quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Pirueta no caminho, já era tempo de levar rasteira. Sigo pronto, obscuro, aguardo outro caminho,
aguardo outra. Simples é o destino se não se o quiser mais que ele. Mas sendo que sempre me canso
do que posso porque me isto logo negado, vedado, lixado; só mesmo o infinito, a morte ou outra árvore de sabedoria morna que não estorva, que não estorva. Sede, tenho sede - agora nem tanto porque carente - sede de algo, que me digam algo, que me sejam algo, que me piquem, me molestem, façam-me desta terra. Demoro-me tanto nesta vida que por vezes sinto que a não mereço, sinto que ela me não quer pois não vou, não a ando. Contesto-me aos céus enquanto os outros contestam politicas e coisas assim. Tenho o cérebro rebentado e desgovernado, querendo fugir. Arranjar uma bengala para me empoleirar nos meus 20 e tais anos seria obra, seria algo de extraordinário! É que a vida sempre me desilude porque eu não a tenho, assim tanto, em consideração. Há a ideia, o sonho, caminho da certeza individual. O resto é confusão, peço desculpa mas é, deveras, confusão. As pessoas falam muito mas não dizem nada. Vivemos numa torre - ou terra - de Babel onde a gente procura o outro pela fuga de si. Contactos permanentes desaparecem, explodem-se corpos em globalização, as mentes esticadas impossivelmente por via da internet e a alma, pois as almas não sei. Nem sei se existem, não é verdade?  É uma canseira ser sensível. É uma canseira querer da vida perfeição, a obsessiva reacção a quem demais sente. Andar por aí. Estar integrado à porrada mesmo que triste e imperfeito. Manter a vida, mantê-la viva. Cansa viver quando um gajo é assim... No entanto.    

Sem comentários: