sexta-feira, 20 de maio de 2011

Então em dança
De me querer vivente
Chora a criança de mim
Em sorriso que tudo alberga
E carrega as energias de um
Tão fim de principio de vida.

Não choro a despedida

Ela me foi querida.
Quero mar em frente
Para que de repente veja terra.

E o som marinho
Que me acompanha
A vista é tão lindo.

Viver aqui porque já vivi
Tudo aquilo que já vivi.

Acordo a minha pedra e a contemplo.

É minha e é uma pedra,
É a minha pedra.

E eu fui e sou
E não serei mais ela
Que hoje meu corpo se lança
E minha mente fica
Para equilibrar essa balança minha.

E jogo o terror
Como se fossem peças lego coloridas.

E brinco os ventos
Que se dizem frios
E eu só os acho ventos.

Vou-me deitar em harmonia física
Que já me reza o sonho.

Até amanhã.

(Bem-Vinda…)
Distribuindo num compasso de divagação
Meu sangue em discordância total
Com meu conhecimento, de facto,
De que “ele” foi ali.

Fugi-me ao perto e corri e corri
O longe como se fosse quase
Ao seu encontro.

Mas lá cheguei
E só uma árvore,
Só uma árvore encontrei.

Fiquei olhando em redor
Na esperança de ver conclusão.
Caiu-me coco(o fruto) na cabeça
E doeu, doeu muito!

Entendi,
Ah sim que entendi!
Que precipício saber-se tão vivo que se pondera viver. Consciência que dói, dói o prazer, a emoção física e fatal do momento que passa. Assim, pensando o viver, parece que o eterno existe em plataforma do real e isso parece-me belo.
Será?
É que também algo de perverso, algo de alienado talvez…
É um alienado que junta morte à vida em pose de plena meditação. Parece que “as coisas” do corpo são supérfluas e que o nada é doce e melancolicamente perpétuo.
Será esta maneira de estar algo de benévolo ou malévolo para mim e para meu tempo? Não sei se perco meu tempo em viver “além” desdenhando o prazer remoto e leve do real.

Se me paro num de maior energias reprimidas que é a ressaca e me concentro numa só, só coisa, parece que ela ganha conteúdo para por si viver. Parece que todo o universo está aqui neste momento. Paro o tempo, desapareço dentro, ou fora, de toda a relatividade da existência carnal e sou um só espírito com o mundo e os sentidos. É verdade? É a verdade?

Tenho dificuldade em ser hoje em dia natural e despreocupado. Tudo é sentido, depois analisado. Parece que me construo e desconstruo por obrigação, desígnio ou destino.

Não sou bem eu que desejo meu desejo, ele é-me imposto por uma qualquer força maior… Estarei louco? Estava a pensar isso há pouco… eu acho que sim.
Pelo menos tenho as portas do louco de mim abertas. Todos somos a uma certa medida loucos, já que nosso sub-consciente e inconsciente são à partida designados como loucos aos olhos da física realidade. Mas (o meu louco) é um louco propositado, voluntário e hoje devoto, se assim posso dizer… Viver sem esta minha, hoje, loucura seria um enorme infortúnio porque me inseriria necessariamente na loucura do mundo actual. Loucura essa, a meu ver, completamente supérflua, por mais não seja, por ser “só” actual.

Portanto seja ou não loucura dela me quero agora, é-me ela útil e produtiva, serve-me o propósito que eu desejo, ao que eu me disponho.

Desde que a mulher continue a viver o dever de ser Mulher e não trabalhadora só, o mundo - humano – e os Deuses têm salvação, isto pela simples razão de ela, a Mulher, continuar a Criação.
Em desígnio de me querer
Em tão albergante ser,
Estala-me o corpo em fatalidade
E o estico, o mais que posso,
Com (meu) espírito e ele vai dando.

Quero o que quero
E o a mais deixa-o lá sossegado
Em corpo e mente dos demais.

Fico-me por mim e já é muito!

Vivo então esta vida
Deveras agora minha,
E não busco justificação ou salvação
Tenho a minha.

Graças ao tempo que resisti e aguentei
Hoje não preciso de ninguém que não queira.

Sei quem quero e nisto me deslargo
E largo tudo de desnecessário
Pelas ruas e figuras inertes ao tempo.

Eu me movo em dança do passado
Pousando em escrita presente
E voando ao futuro
Numa infindável ode à vida universal.

