quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Uma estrada
Que começa e alcança
Uma luz longincua
Que me incapacita
De continuar uma
Calçada plana e desconhecida.

Qual é a ideia
De continuar algo
Que está perdido?
Como alcançar algo
Por um caminho que
Não é aquele que sobe?

É desconhecido.
É desconhecido todo este ser que é
Meu e talvez até teu,
Evapora-se e se expande
Absorvendo tudo o que
De longe esconde o ser
Que é e não é
Ou porque é e não é.

Qual é então a ideia de
Ser quem se é, se se é
Naturalmente
Uma consequência do que se foi?

Caminhando pelo obscuro
Caminho da consciência,
Fervo comunhões fenomenais
De histórias passadas
Que já não são histórias
Que eram de outras,
Historias que eram histórias de outros.

Longe,
Longe ser eu
Que fui,
Era mentira baseada
Que foi encontrada com lágrimas nos olhos.

Castanhas, cerejas que transbordam seres.
Castanhas que vampirizam
Tudo o que se aproxima de mim
Mentiras fortes
E agressivas que perturbam
O meu consciente
Descontraido e inocente.
Uma certeza oculta
Que se apresenta
Agora á minha frente.

Uma ideia que eu era
Um sentimento de ser alguém.

Qualquer coisa de conhecido
Mas que se evaporou
No desconhecido
Terreno do sub-consciente.

Controlei o parecer
E justifiquei minha
Existência com um
Rótulo minoritário.

Choveram ideias e possibilidades
Correram coisas estranhas
Pelos ideais voantes da
Minha mente criativa.

O obscuro sentimento da vida.

A maravilhosa possibilidade da vida.
Sujeito á discórdia
E á confusão
Isola-se no seu quarto.

Fica pensando como seria,
Prefere assim.

A possibilidade é-lhe
Mais natural que a realidade.
Seguirte-ás pelos confins
Da miserável possibilidade
De existência?
Conseguirás aguentar
A angústia da solidão
Para então seres digno de ser alguém?
Espero que sim
Pois todos os dias te ponho á prova
Para que consigas essa tal existência
Que tanto ambicionas.
São altos e escuros,
São secos e mudos,
Imponentes e inexistentes
Insensiveis e pretensiosos
Da sua só dimensão.

Falo destes prédios que se afirmam ao meu redor.
Sabes tu muito bem
Que a consciência da tua utilidade actual
Depende da confiança afectiva que há em teu redor.

Sangue meu que já foi
Forte e viril hoje
Julga-se fraco e em estado de hibernação.

Caminha em mim uma sabedoria
Que me pesa muito e me condena
A uma vida carregada de emoção sujeita
A um diagnóstico de aprovação intelectual.

Conhecida a jornada pelo caminho da força
Depois o caminho da depressão
Conjugados os dois tornas-te homem
Meu irmão.

Sangue inocente e imprudente
Renasce fortemente em sangue
Coerente e subsistente
Que inevitávelmente
Atropela quem desnecessáriamente
Eleva barreiras e portões
E paredes para não me
Deixar passar.
A mim?
Coitados...não me querem deixar passar...
Mas eu tenho de existir
Meus queridos entes
Despreziveis que com preguiça
Não se deixaram chegar
Ao meu estado
De plena existência
Que obriga a qualquer
Momento em que se
Respira, cada palpitar de célula
É uma afirmação
De consciência individual
Que não se pode parar
Por claramente não haver
Razão para parar.
A mim, que sou eu,
Que sou um que pelo que sei estou vivo
Só desta vez e dizem-me
Vocês para ser mais
Civilizado, mais educado
Mais normal, mais triste e mediocre
Como todos vós.
Meus queridos entes que estão mortos
Vivendo de sangue desnecessário
Usando-o com total
Despreso pela enorme possibilidade
De existência individual
Que está em vossas mãos
E coração e pulmões.

Quem sou eu?

Sou uma brisa natural
Não me canso de o dizer.
Resquicios de ser
Quem era e jamais
O que sou.

Medo de ser meu
Ser frágil e abatido
Vontade de conquistar
O mundo.

O afastamento de ser
Quem era, de ser
Quem era quando nasci.

Obscura performance
Sucessiva, duma
Procura intensa duma
Maneira de me levar
Para todos os ideais
Que entraram na minha
Cabeça por pessoas
Por livros ou informação.

Ter sido tudo
Isto ao mesmo tempo
Não tendo senão
Isto onde me agarrar.

Fui tantas coisas sem ter
Sido nada na verdade.

Fugindo de mim
Estava fugindo de mim.

(Para quê?

Para me encontrar hoje
Com toda a força e informação
Sobre-humana que o
Meu alter-ego conseguiu reunir
Para me poder sentir agora
Estando a ser eu
Com toda essa força
E sabedoria reunidas
Apartir do limiar da loucura
Do meu belo e ambicioso
Alter-ego.

Agradeço-te meu querido alter-ego.)
Quem é então esse ser
Que se afirma em mim?
É um ser constante que existe em mim.

Há qualquer coisa que
Caminha em mim
Uma voz que por vezes
Grita alto e sai de mim
Uma voz que está cá dentro e
Sai e sai por vezes
Louca responsabilizando-me
A mim por ela.

Uma voz que é minha
Que é daí,
Que é qualquer coisa que não
Entendo,
Qualquer coisa que existe por mim
Mas independente de mim.

É qualquer coisa
Que não sou bem eu,
É qualquer coisa que é,
Que são coisas que existem em mim
E não as posso controlar
Têm elas de existir.

Não posso reprimir
O grito senão
Morro de masturbação.

É qualquer coisa que existe
Dentro de mim.
Portas se entravam
E se esquivam
Do meu olhar
Caminhos por percorrer
Tantos que não me
Encontro em nenhum
Tanta vontade,
Tanta energia,
Tanta repressão e desistência.

As ruínas vão caindo
Lá vai passando o tempo
Em que elas geriam o meu ser.

A areia do vento do tempo
As desgastou e já não
Havia ecónomia para as
Reerguer.

Cansado da luta de as ver
Desaparecer , esforcei
O caminho de as deixar
De ver mas elas
Lá se mantêm no meu olhar.

Ruinas do meu ser
Estão lá e aqui
Quanto mais as não
Desejo ver.

Quem me dera renascer
E as reerguer ou
Pelo menos com a
Força dos novos ventos
As destruir por completo
Para criar novas e belas
Catedrais em honra de
Meu ser da minha vida
E da vida em si.

Fui outro até hoje talvez.

Fui outro sem o saber.

Despresei meu ser
Sendo outro,
Criei um novo para
O converter em algo
Que não meu de essência.

