domingo, 9 de junho de 2013

É no encontro do céu com o mar que eu vejo chegar a mim a profecia dos tempos.
Mordo-me cá dentro. É prazer dos céus não ter o descuido de o viver por aí além...
São precisos dois corpos para que a alma se reproduza em sintonia: céu e terra.
Tenho a dor de poder ver por detrás do que sinto.
Evocações que me gritam e eu as calo para poder viver vida física.
De manhã respiro o dia novo como antigo e de acontecimentos presentes vejo reflexos conhecidos.
Da autoria de meu encanto tudo que vejo ganha vida.
Assim sendo se dou o meu encanto a quem o consome sem dó
minha visão se torna turva e incansavelmente demoníaca.
Tenho muito cuidado com o que me assiste.
Há que saber dar e receber amor.
Há que compreender que o amor que se tem é valioso,
tão valioso que se não há quem o possa receber e o usar por si
mais vale estar quieto e criar sozinho "essa" arte.
Descubro-me de novo a viver um passado perigoso.
Passado esse que é passado mas se encontra de novo aqui ao lado.
Tendo não onde me virar para me distrair ou acordar entrenho-me de novo cá dentro.
Sendo que isto era o que queria evitar, nos dias que correm, fico relativamente agoniado.
Mas a vida faz-se um dia de cada vez, não é?

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