onde ir, onde ir navegar. Esta terra já cansa – diz-se ele e prossegue o olhar que de mar faz desejo abrasivo acalmar. Pega o pau que o tem sido companheiro: já derrubou um cão
E dá alento ás pernas quando estas cansadas. Decidido o caminho, volta à estrada, carros tantos passam mas ele não ouve nada.
Em transe, já navega por entre o atlântico em viajem épica à qual teve ou terá de pagar 866euros….
Já se olha de longe a mente parva de Portugal dele, ficou lá, talvez até abençoada pela serra de Sintra aguardará seu retorno se o haverá. Espera-lhe o calor de ter que ser a qualquer momento do acordado, aquele calor trópico que excita tudo do corpo menosprezando o intelectual.
Pede uma cerveja já se ela chega sorridente a empregada em tom de quem não confia mas arrisca. Ele a agradece bebida não dá gorjeta, nem mais que o suficiente a olha, tem ele mais com que se preocupar…
Nada. Nada com que se preocupar, apenas olhar e pensar, falar com quem saiba falar e absorver o viver não em verbo ter mas ser.
Noite de repente, fuma cigarro não consegue dormir. Tosse a doença do passado que em breve reflectira saúde de quem fez o que já nem sequer cria.
O passado, filho desse mesmo eu dele de agora, já está desmamado, pedra solta de mim, ele a largou em tão terreno Portugal e zarpou vela e motores, oceano a dentro com os olhos cerrados no horizonte até dizer triunfantemente como um louco – Terra à vista! Terra à vista!
Pedras a andar e uma maior anda mais devagar. A água corre sem ser ouvida lá em baixo. A águia procura a presa que a não encontra e assim é caçada. O arbusto serve de refúgio à perdiz que se atenta do grito, a vitima da águia.
Tudo uma previsão cuidada de tempos que estão e se são esquecidos.
O derradeiro homem, sentado na rocha, olhando o mar, pensa para onde ir, onde ir navegar. Esta terra já cansa – diz-se ele e prossegue o olhar que de mar faz desejo abrasivo acalmar. Pega o pau que o tem sido companheiro: já derrubou um cão
E dá alento ás pernas quando estas cansadas. Decidido o caminho, volta à estrada, carros tantos passam mas ele não ouve nada.
Em transe, já navega por entre o atlântico em viajem épica à qual teve ou terá de pagar 866euros….
Já se olha de longe a mente parva de Portugal dele, ficou lá, talvez até abençoada pela serra de Sintra aguardará seu retorno se o haverá. Espera-lhe o calor de ter que ser a qualquer momento do acordado, aquele calor trópico que excita tudo do corpo menosprezando o intelectual.
Pede uma cerveja já se ela chega sorridente a empregada em tom de quem não confia mas arrisca. Ele a agradece bebida não dá gorjeta, nem mais que o suficiente a olha, tem ele mais com que se preocupar…
Nada. Nada com que se preocupar, apenas olhar e pensar, falar com quem saiba falar e absorver o viver não em verbo ter mas ser.
Noite de repente, fuma cigarro não consegue dormir. Tosse a doença do passado que em breve reflectira saúde de quem fez o que já nem sequer cria.
O passado, filho desse mesmo eu dele de agora, já está desmamado, pedra solta de mim, ele a largou em tão terreno Portugal e zarpou vela e motores, oceano a dentro com os olhos cerrados no horizonte até dizer triunfantemente como um louco – Terra à vista! Terra à vista!
O sozinho,
O ser e aparecer sozinho.
Todo o mundo vê e olha
O ser sozinho.
E o sozinho
Olha e vê o mundo olhando-o,
E como não vê nenhum outro sozinho
Segue meio chorando.
Esse pequeno choro
De demorado e quotidiano
Cria o petróleo humano
De que se alimenta a mente.
De breve, coitadinho,
Se torna um eu que embora
Que coitadinho
É inteiramente seu.
(A unidade mestria de quem se basta.)
E como falta ao tanto do mundo
Consagram-no no mais tarde que cedo
Super-humano.
Sendo que ele não foi.
Foi ele só um sozinho
Que olhava sozinho o mundo
Que o olhava sozinho.
O ser e aparecer sozinho.
Todo o mundo vê e olha
O ser sozinho.
E o sozinho
Olha e vê o mundo olhando-o,
E como não vê nenhum outro sozinho
Segue meio chorando.
Esse pequeno choro
De demorado e quotidiano
Cria o petróleo humano
De que se alimenta a mente.
De breve, coitadinho,
Se torna um eu que embora
Que coitadinho
É inteiramente seu.
(A unidade mestria de quem se basta.)
E como falta ao tanto do mundo
Consagram-no no mais tarde que cedo
Super-humano.
Sendo que ele não foi.
Foi ele só um sozinho
Que olhava sozinho o mundo
Que o olhava sozinho.
Uma tristeza grande, besta de um envolvimento
Excessivo com a mesma sua alma. Querer ter uma mulher ao lado…
Luz da terra, é terreno fecundo e infinito, onde posso cultivar.
Cultivar a terra da menina mulher, juntando-me a ela, querida
De seu terreno, que sem mim não tem árvores de fruto.
Mulher a minha, vem a mim, por favor, quero-te hoje mais que tudo!
Que meu dilúvio é uma cascata de água negra que me sobrevaloriza
Em monstro.
Negro eu que não libertando-me a luz fico sombra de meu eu.
Norte ele ali à frente, o norte do que sou está sem mim.
Procuro a cima, olho o céu imenso e sorrio.
Que de morte nasce sempre vida e vida, essa, não precisa
De mim, vive sozinha por mim.
Há barulho a mais, as pessoas falam alto o baixo que são.
Sendo Deuses, há que mais deixar falar o silêncio.
Silêncio esse, deus do passado, promessa do presente,
Vento corrente do futuro.
Há mais que isto, tem de haver. Vivo perdido de não ser,
Adiando o passo em frente num a mais para trás.
Há mais, embora que o não sinta, sinto o sangue firme em mim,
Não corre e parece que até morre…
Mas vou tentando sorrir, sorrindo o tempo livre que vou tendo.
Tamanha desgraça que me fica em chama e nunca apaga.
Doce vida que me sorri, sorri enfim comigo em ti.
Estou em pausa pura, que é domingo e de o nada fazer
Tenho os medos todos em mim.
Excessivo com a mesma sua alma. Querer ter uma mulher ao lado…
Luz da terra, é terreno fecundo e infinito, onde posso cultivar.
Cultivar a terra da menina mulher, juntando-me a ela, querida
De seu terreno, que sem mim não tem árvores de fruto.
Mulher a minha, vem a mim, por favor, quero-te hoje mais que tudo!
Que meu dilúvio é uma cascata de água negra que me sobrevaloriza
Em monstro.
Negro eu que não libertando-me a luz fico sombra de meu eu.
Norte ele ali à frente, o norte do que sou está sem mim.
Procuro a cima, olho o céu imenso e sorrio.
Que de morte nasce sempre vida e vida, essa, não precisa
De mim, vive sozinha por mim.
Há barulho a mais, as pessoas falam alto o baixo que são.
Sendo Deuses, há que mais deixar falar o silêncio.
Silêncio esse, deus do passado, promessa do presente,
Vento corrente do futuro.
Há mais que isto, tem de haver. Vivo perdido de não ser,
Adiando o passo em frente num a mais para trás.
Há mais, embora que o não sinta, sinto o sangue firme em mim,
Não corre e parece que até morre…
Mas vou tentando sorrir, sorrindo o tempo livre que vou tendo.
Tamanha desgraça que me fica em chama e nunca apaga.
Doce vida que me sorri, sorri enfim comigo em ti.
Estou em pausa pura, que é domingo e de o nada fazer
Tenho os medos todos em mim.
Domingo não sei…
Talvez já não aqui esteja.
Hei-de seguir por aí,
Apanhar primeiro comboio
E seguir seguindo a paisagem
Como se ela me fosse minha
Passada vida a se ir embora.
Algo de trágico vive em mim
E como não me entra odor feminino
No corpo e alma, anulo-me sozinho
Nessa tragédia que se chama pensar.
Estar por aí a beber cerveja.
Escutar o mundo e as pessoas,
Estar aí para as acudir na queda do dia-a-dia.
Pele morta, tanta, cai no chão sem ser vista…
O que olha mais vê o que o outro vive.
É preciso mentes que se fiquem vazias
Para se alimentarem e contarem as dores
De quem não as pôde sentir...
Talvez já não aqui esteja.
Hei-de seguir por aí,
Apanhar primeiro comboio
E seguir seguindo a paisagem
Como se ela me fosse minha
Passada vida a se ir embora.
Algo de trágico vive em mim
E como não me entra odor feminino
No corpo e alma, anulo-me sozinho
Nessa tragédia que se chama pensar.