Deixei assim o meu
Castelo sujo e feio
De poeira e de tudo
O que não era dele
Naturalmente pendendo por
Ele acima como parasita
Que não pertence e fica.

A minha vida é esta
Ou foi esta.
Haverá uma nova?

É que da noite nasce
A luz da lua que
Me ilumina melhor
Por dentro que o sol
Que me afasta de mim mesmo.
Obscuras cobras da solidão
De um ser magoado
Que vai ás trevas
Colher informação
Ressequida a estado puro
Para informar seu mestre
Do percurso que já se fez
E o que os deuses antigos
Dizem sobre o
Passado do seu individuo.


Plantações imensas de flores de todas as cores.
Essas plantações que são
Desconhecidas ao próprio
Vê-as muitas vezes
Quem o ama naturalmente.

Tudo o que se é,
Está por se fazer nascer nessa plantação
E só quando dela se sabe,
Se pode chorar
Para cima
Para que nasça então uma nova cultura
Nesse extenso virgem terreno.
O silêncio e a isolação
Mostram quem realmente és
E se te aguentas sozinho
És deus e aí terás que
Contribuir para o mundo
Com a tua magnífica existência.

Quem vê o vazio sabe
Do recheio que é falso
E o qual é verdadeiro.
Triste ser aquele que
Não vê a maravilha
Da vida sendo ela o que é
E estando tu sozinho no mundo.

Onde está o medo?
Onde está a tristeza?
Essa não a há onde eu existo.

Podem meus queridos concidadãos
Dizer que sou infeliz que estou deprimido
E o estou concerteza
Mas essa é uma perspectiva,
A perspectiva
Do mundo cultural e actual que vivemos
Que claro está
Estará longe da realidade sobrenatural
Que é o que é verdadeiramente real
A meu ver.

Parece que as pessoas não entendem a extrema possibilidade de existência
Que cada uma tem.

Quando acordas não podes voltar a dormir.
Noites escuras de incompreensão
Incapazes de se libertarem
Me fustigam a energia
Exigindo dela
A constante de inércia
Que ou leva á vida
Ou leva á morte.

Qual a culpa de mim em tudo isto?

Obscuras exigências e o preso do mundo estagnado.
A emoção presa por teias de aranhas morais
E tradicionais e repressões hereditárias.

Donde terá vindo este meu sangue
Que consumo para pensar?

Raiva minha será minha
Ou será mais uma raiva de não ter raiva?


Pirilampos aqui?
Que estranho
Nunca pensei os havistar por aqui.

Fundem-se com o meio ambiente
Luzes fulminantes
E tectos altos cobrem
A verdadeira densidade
Do espaço formando-o
Em algo tangivel ao pensamento embrutecedoramente
Sóbrio do comum dos mortais
Da nossa espécie.

Qual é então o fim da procura?

Já que não a havisto
Não a presumo
Penso sim que o amor
Pode ser uma espécie de fim para mim,
Um resignar
Um querer desistir da luta
Um já que se tem o que se quer na realidade palpável.
Noite que eu sou
Noite que sempre fui
Filho da noite
Da solidão e do silêncio.

Tanto que me tornei
Insensível e cínico em
Relação ao mundo.

Tanto que já não
Acredito naquele sentimento
Que chocalha o corpo.

Parece-me ele também falso e fútil
Já que o já tive e
Não durou, sofri
E é chato sofrer(tanto) assim.

A distância que afastou-me
De todos,
Afastou-me do passado,
Obrigando-me a idealizá-lo
Para que me substitui-se o presente.

Cresceu tanto essa idealização
Que já nem nada tem de
Verdadeiro e só me comeu
A juventude do presente.

A juventude de crer viver
E acreditar de novo.
Acreditar que poderia
Funcionar e não acabar
Com a distância.

É o passado, é o presente
É talvez até a minha
Vida futuramente.

Uma noite bela e
Sossegada com a luz
Do sol a se
Reflectir plena e
Majestosamente na pequena
E esburacada lua.
Fugitivo filho
De não sei quem
Talvez dum complexo sentimento.

Apesar de pequena, aquela coisa
Que me fez nascer
É a qual eu obedeço
E me obriga a ter fé em.

Um riacho que de pequeno foi desaguar
Num belo e extenso
Rio verde e tropical
Que me junta a ele
Num conjunto de almas
Que se debatem em tentar existir.

Quem há que voltar a ser?
Só tu mesmo novamente
Meu querido.
Evaporaram-se
Os seres de outrora
Os deuses desapareceram
E só existo eu.

Caminhando descalço pela
Estrada daquilo que
Parece ser a minha vida,
A minha mente está rodeada
De fulminantes e pirilampos,
Os meus pés gastos
Gastos de usados
Usados porque são feitos
De pele fraca e frágil,
Acontece que caminhei.

Corpo magro, mente gorda
Deteriora-se um pouco da saúde
Para explodir em constante
Loucura criativa produtiva.

Caminho o caminho que me leva a algum sitio.
Desesperada a procura eterna,
Esclarece-se então
Finalmente a cor da realidade
Sem repressão, sem autoridade
Só o sabor da individualidade e o
Sabor da existência
A estenderem-se por tentáculos imensos
Tocando em coisas,
Em pessoas, em animais,
Em tudo o que existe,
Eu existo.

Bela vida esta.
Descubro o norte
A bater com a
Cabeça nas paredes
Não paro enquanto
Ela não entra numa
Porta não admito
Considero-o assim
Inevitável á minha
Procura insanciável
Pelo meu sonho
Meu desejo minha
Projecção futuristica
Da minha vida futura
Que se aprova e solidifica com
A dor e tristeza,
Criando assim uma
Ode do percurso da
Minha santa vida
Até á grande estátua
Universal da morte.
Criando eu algo que me está
Inerente como a escrita
O peso da existência intelectual
E o conflito com o que é
E não é de meus sonhos,
Minhas ideias e o som do mar
E a luz do luar
Em discussão com luzes feitas
Para iluminar mais
Que a lua ilumina a praia e o mar.

E agora o céu
Chora aos poucos
Muito pouco para não me esturvar
A escrita ao ar livre.

Esperemos que assim fique.

Exemplar manifesto
De quem manda e
Resignar inevitável
De quem obedece.
A luta entre um homem
E uma massiva nuvem
Debate-se agora e será ela(a nuvem)
Que decidirá meu futuro.


Parece estar a chuviscar mais
Mas resisto á tentação de me abrigar
Pode ser que ela pare
E me deixe continuar
Meu pensamento, minha escrita.


Sempre a questão da auto-destruição
Mas a questão é que eu vivo da
Minha mente e a ela
Obedeço,
O corpo que venha comigo
Pois eu tenho de ir.

