quarta-feira, 29 de junho de 2011

Tudo o além de eu
É demais.

Se sou mais que eu
É por simbiose
Não por disso possuir.

Coisa de eu
É sempre universal.
O eu é igual ao tempo:
Completamente espírito
Completamente inexistente em factor físico.

Anda a carroça de meus pés
E eu ando atrás.

Sou duro como um velho,
Carrego minha morte
E se me chamares,
E de ti gostar,
Sorri-te minha criança despreocupada.

Que a morte não é triste
Nem sombria
É só o sono dos deuses.

O segredo é sorrir por dentro
E deixar a face séria
Observando a morte viva
Que a rodeia.

Que dança feliz sempre
Minha criança
Em mim
E eu me vou
Cingindo assim
Meio que pai dela:
Plataforma de censura
Ou controlo
Que ela é demais bela…

Vive-se em nervoso
Mas eu nem tanto.
Colho o que posso
E tenho minha floresta
Onde para lá andar
Basta-me parar o corpo
E pensar, pensar.

Que de refúgio
Não anseio
Tenho já o meu
Bem vivo e quentinho
Que cheira a madeira quente
E brasa
Que essa minha fogueira nunca se apaga.

A vida é triste
Só para quem tem medo da tristeza.

Eu gosto dela,
Da tristeza.
É uma coisa calma, serena e nobre,
Respeita seu semelhante
E abraça o além de si.

A felicidade é que muitas vezes
Me enlouquece
E quero-lhe o fim rápido
Que não me sei gerir assim.

Preciso de um pouco de morte
Para viver bem.

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