quarta-feira, 29 de junho de 2011

Travessas de seu tempo apanhadas,
Pois caíram,
Pelo criado
Que sempre serve
Pois é servo
De um ele eu
Que cozinha
E faz de tudo seu.

As coisas todas
Amarrotadas e sujas
E desorganizadas
São coisas dele
Do servo
E o ele eu
Apenas cria
Do que é já seu.

A porcaria que
Se avizinha é do vizinho
Ou da vizinha
Nunca de ele eu
Nem do servo
Que é servo
Porque o é.

E viver em pé
Mostra-se uma arte imensa
Que é posta em prática
Pelo ele eu
Mesmo quando tomba
Pois o servo
O agarra e suporta
E ajuda
Pois é servo
E servo é e sempre será.

O tempo faz dos dois um e do um dois
E daí para a frente
Nunca se ao certo sabe
Qual deles é,
Se um dos dois
Se o outro dos dois
Ou se só um.

Tudo acontece repentinamente
E nem o um
Nem nenhum dos dois
Sabe quando
Vem a onda
Ou raio
Que os junta ou separa.

Mesmo com tudo
Lá fora por fazer
O cá dentro
Está sempre por saber,
Já que não é coisa
De uma só noção
Mas uma
Inconstante destabilização
Que momentaneamente
Está estável.

E o cérebro
Passeia a perguntar o que é isto
Enquanto o coração afirma
E o espírito sereno sorri.

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