Sim sou um bocado alcoólico hoje em dia.

A chuva venceu,
Fui para debaixo de algo.
Conhecendo algo fugitivo da sua condição de camponês num mundo globalizado
Foge da sua possibilidade de ser ser humano
Com calma para se tornar num forte ser fugitivo
Da sua própria realidade.

Confusão interior de sentimentos
Exigências mil e possibilidades tantas!
Há ainda esperança,
Ai essa não morre
Tem dias em baixo
Mas tem-se de viver!

As pessoas correm de um lado para o outro
Fingindo ter uma vida
E tu parado a olhar
Tocando bossa nova
Na minha guitarra,
Mas que maravilha!

“vou para frança, há mais trabalho lá.”
Me dizes.
Apesar de dizeres que vives perto de st apolonia
Acredito seres mais um daqueles
Que não têm “tecto.”

Livre possibilitado da vida de miserável
Que de nada tem de miserável.
Procura um tecto seja ele qual for
Se o for em forma de sentimento, de ideal, de missão melhor ainda!

Que venha uma dose diária de loucura
Para se aguentar o cansaço e a tristeza.

Imagino-te nas escadas da estação de
Santa apolónia é isso, vives lá!
Há tantos lá a viver assim.
Vão até lá distribuir comida e agasalhos todos os dias.

Mas a vida continua dificil
Um homem não deve necessitar
Da caridade dos outros,
Reduz-lo á condição
De inferior, de necessitado.

Silêncio nas vozes que me rodeiam
São todos iguais,
Penso termos isso em comum,
Vejo-te a pensares isso.

Tão afastado mas tão perto te sinto
Da minha condição mental,
Pois sabes,
Eu sou também um fugitivo,
Mas pior que tu
Tenho de me fingir centrado
Para com os que me rodeiam.

Prazer em conhecer-te
É sempre um prazer.

Seres que lutam por uma vida
Que não lhes era destinada,
Seres que se elevam da condição de ser humano
Para ser controlador do seu próprio corpo e mente,
Têm uma meta á frente
Algo que diz para continuar.

Vamos a isso
O obscuro real que nos rodeia
Não é mais que um filme a rodar numa parede que não é a nossa
Pois como te lembras
Somos os dois uns “sem-tecto”.
Comando prósperos
Intercepta a linha de batalha
Entre os dois deuses que remam esta grande máquina
Que um dia morrerá como todos
Os outros seres que vivem.

Um dos deuses
Foi diminuido ao estado de civilizado
E educado pelas circunstâncias actuais do seu tempo
O outro deus é um deus
Que se encontra acorrentado e fechado numa cela
Donde raramente tem o prazer de sair.

O sangue gera os dois,
Os dois vivem
Juntos mas como que
Separados por uma cortina
Que se mantem
Firma e tensa para
O contacto não ser intenso
Nem furtivo.
Desiquilibraria mundos
E universos dentro deste corpo.
Coisas que existem
Mas não subsistem
Transformam-se em novas coisas.

Coisas que são plenamente agora
Mas jamais a certeza
Se tem se se mantêm
Como tal num amanhã possivel.

Coisas que sou.
Aquele caminhou
Pela escuridão
E tropeçou na confusão de existir.

Sendo ele quem é,
Esteja ele em pé ou
No coração do chão,
Sua alma se eleva
Do demónio da
Passividade
Gritando alto esteja
Forte ou fraco ou
Triste e contente
Há lá o grito
Constante selvagem
De vida por viver.

Sei que o caminho que tenho é para fazer.
Acordar é um tormento provisório
Que logo acaba quando vejo
Que há além de mim.
Quem é aquele
Que procura e não encontra?
É aquele que procura fora dele
E não o que sabe o que tem e procura
O que maximiza essas mesmas forças.
Quem me procura nunca me
Encontrará.
Eu é que procuro e por vezes encontro.
É um tempo que proclama
Evidencia individual
Caminho pelos olhos da actualidade.

Eu sou e sou e sou
Sem fim até ao fim, mais
Vale só que mal acompanhado
E está-se bem assim,
É uma fase eu sei e daí
Eu levar isto tudo da minha vida
Como se tivesse que fluir para que eu seja alguém.
Abaixo os portões
Da casa assombrada,
Ela será minha agora
E os fantasmas
Meus conhecidos verão a luz do dia
Recriar o que eu sou
E a realidade que
Se instala ao meu redor.


Por vezes pondero
Senão será mentira
Tudo o que dizem
Os seres humanos que
Me surgem pelo caminho
Mas verdade seja dita
Que o que penso,
O que sonho será
Provavelmente
Mais produtivo
E exemplar que
A minha existência secular.


Vêm ventos do mar e as ondas proliferam
Na sua existencia
Constante e querida
A olhos naturais
E coração adjacente
Peculiarmente feito
Para enriquecer quem
O tem e sente.

Palavras soltas absorvem
O meu presente e
Fazem-no flutuar
Com o mundo á frente,
São palavras,
Só palavras, mas juntas
Podem criar um ideal,
Uma bomba ou uma religião,
Só palavras, só palavras.
A vida moderna só tem sentido se se explorar
Toda e qualquer existência.

Tanta coisa maravilhosa neste mundo.


Despir a pele que te fataliza ao espaço
E nascer num ser nu de passado pegajoso
E só abraçar aquele que se quer
E abrir caminho com a mão dáda
A si mesmo,
O mundo é e tem se ser belo.
A felicidade.
Essa que julguei
Ser a grande questão
E me punha dentro
Da carapaça da minha mente
Escondendo-me do
Presente não feliz.

Pois era o que eu pensava,
Não sabia nem sei lidar
Com a felicidade ela
Me é pouco produtiva
É-me estranha nesse
Seu estado puro.

As mulheres que
Já me tiveram mais
Perto,
A maioria queria
A felicidade de não
Ter de resolver
Nada e de estar tudo bem.

Eu sempre admirei isso nelas
Mas hoje compreendo
Que felicidade não
É para mim
Eu sou quem sou
E gosto francamente
De o ser.

Antes queria me
Converter á felicidade
Hoje sei que o
Meu caminho não é
Esse mas gosto dele
E de ver pessoas com ele.

Eu gosto de pensar
Gosto de ter problemas
Para os resolver,
Gosto de tentar e ser
Não quero parar e ser feliz
Pois sinto que é tempo
A perder.

Tenho conclusões onde chegar,
Tenho vida para intelectualizar
E compreender
Mas acima de tudo ser tudo,
Pensando em tudo
E ter o mundo todo bem
Comprimido e arrumado
E desarrumado no meu cérebro.

