terça-feira, 26 de abril de 2011

Em canto pegado
Pisa o chão
E se o vê
Molhado de algo.
Cheira e não cheira,
Há de ser agua então…
Vai em frente, pisa algo mole,
Isto já cheira e ainda quente
Provoca-lhe um vómito forte
Que ele presta-se a descarregar
Ao lado da merda que pisou.

Olha em roda
Nada vê
E agora enojado de tudo incluindo ele.
Tropeça num degrau
Batendo o joelho noutro
E ainda a cabeça bem na aresta doutro.

Desmaia…
Inconsciente sonha
Algo de tão bom
Que se enleva no sonho vivendo feliz.

Acorda em pressa,
No fim o sonho virou pesadelo.

Quando olha os pés
Sacode algo que lhe infligia alguma dor.
Toca o pé direito e tem de facto uma ferida
Apenas isto sabendo por faltar um pedaço
Pequeno de sua carne,
Ainda nada vê…

Deviam ser ratos pensa ele.
Revolve-se em angústia
Mas de tão lhe coincidente a morte
A luta pela sobrevivência
Parece uma ópera ao ribombar do coração!

Se levanta e salta
Aquecendo-se
Para caminhar mais em frente
No suposto melhoramento de sua condição.

Vai andando… de já não lhe estarem a morder os pés
É motivo para motivação, então anda mais rápido.

Lá encontra o que julga ser
Uma porta mas está fechada.

Envolve-se nela tentando descobrir o truque de a abrir
Mas ela não abre e ele se larga por mais há frente.

Se está aqui uma porta pode ser sinal
De estar mais perto de fora deste esgoto, pensa ele.

Começa a cheirar mal já uns bons metros para onde está
Daí ele deduzir ser isto onde ele está, um esgoto.

Cancelado este pensamento,
Sente o ar não tão mofo
Como que parecendo perto uma entrada de ar.

Lá vai ele, mais esperançoso.

Finalmente ao virar uma curva
Sustém respiração e parece que vê Deus!

Luz solar ali!

Luz solar!

Vai a correr a correr lá chega ao orifício
Olha e vê mar e mais mar.

Olha para baixo,
200 metros para saltar…

Não é este o caminho,
Volta para trás, para o escuro,
Para “o” não ver e para as ratazanas...

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