quarta-feira, 6 de abril de 2011

Tanta coisa que me aguarda
E não guarda.

Tanta coisa que me irá vir
Tanta cena que não encenei
E terei que improvisar no momento.

Tanta coisa mil
Que sei que serei!

Porra! Que tenho medo
De conhecer demais a morte
Estando ainda por viver muito!

Já me conheci a mim
E logo me veio Deus intrometer-se…

Assim, fui-o e que me resta
A mim, pobre alma,
Que descobre a vida?

Viver?

Doutrina que não se ensina
Por não existir?

Ah sim,
Por certo viver.
Ser novamente filho
Disto tudo
E rosar as faces num
Incontrolável desígnio
Que não se conhece previamente.

Tanto amor por conhecer
E mais, muito mais,
Por dar, espalhar!

Ai, o quanto quero eu
Ser santo sem morrer sendo-o.

No desconhecido
Estará Deus,
Por certo.

Se o conheci agora,
Rápido me enveredei
Por caminhos que não sei.

Me levaram eles
A mórbidas visões
Das quais não sei soluções.

São essas, onde eu,
Outro,
Descubro novo Deus
E me canso dele por me dele
Dar tão bem.

Há mais?

Há por excelência sempre mais!

Ai, tantos Deuses!

Tanta vida desconhecida
Que há que se conhecer!

Febre-me a alma em sangue
E corpo de espírito,
Novo cigarro e tudo se alinha
No correcto de minha identidade,
Que por certo,
No certo,
Não existe.

Para quê se existir já
Se ainda há tanto por existir?

Ai sim, sangro-me alma
Porque desejo mais que ainda ela!

Que há de mais acima que a alma?

Deus?

Sou deus então.

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