Quem de longe não se sente perto não
Irá entender este meu raciocinio
Mas hoje sei que sou
Este ser
Multi-cultural e multi-tudo
Isto para dizer que
Me sinto universal.
Há almas que já mortas
Vivem em mim
Por seu legado artistico
Ou de vida simplesmente.

Tenho em mim
Um mundo inteiro de desenvolvimento,
Sou a raça humana
Na sua manifestação mais
Abrangente e quero sê-lo.

sábado, 7 de novembro de 2009

Pitoresca estátua que se aproxima da minha emoção como um fantasma.
Chama apagada que se mexe desorganizada,
Lança em mim seu significado obscuro e
Lembra-me da realidade passada.
Sou só eu, e eu serei enquanto estarei vivo,
O comandante do significado da realidade e da vida.
Longe da sombra ela aparece de seguida,
Tomba uma escada invisivel na minha consciencia e
Reduz-me a um metro de altura psicólogica.
Será ela amiga se me faz tão nitidamente pequeno?
Santa aparição que hoje deslumbrei por entre as
Encruzilhadas desta realidade turva da civilização.
Uma magia negra que vi tornar-se real,
Uma sombra que de preto
Se tornou colorida,
Atrofiada forma passada
Se tornou irta e
Encaixada no natural.
Há almas que acordam do sono inicial.
Flores brutas de afecto
Embirram com a estagnação emocional dos humanos.
Luz ofusca espiritos da noite
Profetizando o calor da orgia estaminal
Correu a corrente oculta
Desta estridente disputa
E fulminou-se longe de tudo
Um clarão imenso que afirmou
Imperialmente 1 hora da tarde.
Correram aterefados
Vários castores
Para o pátio interior dum grande hotel
Jurando uma revolução ás 2 horas da tarde.
Luz verde padece
Da vermelha
Nunca chega longe no alto do conhecimento
Mantendo-se no meio
Nem arrefece nem esfria
É amena.
Há também o preto e o vermelho,
Morte e vida
Paixão e desilusão, calor e angustia
Santos da nossa noção da realidade.
Acordei numa noite escura de desilusão
E senti um pulsar no coração que me fustigou
A conclusão a que tinha chegado.
Noite escura disse eu e foi-a deveras escura
Depressa concluí que estava certo na minha ousada noção
Do meu individual poder.
Sorte a minha, a conclusão ter sido chegado com o agrado
Da ideia que eu possuía e não queria, uma turtúlia de emoções mistas
Que me acordou do sono profundo.
Instala-se um sóbrio
Silêncio na sala e tudo de repente se ausenta da realidade.
Ponderada a retirada não deixaram nada desarrumado
Está tudo limpo e certo.

Floresta estridente recheada de vida grita a mil léguas de distancia e sorri ao horizonte.
Floresce, floresce espaço de vida, floresce as tuas raizes do ar e da terra sê de novo e de Novo eternamente.
Corrente de agua que corre fluentemente bela
Passagem que se mantem igual
Á passagem do tempo.

Aquele anda aí apaixonadamente
Recorre á tristeza para dar a razão
Ao passo em frente.

Há algo ali, há algo tambem acolá,
Há algo em todo o meu redor.
Fluem flores e pessoas, conversas e múltiplos silêncios impulsionados pelo meu espaço Interior tudo acontece tudo flui e eu com tudo isto.
Tudo é assim em mim,
Uma montanha que desaba
Não é tratada
Nem reprimida.
Ela forma-se novamente
Noutro local com
Outra terra.
Tou naqueles dias em que sinto que não mereço existir.
Roda forte que se aproxima
Da aproximação futura
Duma rédea curta
Que de longe se afirma como consistente
E sendo fraca perto
Ilumina qualquer um
Do outro lado da montanha.

Quem é este ser
Que me existe e
Me acorda do sono
Profundo da mediocridade
Desde que meu coração
Começou a soluçar.

Abriram-se os portôes
Da minha existencia
E agora compreendo
Que tudo está
Cá dentro
E o que se mostra
Para fora é o que se
Quer mostrar e não
O que se é.

Orgulho em existir,
Orgulho em ser.

Quem sou eu que
Careço de humano,
Que sou mais mente
Que outra coisa
Qualquer que os outros
Parecem ser.

Uma raça defunta
De outrora acordou
Para mim e eu serei
Seu percursor e
Criador duma nova raça.

Criador existente na
Percursão da mente.
Quem caminha sozinho
Está condenado
Ao fardo de existir
E ter responsabilidade
Sobre tal.
Qual é a procura?
Qual é a ideia
Que se propõe num
Ideal que não se
Ausenta da minha
Ideia de procura
Que não existe
Sendo ela uma
Ilusão de um
Passado que não é
Senão a procura
Duma desilusão
Abrangente que determina
O tangivel a partir
De elementos meramente
Universais que me
Comparam com seres
Unilaterais a conhecimentos
Passados de historias
Antigas que provam
Procuras antigas
Que nada de novo propõem
Que nada de novo
Oferecem só o fumegante
Elixir de uma
Prospecção isolante
Que me distrai
De certezas escondendo-me
De impurezas abstractas
Que me sussurram
Aos ouvidos mentiras
Longincuas tornando-me
eu no isolado
animal sozinho por
estar carente carente
por estar sozinho
absolvido de todo
e qualquer dominio.


