sábado, 4 de agosto de 2012


Aos passos minguantes
Amada nada por Lisboa
E eu entre o ela e o mundo.

Concreto para os outros
Sinto-me explodido
Pelo à deriva da pedra preta.

Por enquanto reina a beleza,
O sol de fim de tarde
E toda a não amargura
De eu a não pensar.

Que não consigo me aperceber de mim
Quando o mundo ou ela me querem.

E no precipício
De me não sentir
Em controlo de minha vida
Vivo a tremenda angústia
De mesmo assim
Existir e ser eu.

Entrou em conflito,
Meu mundo com o mundo.

Deixo as barreiras deitadas,
Espalhadas por aí.

Torno-me de novo
A ausência que sempre quis.

Tenho vontade de largar voo,
Ou correr até cair,
Qualquer coisa que tenha fim.

E, no entanto, aqui,
Estou aqui.

A vida é demasiado incoerente para comigo.

Simplesmente a não entendo.
Então me resigno
E me finalizo por aqui.

…é a única forma
De manter a arte/vida a brotar,
Brotar de mim.

Que culpa tenho eu de me deixar
Influenciar pelo clima do mundo?

É deixar passar,
Que o tempo passa.

Amanhã melhor?

Já o não creio.
No entanto mantenho
Uma qualquer fé misteriosa.
Uma que me sempre surpreende
Por mais em baixo que me sinta.

À noite o meu norte,
E na profecia da vida eu durmo.   

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