sábado, 26 de outubro de 2013

Há um de aqui que resta ficar e deixar-se levar pela
inconsequência de querer o que para sempre perdeu.
E há o além, que não conhece e o quase guarda em desdém,
cobarde que se torna com o tempo nas costas, sol e tudo.
É preciso algo que esgota-se ao querê-lo, portanto deixar
andar para que as engrenagens se encaixem onde devem,
onde são. Cada dia passa e a noite se renova na mesma
em que o escuro é diário e a pressa misteriosa uma posse, quase.
É uma neblina novamente na mente que, ao que parece, engraça-
-se aqui... Nem se a quer mas ela vem estorvar se não anda
nem quer andar quem a mais sente e sente ficar. Nasceste
fruto desconhecido e te teimam em te conhecer e conhecer
e conhecer como se um alguém quando te mais largas em ninguém.
Mas o ninguém não age realmente, apenas reage e faz performances
de real calibre que ninguém vê ou sabe. O ninguém, na verdade,
é um falhado (iluminado) que apenas consegue chegar onde chega
por distracção e fadiga.  O ninguém não sabe nada, leva-se pelo todo...
Que ser alguém requer um certo conforto dado ou conquistado.
Requer um sabor e um saber estar que é duro ao ninguém que muito
mais sabe do ar. Ar é bonito, principalmente quando há comida na mesa...
O ar sabe de tudo mas deixa-se também levar por tudo. Ferro é
então crucial de mencionar a este ninguém que vive do ar?
Ferro ou chão, terra e árvores, mar ou grades - qualquer coisa que
tenha alguma noção de ficar, de ser, de estar. Amanhã ao vento pah!
Aproxima-te do ontem e salta as rédeas do destino de real caminho
sozinho - olha os outros! Também já lá vão!

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