...Escrita sub-consciente...
Os grandes senhores sempre têm a humildade dentro
De admirar muitos outros grandes senhores.
Pois estes grandes senhores(e senhoras claro)
Sabem que a sabedoria
É uma brisa natural
Que só tem
Quem se deixa ser.
Essa brisa flui por
Entre e fora destes
Grandes senhores
Não é o corpo nem a mente
Mas a alma que se expande
E entrelaça com o mundo
A seu redor,
Logo não é a individualidade
Que pesa no apresso
Mas sim a alma que
Carrega a brisa universal da sabedoria.
Minha infância perdida
Meu menino prodigio
Que era eu,
Meu amor profundo
Que vive em mim
Santo ser livre que
Era eu sem noção disso.
Das crianças mais
Belas que já vi
Era eu, um ser
Luminoso e inocente
Vivente sem limites.
O quanto te amo
Minha criança que era eu
Que te tenho e te
Levo para todo o lado
De mão dada te levo
Como meu filho
Meu amor enorme
Que vive em mim.
O eu de agora
Dá-te tudo o que
Sempre mereceste,
Agora estou aqui
Para ti e não mais
Temos que gastar tempos
Em coisas impuras
E inúteis, tudo tem
De ser como
Tu eras e eu sou
Puro, tudo puro
E belo e vivente.
Para onde queres ir meu amor?
Eu te levo seguramente.
Hoje abro portas e janelas
Podres e ferrugentas,
Quebro paredes e barreiras
Para te levar ao colo
E te deixar viver
Livre sem a minha
Mão que te segura e protege.
Quero-te livre meu amor
Livre como sempre mereceste
Ser e sempre foste.
Mediocres.
A maioria dos casais “mediocrisa” o amor
Abatendo-o com o hábito
Da sua própria fraqueza,
Não sabendo que é uma brisa
Que precisa de janelas abertas para sair
E entrar quando bem lhe apetece.
Sujam os meus belos
Ideáis vós de almas pobres.
Flor da inocência
Deixei-te murchar.
Desculpa-me mas
Fui egoista e pensei
Que conseguia viver
Da tua seiva como
Um parasita mas não.
E se eu mais não fosse?
Se as cortinas se fechassem
E meu espirito esmorecesse
Num canto refundido
De sombras em que ninguém
Mais podia entrar
Por algum acontecimento
Que me trocasse as vias
E me destruisse o poder
De deus em mim.
Seria uma perda
Para a humanidade
E para a vida
Certamente.
Complicações desnessárias,
Criações materiais
De ideáis totalmente inúteis
Que fazem-te identificar
Com a pessoa
Que nunca chegou a ser.
A quantidade infernal
De seres humanos inúteis
Á vida.
Educados pela ilusão
De uma comunidade
Junta por eléctricidade.
Arrasádos dos descobrimentos
Os pequenos homens voltam
Ás suas raizes,
Ás suas mulheres, trocam a
Espingarda pela gravata e
Começam a trabalhar
Muito certinhos,
Muito bonitinhos servem
O estado e a familia.
Aqui já não há
Emoção
São tempos de servidão.
Acordo estranho
Respiro o castanho
Da inexistencia
Que em nada se parece
Com a bela terra que
É completa
Eu sou vazio
Acontece em mim e nada
De oferendas meu coração
Aceita ou recebe
Penetra
No mundo mas não na vagina
Duma mulher.
A fonte da sabedoria
Não está no conhecimento nem na ciência
Mas sim na cultura.

Fala com velhos que
Vivam ou já viveram
Da terra e repara
Que mais naturais são
Que muitos “novos”
Agricultores ecologistas.

A maioria das pessoas
Vive a sua vida
Porque é mandada viver
Pelos amigos, pela familia,
Pela televisão,
Afinal não deixa
O verdadeiro pulsar
Do coração da mente
Mostrar o caminho
Da essência.

Assim toda a vida
É perdida numa ideia
E não num sentimento.

Porque é que muitas
Das tribos(ou todas) indigenas
Tinham um ritual de passagem de criança para adulto
Que incluía drogas fortes
Tipo alucinógeneos ou sensações fortes como
Matar um leão(masai) ou saltar
Do cimo dum conjunto de troncos?
É para com esse nivel de loucura tangente
Sentir a verdadeira razão
Da nóssa identidade individual.

Aí, nesse estado, digamos
Entre vida e morte
Aparece ao consciente
A nossa identidade individual
Que é mais forte e real
Que o nosso mero consciente que só
Ataca, defende e pensa
Mas não entra realmente na vida,
Isto é, não ouve a energia transcendental
Que existe em cada um de nós.
Ideia promissora
Que surgiu pela brisa do mar.
Escondidas vestes
Que a ocultam duma visão maior.
Senhor fumador que se senta e lê o jornal
E é quem é, sendo senão
Uma repressão individual.

Mulheres tantas,
Belas mulheres femeninas
Que se arrojam com
Vestes de impressionar
Mas não para ficar,
Ficam azedas com o tempo
E se alojam
Numa ideia actual
De como a mulher deve ser,
Reprimindo o seu
Grito natural de mulher
Pensando em ser
Independente e trabalhadoura
Primeiro e só depois
Mulher quando o grito
Já foi substituido
Por uma ideia material e vaga.

Quem era ela que me
Abria os botões da mente
E me sussurrava
Ao ouvido coisas distantes?

Quem era ela que
Me tinha em tão
Grande consideração
E se formava em
Mim como uma deusa teatral.

Quem era ela?
Vocês querem ficar bem com o mundo dos homens
Eu quero ficar bem com o mundo dos deuses.
No primeiro amor procuramos
A aniquilação da dor.
Tristes façanhas
Que o meu corpo
Desejou possuir,
Calor repetido
Porque é passivo
O único eterno
É aquele que é mantido.
Chora-me agora em breves
E repetidos momentos para que
Sintas o que eu sinto.
Alma minha que não quis assentar
Tornou-se num fugitivo.
Agora só há procura quando
Outrora houve um encontro universal.
Eclipse da minha pessoa fez-me
Ausentar do calor humano
Por ele ser frio quando não
É dela.
Sou um fugitivo.
Sou uma sombra,
Aquela que
Escurece perante
A luz acesa.

Vejo a lua bela
Lá em cima
Mas cá dentro
Ela é destilada
Por minha essência
Danificada
E escurece
Ao ponto de lhe
Sugar toda e qualquer luz,
Para que não me
Atrofie o escuro
Cobarde e confortável
Que vive no meu interior.

Onde estará a minha mãe
No meio desta toda
Confusão?
Serei eu filho
De humanos ou da lua?

Será a minha consciencia acesa
Por inúmeros fracassos
Ocorridos pela estrada
Da vida.

Que longe de mim
E na mesma dentro
De mim há um buraco
Vazio que quando
Assim está suga
Toda a luz e beleza
Como um buraco
Negro no espaço
Suga toda a vida
E luz em redor.

Quis desistir de tudo
E fazer o que me
Apetecia e sentia,
Ora aqui está o
Momento da verdade.

Serei alguém?
Quando a estrada
Está sem saída
Há que entreter
A vida com
Passeios mentais em
Paisagens afastadas
Do mundo sóbrio e trabalhador.

Vale mais isso que o tédio.
O tédio da sobriedade
Não reconpensada.
Procurei a ausência
Da minha pessoa
Na tua inconsciência.
Procuras chave
Num mundo arbitrário
(re)conheces o erro
Antes de actuar
Procuras ser alguém
Quando não te deixas ser.

Tudo envolvimentos
Demasiado intensos com
A tua própria alma.
És uma consequencia dela
E dela não te queres largar
Mesmo quando procuras ser
Outro para disfarçar.

Sai da minha frente
Que me empatas a vista
Dos “outros”.

Sai da minha frente porque
Quero ver.
Sai da minha frente porque
Quero ser.
Por vezes sento-me
Num atalho
E lá me deixo estar
Com o compromisso
De ser um atalho.

Um atalho imaginário
Que funciona como fé
Numa vida na terra.

Um atalho em que
Só tenho me mantido
Sentado no primeiro
Banco da fronteira
Entre o atalho e a
Grande estrada.

Ja estou aí sentado
Há tempos longos.

Por vezes dou uns passos
Perto do banco
Mas rapidamente me
Canso e perco fé e
Volto ao banco.

Esse banco que já é meu
E eu dele
Mata-me aos poucos
Num conforto melancólico
E infeliz.

“Raça minha não foi feita para ser feliz.”
Grita uma voz no centro
Do meu cérebro e prevaleço
Vivo mesmo descontente.

Se não houvesse esse primeiro banco
Estaria eu a me aventurar
Por este atalho?

Se não houvesse esse
Estúpido e mísero
Banco estaria eu aqui
Na promessa
De criar uma nova raça
Para mim?

Não... Se não houvesse esse banco
Eu já teria seguido em frente pelo atalho.
O mundo caminha mal e eu bem
É esse o problema.
Fugindo de mim mesmo
Por uma encruzilhada
Tapada pela gente
Mas não pelos meus olhos,
Corri caminho há frente
Chorando a minha ausência
Corria e corria
Procurando algo.

Comecei aos poucos
A penetrar por uma
Floresta densa que se
Adensava á medida
Que eu a queria penetrar mais.

Almas rebeldes vi-a-as
Como fantasmas flutuantes
Que nada diziam
Só insinuavam “algos”.

Como era um “algo” que
(eu) procurava
Senti-me confiante
Em progredir
Minha passada.

Santos e demónios
Lutavam por gestos,
Não os compreendia
Mas percebi que estava já
Em terreno de deuses longincuos.

Exausto da minha procura
Salvei-me da pedra
Que me perseguia
Encharcando-a
Com água pura do rio
E ela assim desistiu.

Tornando-me eu mais
Leve
Consegui sucumbir
Ao desejo de eu
Próprio me encharcar
E beber água pura do
Riacho que andava
A meu lado.

Larguei toda a roupa
(td o k me pesava)
E corri nu
Para o encontro
Com o centro
Que já se avizinhava,
Isto porque já
Caminhava por entre largos oásis suculentos
De visão frutivora.

Vi um deus enorme a
Tropeçar para um poço antigo de água,
Alcancei-lhe a mão
E puxei
Não tinha forças
(ele era enorme)
Ele largou-me a mão
Que suava e ao
Cair pelo infinito túnel
Abaixo gritou:
Sê alguém!
Donde procurei eu a essência?
Onde nasceu a consciência
Dela em mim?
Quando reconheci em mim
A minha consciência?

Quando se sentou ela em mim
E me procurou os olhos
E os lábios e me
Sangrou a alma deixando
A dela me entrar.
Sangue que não é meu mas
Me encontrou, fundiu-se
Num só por fruto da
Luz de um só olhar.
Imaginei-me numa noite
Ao luar com uma estrela
Cadente a meu lado a planar.
Corria pelas minhas ideias
Com o corpo estático
De repressão emocional.
Surgiste em mim e nisso te
Encontrei,
Separei-me de mim e te toquei.
Longe do meu acesso
Indeterminado
Coraste tua existência
E obrigaste-me a voltar
A mim.
Ao sair de mim
Nunca mais me encontrei
Verdadeiramente.
Sou uma semente
De procura que nunca
Encontra realmente.
Serpenteia em mim
O obscuro pensamento de
Ser um só
E não ser de todo
Um só
Mas muitos e variados.
Que desistência foi aquela
De desaparecermos?
Que confiança tenho eu
Numa vida que se
Encontra eternamente
Naturalmente?...
Flor do apogeu
Que se desenrolava
Na minha paragem decisiva
Que antecede o nascimento da vida individual e pessoal suprema.
Qual o medo de me subsistir
De me ser e encontrar de estar
E perceber querer e tentar.
Almas várias derrubaram a minha compreensao da vida
Abrindo a amplitude ocular da mente
Mais uns centimetros
O que me fez compreender melhor
O mundo e a mim mesmo.
Nunca me espanto de me encontrar mais e mais
Todos os dias como se
Me tratasse de uma terra rica
Onde qualquer planta e árvore
Se procria e desenvolve com o
Belo amor da abertura á vida consciente.
Em determinada altura
Olhei para mim mesmo
Num espelho cósmico
Produzido por neurónios
E ponderei se as pegadas que andára
A fazer desde novo
Eram consistentes e massivas o suficiente
Em carácter para as poder nomear
Como minhas e dignas de existirem.

Cheguei á conclusão
Que não e sim,
A ideia na mente
Quando esta é abrangente
É infinita logo
Não há como
Provar nada
Cientificamente apartir
Da intelectualidade,
Portanto prefiro garantir
Coerência apartir do radar do sentimento.
Como posso eu me considerar
Igual a todos estes humanos
Se são especificamente
Seres como eu
Serenos sábios e equilibrados
Que são marginalizados
Por todos os outros standardizados.

Raiva minha e indignação
São justificados pelo fruto
Da razão e da emoção juntas.

Tristeza cai em mim quando
Oiço constantes banalidades
Sentado numa simples esplanada
Em pleno parque de campismo.

O jornal que mais vende
É o correio da manhã!

Pura tempestade de mediocridade
E distracção pre-concebidas para
Entreter e derreter as verdadeiras
Importâncias, os verdadeiros valores
Transformando um horror de assassinos
E violações em mais uma banalidade
De suas vidas inúteis.

Transforma-se a excepção
Em regra,
O raro torna-se
Comum.
Todos estes incitadores gordos
De doenças precursores
Da enorme ignorância fertilizada,
Haveriam de ser enforcados
Na praça pública sem
Possibilidade de última palavra.

Eu quero gostar do mundo,
Quero gostar das pessoas mas
Este sistema corrupto come-as
E controla-as mantendo-as
Na distracção e obrigação do
Trabalho escravizado e a publicidade
Embrutecedoura e negativa.

Tanta ignorância,
Tanta irresponsabilidade já cansa.
Como posso eu ser um só se
Sou tantos simultâneamente?

Como posso eu
Ser tantos se
Sou um só?
Burguês, burguesia
A guerra acesa
Entre seres humanos
Por um propósito
O bastante fútil
Para ser absurdo
Como o pobre dinheiro é.

Quando procuro alguém
Procuro sua alma
Acesa por detrás
De uma máscara
Programada.

Almas abatidas que renascem
Das cinzas
São possivelmente as
Mais belas
Pois sabem e não
Negam a tristeza
Esta já faz parte delas.
A suprema existência
Da minha consciência
Faz-me ser um tornado
Que flui com a natureza
Destrói a fraqueza á volta
E fica só a consistencia.

