sábado, 11 de agosto de 2012


Falas de Deus
E eu falo de ti
Deusa!

És a minha Mulher!

De ti,
De nós,
Dei à luz um universo imenso e complexo.

Ver-te aqui é uma novidade
E amor que te tenho
Guarda-me ainda em saudade.

Que sorte tive em te ser.

Que belíssima artimanha me pregaste.

Condenado à tua dança
Gero-te palco e plateia
E só tu,
Tu, minha linda, lá danças!

Que é como dizer, vives.

Viver é uma arte,
Tua,
Minha.

Ao longe chovem crianças
E nós sorrimos.

O nosso amor lhes dá asas
E voam elas para longe dos pais,
Para perto do sol.
Onde tudo é e gera calor.

O mundo está amaldiçoado.

Tu sabes e o vives,
Eu sei e o reinvento.

Maravilha é ver-te assim,
Sem mim.
Louca de vida.
Levaste-me para longe contigo
E assim só sei
Ser perto,
Perto de mim.

Resta-me a honra e o desejo.
Crer no futuro sem o querer.

A arte é a minha terra.

Gero-lhe chão e tu céu.

Adoro te ver viver.

Adoro que sejas tu a viver esta vida.

Eu te olho
E amo a cada momento
Mas me não chames
Que tropeço e engulo
O teu mundo no meu.

O que eu quero é morte,
É fim.
Pois só ela eterniza a vida.

Vivo a cada momento a eternidade
Pois não aguentei a longevidade de minha morte.

Nunca pensei tornar-me assim.

Mas tu és tão bela e viva
Que mais vives por mim.

A aura da vida me iluminou
E foste tu quem a mostrou.

Louca vida,
Vive-a feliz comigo
Mas sem mim.   

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