terça-feira, 7 de junho de 2011

E é a cerveja que me escreve
E não eu.
Eu sou sossegado de meu aqui
Estar vivo a olhar.

Satisfeito e curioso
Nada pensante e entediante.

Reconheço que não sou eu
Que escrevo meus escritos
Mas algo que se solta de mim
Quando por bem ingiro
Uma ou duas cervejas.

Porque eu, eu, comigo
Fico sem pensar e olho
Mas não reflicto apenas olho e é só.

Olho e sinto para completar.
Mas é um sentir leve
Que acarinha o coração
Sem o sequer tocar.

Olho e vejo quem de mim
Perdeu lugar e ganha um outro estranho
Que aparece em palavras em folha vazia.

Porquê escrever?
Que estranho dote me veio…

Penso em mim e não me creio
Fui eu que escrevi?

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