Sou algo em movimento
Quando não o sou fisicamente
Sou-o ainda mais na mente.

A minha existência
É uma consequencia
Dum vento natural.

Eu não quero ser fixo
Quero ser o mais possivel
A fluidez do universo,
Poder ser ou captar
Essa brisa e usá-la
Na vida de humano.

Sou uma passagem.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

É a tristeza que solidifica
A alegria da vida.
Vai-se afastando de mim
Este pequeno
Deus que me possuiu
Em tempos.

Já nos somos distantes os dois.

Qual a questão entre seres
Tu ou eu?

É igual meu querido,
vai-te embora se queres.

Eu reinventirei outro
Ou finalmente serei
Somente humano sem
As pesadas asas que
Mais me mantêm em terra
Que no céu.

Ah sim prefiro ser
Somente humano.

Ser simples é deveras
Mais complicado que ser complicado
E eu quero ser simples.
Servir um bem maior
Ai esse descanso
Quem me dera.

A acácia dá frutos
Ainda que não se vejam
Estão lá.

Eu também dou frutos
Mas pertenço a uma
Raça que está feita
Para viver
Não para dar frutos.

É decadente para mim
Só dar frutos
Por mais deliciosos
Que estes sejam
É outro que os
Vai saborear e sentir.

Eu só os crio
E só quem tem dificuldade
Em saborear
Tem necessidade de criar.
Segregando oliveiras postiças
Ao ouvido do seu colega
Sorri, de fascínio por o ouvirem.

Ele que á noite
Chora sua ausência
Não vê como parar
A sua essência social
Que esmaga o seu
Eu individual
Ao fim de cada dia
Ele ignora os avisos
Que se apresentam
Naturalmente á vista
Da mente.

Mas o álcool ajuda-o
Nesta sua inércia
Ilusória satisfazendo
A aura social em
Detrimento da individual.
Presas á cama
As aves de outrora estão presas
Á cama.

O quarto está todo desarrumado
Pelo incessante bater
De asas
Das aves presas á cama.

Não se cansam de se esforçar
Por se soltar
As aves presas á cama.

Aqui mais que em algum outro lugar
O vento gerado
Será o fruto criador
De uma nova era intelectual.
Não há nada de grande
Em mim,
É tudo uma
Consequência da minha
Incapacidade
De viver a vida.
Não acredito em ti,
Não acredito em ti
Porque sei que és
Fruto da minha carência.

Sei que não existes
Sei que és um fantasma
Que me assombra
Mas não me consegue bater.

Sei que és uma ilusão
Sei porque não te vejo.

Sei que tudo o que penso
É algo e
Que esse algo é importante.

Sei que tu só me
Tens inveja, sei porque
Não te sinto meu.
Folhas secas
Caem ao meu
Redor,
Parecem cair
De mim mas como
Em mim nada
Vejo (de folhas)
Continuo o
Caminho sem pensar
Nas folhas secas
Que ficam para trás.

Se parar elas amontoam-se
Ao meu redor até
Ao ponto de eu
Não poder olhar
Além de mim.

Então parece que tenho
De estar sempre a caminhar,
A largar folhas secas e deixá-las
Ficar para trás
Na minha ausência e eu na ausência delas.
Finges que não sentes
Mas eu sei que sentes.

Sentir é inacto e se
Pensas que não me fazes
Sentir isso estás enganado.

Estás longe do teu ser
Eu sei
Vejo-o nos teus olhos.

Onde sabes estar tu?
Sabes que não há
Nunca certezas num
Assunto tão complexo
Como o eu.

Agora o que se foi
Caminhou para fora do bosque
Precioso onde só a
Luz verdadeira penétra.

O fogo fugiu dos homens
E deixou-os sozinhos.

Fugiu deles deixando-os
Destinados a seu próprio
Destino.

Sentiram-se sozinhos
E longe do calor
Se isolaram na
Sua condição
De animais frios.

Numa gruta gritavam
E giravam como loucos
Para que os deuses
Acreditassem na
Sua miséria.

Mas ninguém acreditava!

Ninguém acreditava!
Eu estou e sou
Noutro local.

Tudo o que vês
Em mim aqui são
Cinzas de um deus
Passado.

Aqui já só jaz
(o meu nome).

Estou num periodo
De transição
Um periodo em
Que não devo ser
Nada para escolher
No todo o que me
Vem, o que quero ser
Em seguida.

Deixa-me estar.

Não me faças reconhecer
Que te reconheço e
Não me faças ser as cinzas
Pois elas para mim não são nada.
Está tudo calmo
Pelo menos parece
Estar tudo calmo,
Estás em harmonia
Ai entao não estás em harmonia.

Aparece alguém derrepente
Da realidade e tens de tar presente
Como pessoa social
E logo em ti
Uma mísera força de fuga
Que te alienia deste mundo.

Estavas calmo
Pois estavas,
Estavas
Tão calmo...
Esqueci-me do teu presente
Noutro dia
E nunca mais o encontrei.

Parecia perdido á procura dele
Me sujei nas águas
Sujas do passado.

Sujas de morte
Porque não presente
E vida
E deixei-me ficar a apodrecer
A não comer frutos fescos
Da realidade do presente.

Fiquei todo sujo
E já não me consigo ver
Limpo,
É demasiado intenso e parece
Mentira.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Páro a inércia do mundo.

Ela pára em mim
Quando assim o desejo.

Tenho esse poder
Por me achar importante
E relativamente responsável
Pela raça humana.

Quem não existe ou é fraco,
Que vai dar ao mesmo,
Limita-se a passar
A mensagem recebida ao outro,
Fazendo deste movimento a grande escala
Como uma onda no mar é um conjunto
De milhões de gotas de água.

Essa tal “mensagem” pode ser um acto de violência recebido
Ou um sentimento individual que acontece
Por consequência de algum acontecimento real ou interior.

Afinal somos um animal social
E funcionamos como cardume ou como virus,
Dependendo da perspectiva,
Quando todos juntos.

A democracia ajuda a esta onda gigante,
A este passar de mensagens fácil e fútil.

Já não há cultura nem valores superiores para parar a onda.

Mas existo eu
Que páro a inércia do mundo.

E existem tembém muitos mais eu’s por este mundo fora,
São esses eu’s
Que realmente sentem a brisa no ar e o sol a raiar.
O que fizeram á
Alma abatida
Do pico do castelo
Da montanha?

Estará viva?
Estará morta?

Que ideia criá-la
Numa perspectiva a que ela
Não corresponde!

Lá em cima neva
Mas por onde
Ela passa todo o
Gelo derrete
Tanta é sua brasa
Em guerra.

