quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Em tempos remotos jazia eu ao som do altifalante do rebanho
E levantava uma bandeira passiva dizendo nela:
“Sou Diferente”

Como estava no rebanho
Pensavam brincadeira.

Um dia olhei uma coisa linda
E de tão linda ser fiquei a vê-la
Distraído que me estava quieto
Enquanto que o rebanho prosseguia.

Quando tomei conhecimento de mim
Então vi que estava só e berrei lágrimas de medo.

De tanto as profetizar alto, á espera da morte,
(orgulhosa concerteza de meu medo)
Alguém me ouviu e de perto
Só senti uma mão a me dar a mão
E dizer silêncio.

Levou-me e eu ía, resignado, pensando
Que era a morte tão estranhamente terrena.

Quando passei o monte
Então vi a correria brincalhona
Das crianças e os animais imensos,
Espalhados, soltos, pela paisagem verdejante.

Vi o sol a nascer
E não podia crer que fosse a morte.
Perguntei então ao capucho, que acompanhava
A mão dada à minha, se era “isto” a morte.

Ela baixou o capucho e disse sorrindo:
“Não querido, isto é a Vida!”

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