quarta-feira, 8 de agosto de 2012

"Agora corrompo-me o mais possível. Por quê? Quero ser poeta e trabalho para me fazer vidente: você não está a perceber nada e eu também não lhe sei explicar. Trata-se de chegar ao desconhecido pela desordem de todos os sentidos. Os sofrimentos são enormes, mas é preciso ser-se forte, ter nascido poeta, e eu reconheci-me poeta. A culpa não é minha de maneira nenhuma. É errado dizer: Eu penso. Deve dizer-se: Eu sou pensado. Desculpe o jogo das palavras. Eu é outro. Tanto pior para a madeira que se descobre violino, e que se danem os inconscientes, que discutem sobre coisas que ignoram por completo!"

 Arthur Rimbaud
correspondência, a Georges Izambard, Charleville, Maio de 1871 ( excerto)
in ABCedário do Surrealismo

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