Mal os aldeões souberam
Que seus pensamentos eram de extrema liberdade
(E não de acordo com os
Valores da sociedade)
Enfeitiçaram-na numa jaula em que o ferro
É feito de lixo
E á volta existe uma ilusão constante
De tristeza imensa..

Essa alma corria seus pensamentos
Girando numa panóplia deles
Fazendo-se acreditar que os vivia a todos
Simultaneamente.

Sabia ser uma ilusão
Mas que mais é a própria vida se nao a ilusão que criamos ao vê-la com nossos
Olhos e pensamentos.

Sala da noite solitária
Nao mais és
Que a fantasia universal e infinita de um
Desejo monumental
De um pensador
Normal.
Estando ela na ausência de sua própria pessoa
A distabilizar
O centro do meu mundo incógnito
Que se decifra
Por um vocabulário farto e complexo de origens
Antepassadas á vida em si.

Rejo sangue de poder através de um pénis
Do entardecer.

Forte virilidade transforma corpo e alma frisando a existência
Julgando-a como crucial á competência.

Nela há ausência, em mim o passado da consciência.
Viver sobre uma pedra dura do granito
Parece desconfortavel,
Mas onde perde o calor fútil do confortável
Ganha a plenitude de uma vida
Em que o que é valorizado é o calor exterior.

Verdes planaltos de vegetação,
Palavras doces de comunhão.

Pois é,
O frio do sono
É recompensado pelo
Calor do acordado.
Ter asas é dificil.

Ter asas é um
Fardo pesado quando se está em baixo.

Ter asas é uma maldição.

Ou as és continuamente
Ou cais em opressão
Do mundo e morres
Vivo.

Ter asas é dificil.

Ter asas é algo que todos
Que não têm desejam
E quem tem por vezes
Desejava não ter.

Porque elas são sobrenaturais
Não estão destinadas ao homem.

O homem deveria ser simples
Como a natureza
E limitar-se a viver.

O homem não merece
A responsabilidade
De um Deus.

É preciso o ser humano estar
Imensamente perdido
Para ser necessario
Que um ou dois
Tenham tais asas cedidas
Pelos verdadeiros deuses
Cansados de insistirem
E continuamente falharem.

Não é justo,
Para um homem ou mulher,
Ter asas.
Isto é que é
Estar deprimido?

É preciso mais do que isto
Para matar minha magestosa ave.

Nunca nada ou ninguém me matará o desejo
De viver
Pode me bater e mandar abaixo
Mas as asas sempre
Baterão fortes espalhando
Uma nuvem de pó
Que deixará a minha
Retirada imperceptivel.

Sei que tenho um caminho
A percorrer.

Sei porque sinto.

E quem sente não
Precisa de certezas
Novo caminho,
Novas luzes.

Novos entenderes,
Novas precauções,
Novos prazeres.

Belissima é a vida.

Qual passagem
Nela não será
Uma maravilha?

Caminhar por entre
Tapetes voadores
Instáveis de insegurança
E gemer e avermelhar a
Face, calor humano
Gerindo instintos sociais.

Santos seremos todos santos
Os que pisam a terra do nunca de um caminho virgem
E unico.

Ser?

Curioso pensar
Agora que na maioria
Dos ultimos poemas
Acabo a dizer
“Quero ser”.

Curioso que a minha criança
Estava-me já a avisar
Há tempos que queria
Aparecer e existir
Comigo cá fora
Onde se sinta a brisa
Do vento.

Vejo agora que ela
Já sabia o meu
Destino antes de eu dar
Por ele.

Se queres ser meu amor,
Seremos.
Tento manter o elixir da vida
Vivo
Mas por vezes
Há forças a mais a me oprimirem
E a me desmotivar.

Sangue meu já não
Está vermelho.

Estou agora fraco
Mas hei de me
Solidificar em
Deus uma vez mais.

Ja sei o que é estar no poço
E portanto esse meu desejo e vontade já estão
Riscados da minha lista.

Como já o tenho
Dentro de mim
Jamais necessitarei
Novamente do poço.
Pensamento infinito
De uma eterna
Esperança
De criança
Que não exalta
Mas aquece
O leito maternal
De quem se aquece
A si mesmo
Por mais ninguém
Tê-lo a aquecer.

Eterna criança
Com infinita
Esperança
Floresce toda e qualquer
Desilusão dizendo
Que é mais
Uma precaução
Para uma vida
Que nada tem de em vão.

Sangue e alma
Juntas
Corroem o podre
Ressuscitando-o em
Santo calor
Que nada tem de amor
Pois esse precisa de dois.

Alma quente
De um horizonte
Florescente
Que exalta a vontade
De viver
E amaldiçou-a
A sua ausência.

Sou e sou-o para sempre.

Não vou desistir
E repito
Não vou desistir.
Quando de longe
Vi o coração dela brilhar
Meu desejo foi sucumbir á minha condição de animal
E fornicá-la logo ali onde nos encontrávamos.

Mas não,
Deixei isso para outra.

Outra altura, outra alma.

Onde estás?

Essa alma que está para vir,
Ja vi uma,
Mas essa parece ter dono.

Mulheres, almas de calor interior,
Que ao simplesmente
Existirem
Dissipam o amor que está sempre
A ser criado e renovado
No seu interior.

Sempre que sinto a
Ideia de estar a conseguir
O mundo tropeça e
Deixa-me cair.

Parece inevitável
Estar-se sempre a cair e a se levantar.

Nem o mundo nem a vida são planos
E graças á vida que sim,
Pois se não seria
Uma constante
Ataráxia emocional
Como viver para sempre.

Desejo ser e descobrir
Um calor intenso
Dentro de ti,
Dentro do mundo.

Quero ser e jamais desaparecer.
Conhecendo
O desconhecido
Do mundo
O florescimento
Intelectual
Começa
A ser sentido
E a inocência
Perde-se
Em
Simples
Pensamentos
Que fervilham números
E contas.

Destruindo a sabedoria moral
Da hipocrisia civilizacional
Sobe-se somente
Um degrau
Em direcção á sabedoria e vivência superiores.

A partir daí é tudo
Sozinho,
O caminho desenrola-se somente ao caminhar e não ao imaginar.

Sozinho caminha-se.
Pergunto-me todos os dias:
“-Onde leva o meu caminho?”

Nem eu sei, é incrivel.

Eu vou atrás duma monumental intuição racional
Que me indica os caminhos
Argumentando a favor deles.

Eu de facto concordo e aceito no fim de cada argumento,
Pensando que de facto é um tipo de vida melhor e mais
Abrangente em comparação ao que me parece destinado.

O que há em mim que decide estas coisas?
Ou quem tem estas visões?