terça-feira, 26 de abril de 2011

O sozinho,
O ser e aparecer sozinho.

Todo o mundo vê e olha
O ser sozinho.

E o sozinho
Olha e vê o mundo olhando-o,
E como não vê nenhum outro sozinho
Segue meio chorando.

Esse pequeno choro
De demorado e quotidiano
Cria o petróleo humano
De que se alimenta a mente.

De breve, coitadinho,
Se torna um eu que embora
Que coitadinho
É inteiramente seu.

(A unidade mestria de quem se basta.)

E como falta ao tanto do mundo
Consagram-no no mais tarde que cedo
Super-humano.

Sendo que ele não foi.
Foi ele só um sozinho
Que olhava sozinho o mundo
Que o olhava sozinho.

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