sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Entretanto começo esperando o lado de fora, quem sabe, primeiro e
pelo vento canto o espaço vazio a ser cheio pelo desconhecido frio
que será, a seu tempo, calor gerado por meu individual furor.
Tenho as vestes numa lástima, uma se arrasta pelo chão sendo
que meu céu quer outro coração. Um que não sofra tanto.
Determinada a colheita que só de um dia feita consegue o
terno sossego, frente à fogueira de meu enredo.
Perigosa soberania que, por vezes, fria me encanta tão mais que
este canto só, de estar chegado ao ouvido da gente sem ter em frente.
Por enquanto há as estradas a virem-me ao encontro sendo que me
sempre consigo desviar delas e fugir fugindo as cheias que se seguem.
Dou uns passos acertados mas logo se me entra incoerência feminina 
pela via da carência madrasta de ter quem se arraste em cima, ao lado
e por baixo desta minha velha carcaça. Sou um de vários e preciso da
tempestade de não ter onde me agarrar para me agarrar só ao leme da ideia.
Vejo quem vai e sinto pouco mas logo que as ausculto por via dessa
internet sofro um tanto, poder de não ser só eu novamente vazio.
Tudo a ir e quem fica é por arrasto que não vai, tem outros que pesam
o pêndulo. Ah que madrasta palermice do passado ser perdiz a me saltar
por aqui: presente que devia não ter tempo nem forma, coisa de agora.
Preciso de sossego. Preciso de plena inércia que me seduza a perder-me
por ela, encontrando-me - porque me sempre encontro - sendo eu nela.
O melhor sossego é o do movimento meu querido. O movimento é que
faz a coisa ter voz e não calada petrificar a tão chamada vida.
Há que ter certezas! Inventá-las com certeza! Está tudo rendido ao imprevisto.
Que mesmo que movimento seja é-o de outro e não de nós, parados sem
voz, olhando o imprevisto e nos deixando por ele enfeitiçar: nisto parados.
Nem sei o que te diga pois que por mais que te quisesse tempo vem-me
um outro azucrinar o templo, o meu templo. Trata. Tratai da vida!

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