terça-feira, 26 de abril de 2011

(treino de prosa - ou “relativa” prosa)


Pedras a andar e uma maior anda mais devagar. A água corre sem ser ouvida lá em baixo. A águia procura a presa que a não encontra e assim é caçada. O arbusto serve de refúgio à perdiz que se atenta do grito, a vitima da águia.
Tudo uma previsão cuidada de tempos que estão e se são esquecidos.

O derradeiro homem, sentado na rocha, olhando o mar, pensa para onde ir, onde ir navegar. Esta terra já cansa – diz-se ele e prossegue o olhar que de mar faz desejo abrasivo acalmar. Pega o pau que o tem sido companheiro: já derrubou um cão
E dá alento ás pernas quando estas cansadas. Decidido o caminho, volta à estrada, carros tantos passam mas ele não ouve nada.
Em transe, já navega por entre o atlântico em viajem épica à qual teve ou terá de pagar 866euros….

Já se olha de longe a mente parva de Portugal dele, ficou lá, talvez até abençoada pela serra de Sintra aguardará seu retorno se o haverá. Espera-lhe o calor de ter que ser a qualquer momento do acordado, aquele calor trópico que excita tudo do corpo menosprezando o intelectual.

Pede uma cerveja já se ela chega sorridente a empregada em tom de quem não confia mas arrisca. Ele a agradece bebida não dá gorjeta, nem mais que o suficiente a olha, tem ele mais com que se preocupar…
Nada. Nada com que se preocupar, apenas olhar e pensar, falar com quem saiba falar e absorver o viver não em verbo ter mas ser.

Noite de repente, fuma cigarro não consegue dormir. Tosse a doença do passado que em breve reflectira saúde de quem fez o que já nem sequer cria.
O passado, filho desse mesmo eu dele de agora, já está desmamado, pedra solta de mim, ele a largou em tão terreno Portugal e zarpou vela e motores, oceano a dentro com os olhos cerrados no horizonte até dizer triunfantemente como um louco – Terra à vista! Terra à vista!

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