terça-feira, 28 de agosto de 2012


Vão-se todos embora mais tarde ou mais cedo.

É então importante
Viver com o fim constantemente.
É da maneira que tudo fica para sempre.

Já sofri um tanto
Com a minha gente
Desaparecer por esse mundo
Mas hoje nem por isso.

Fiz deles uma mitologia
Que os já superou
Há muito tempo.

Qualquer um dos meus amigos
Se hoje voltasse
Desiludiria-me.

O que não quer dizer que eu não deixasse
Minha mitologia para trás
E fosse viver com eles.

Sei perfeitamente a relatividade
De tudo o que penso e escrevo.

Isto é só uma maneira
De preservar o meu acreditar.

Quando puder
Em vida ver o meu acreditar
Numa outra pessoa
Toda esta “obra”
Cai para o chão
E fica para quem a pegue.

Não faço questão
De me vangloriar
Por minha arte
Embora que às escondidas
Me sinta muito bem
Com tudo isto que crio.

Sei do tempo em que não existia
Pois me consigo
Abstrair de minha existência.

O tempo.
Talvez consiga sê-lo por momentos.

Isso é uma técnica
Que talvez tenha
Conseguido ao me querer abstrair
Deste ridículo sofrimento
De ser humano emocional.

Sou daqueles que descobriu que a tristeza
E o sofrimento são só um entretém,
Já que basta ouvir uma música ou falar a alguém
Para que tudo se evapore.

Vivo esta vida adulta
Sempre preservando os olhos e coração
De criança.
Assim a vida
Para mim, por mais que doa
É sempre divertida.  

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