quarta-feira, 6 de abril de 2011

Pobre de mim.
Minha alma em sangue
E eu só quero ver
O belo que a vida é.

Jurar-me segredo não quero,
Sou do mundo e ele que me apanhe
Eu mando-me de qualquer forma!

Aprendi isto tudo com o amor.

Encanto o parvo
Com minha lucidez
E ele logo me preza
E se encontra lúcido
Vendo-me parvo.

Ah, estas e tantas coisas
Que vejo eu não aqui na terra
Mas num tão sem tecto
Que geralmente
Se chama mente.

Falhei no encontro
Mas não na procura.
Essa é minha meta
E como toda a gente sabe,
Há não-meta na procura.

É talvez uma maneira de viver para sempre…

Quem sou eu para dizer?
Apenas procuro e fico-me
Por essa procura
Que não se cansa
Nem me deixa cansar dela.


Alcanço o Rei
E logo ele me faz uma vénia,
Eu a tolero e mando meu
Servo para o trono.

O Rei feliz
De se ver entre a gente,
Começa a dançar, embora
Que não haja música para acompanhar.

O servo, feliz da visão altiva do trono,
Sereniza a existência
Não na avidez pois já chegou ao topo.

E eu, eu, eu estou bem.
Entre um e o outro.
Somos todos um pouco o que somos
Com quem estamos...
E nisto me presto,
Mesmo que acompanhado, a ficar sozinho.

É-me uma coisa visceral
Mas hoje não demais egoísta
Pois aprecio intercepções alheias,
Embora que só se por respeito a mim.

Fico assim
No meio da gente
Sorrindo feito parvo
De estar sozinho
E todos me verem acompanhado.

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