Estar por aí a beber cerveja.
Escutar o mundo e as pessoas,
Estar aí para as acudir na queda do dia-a-dia.
Pele morta, tanta, cai no chão sem ser vista…
O que olha mais vê o que o outro vive.
É preciso mentes que se fiquem vazias
Para se alimentarem e contarem as dores
De quem não as pôde sentir...
Como escrever prosa se minha mente
Se confunde com a minha alma?
Como falar de coisas coloquiais
Se delas me brotam centenas
De plantas, algas e já imensas árvores de altura!?
Como recorrer a uma coerência de enredo
Se dentro deste que escrevo
SINTO 300 mais
Que pareço desprezar ao manter
A devida suposta coerência.
Que deveras me é, por agora, difícil
Escrever prosa,
Saber um enredo onde me mergulhar…
Talvez, assim, tente inventar um novo canto
Que me conceda,
Alma de poeta,
A escrita do dia-a-dia.
Profetizar o tão simples acto de andar
Em névoa de lucidez prática
E imparcialidade social.
Conceder-me a viver em arte nessa prosa.
Escrevê-la alta e terrena como?
É uma questão a pensar…
Sinto em mim possibilidade para tal
Sinto e é isso que faço minha vida:
SENTIR.
Sentir é o meu enredo, afinal.
Faço de mim dois
Enquanto o coração sente
Minha mente o vai sentindo e nisto
Faço de namorada/o a mim mesmo.
Aí está, quem sabe, a alma de poeta.
Incapaz de se julgar vulnerável.
Incapaz de aguardar auxilio exterior a si.
Incapaz de deixar o ninho de si
Podendo perder o chão no passo em frente.
Não.
Ah… a auto-suficiência… a maldição da salvação.
Irónico pensar
Que o que eu mais desejava
Era ser, precisando dos outros,
Aguardando seu auxilio.
Mas para quê aguardar
Se consigo não aguardar.
E nisto me vou, afinal, privando de auxílio
E me vou aguentando bem,
Bem junto a mim.
Nisto me vou afundando dentro de mim
E isso sim
Gera essa matéria cristal e sucinta
Que se chama poesia.
Essa que me faz seu refugiado
E de minha vida, sua.
Essa que hoje me sustenta.
Essa que me vai brincando,
Fazendo humor de meu corpo
E seu estado físico.
Porque eu, deixando-me ser mais ela
Não morro e todo o instante é universal, eterno.
Se confunde com a minha alma?
Como falar de coisas coloquiais
Se delas me brotam centenas
De plantas, algas e já imensas árvores de altura!?
Como recorrer a uma coerência de enredo
Se dentro deste que escrevo
SINTO 300 mais
Que pareço desprezar ao manter
A devida suposta coerência.
Que deveras me é, por agora, difícil
Escrever prosa,
Saber um enredo onde me mergulhar…
Talvez, assim, tente inventar um novo canto
Que me conceda,
Alma de poeta,
A escrita do dia-a-dia.
Profetizar o tão simples acto de andar
Em névoa de lucidez prática
E imparcialidade social.
Conceder-me a viver em arte nessa prosa.
Escrevê-la alta e terrena como?
É uma questão a pensar…
Sinto em mim possibilidade para tal
Sinto e é isso que faço minha vida:
SENTIR.
Sentir é o meu enredo, afinal.
Faço de mim dois
Enquanto o coração sente
Minha mente o vai sentindo e nisto
Faço de namorada/o a mim mesmo.
Aí está, quem sabe, a alma de poeta.
Incapaz de se julgar vulnerável.
Incapaz de aguardar auxilio exterior a si.
Incapaz de deixar o ninho de si
Podendo perder o chão no passo em frente.
Não.
Ah… a auto-suficiência… a maldição da salvação.
Irónico pensar
Que o que eu mais desejava
Era ser, precisando dos outros,
Aguardando seu auxilio.
Mas para quê aguardar
Se consigo não aguardar.
E nisto me vou, afinal, privando de auxílio
E me vou aguentando bem,
Bem junto a mim.
Nisto me vou afundando dentro de mim
E isso sim
Gera essa matéria cristal e sucinta
Que se chama poesia.
Essa que me faz seu refugiado
E de minha vida, sua.
Essa que hoje me sustenta.
Essa que me vai brincando,
Fazendo humor de meu corpo
E seu estado físico.
Porque eu, deixando-me ser mais ela
Não morro e todo o instante é universal, eterno.
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