Todos meus irmãos
Não tenho preferidos nem senãos.

Todos Deuses e Génios
De se levarem sozinhos seus imensos
Únicos caminhos!

Gente do amor e do sensível,
Gente do sentir e do viver.

Qual repressão? Não!

Em nós há espaço para tudo
Calor de quem se sabe imenso
E no outro continuação.

Não estou sozinho pela primeira vez
Na minha vida,
Sou eu voluntário ser que distribui seus amigos
Pelo seu antro mental, corporal, espiritual.

E todos Deuses!
E todos lindos!
E todos sozinhos!
E todos fortes!
E todos fracos de tão fortes!
E todos assim vivos, perto de mim.
Entra devagar
Que o copo
Se já acaba
E eu não me acabo nunca.

Entro eu na tua
Que silenciosa me aprumo
Em dengosa asa feminina.

Sapatos pretos
Mente branca
O corpo de meu tempo: amanhã.

Manhã tigresa
Calor em sol bimol
E eu sorrindo
Ainda deitado,
Apoiada face em perna depilada.

Então o sol
Me cai em energia
E salto
Eu da cama com alegria.

É fruto a comer tempo
A me de encanto pertencer.

Há um livro na mala
Mas Deus me livre!
Que não quer ser ele lido.

Há burocracias
Para conter o tempo da vida.

Assinaturas, processos,
Desaventuras de ser civil.

Em parte desmamado da árvore mãe
Vomita em tom de sorriso o leite
Que sendo do pai
Não é leite mas provavelmente sémen.

Ah mas eu não,
Eu quero as mamães!

Mãezinha pequenina
Faz-me uma filhinha.
Em segredos de fosfato de sódio
Eu me enlouqueço de paz feminina
E vibro o cano da espingarda para o ar
E disparo fogo
Chama da vida!

Palmas ao desconhecido que se encontra!

Festa na igreja de São Mamede,
Procissão, vai passar o príncipe
E o príncipe sou eu!

Eh lá! e cavalos e estacas altas,
Tendas de comida
E velhos em cima, não,
Em baixo delas!

A luz do sol ilumina a cara
De minha filha
E choro eu lágrimas.

Dedos na testa,
Tem ele febre?
Não, está só feliz!

Irra que a doçura do vinho
Corre-nos as entranhas em mel de convívio.

Jura.

Não, que para quê jurar
Se está isto a acontecer?

Regras da minha antiga cidade
Que é moderna agora…

Quais regras? As esqueci
Em dom de saber também ter trevas!

Louros lingotes de ouro
Ao longe
Chegam que perto
Mas não deles comemos
Então porque os querer?

Então, em amor de ter minha mão
Dada a outra,
Minha mulher que ri em posse de grávida feliz!

E eu aqui
Eu mísero eu
Que combati e combati
O que não havia
E agora danço o que há
E danço bem!

Que maravilha!

Sombrinha, que está calor…

Olho na penumbra a festa
Eles ali felizes
E eu aqui feliz.

Saber viver isto.

Como pude chegar aqui?

Ai que sim
Que estou feliz e estou só aqui.

Não quero mais que o mais
Tem pouco do que eu quero, já tenho.

Lanço os braços ao alto
E agradeço
Deus meu:
VIDA
MÃE NATUREZA
AMOR
VIDA
GRANDE ESPÍRITO
AMOR, amor sim
Tudo isso amor.
Fica por tocar à porta de dona Joana. Ela que tem tudo para salvar a dor que me dói a alma. Nesse instante de à 2 horas fui picado pelo bicho que tinha asas e falava português. Bicho alado que era feminino: cara esguia, olhos castanho mel, tronco delgado e ancas de quem parece estar sempre com o cio. Picou-me o bicho e eu deixei. Também não lhe vi o bico ou ferrão, só a boca e o rabinho.
Dona Joana, ó dona Joana!
Que é filho?!
É ela , ó desculpe ele, o bicho picou-me outra vez!
Ó mas que chatice , parece que ainda não aprendeste a não lhe falar.
Eu penso nisso e estou atento mas logo que ele me aparece fala-me de seduções que desconheço e fico atordoado e lá ela, ah desculpe, ele me pica.
Mas porque dizes tu ela e depois “ desculpe, ele”?
Porque o bicho é uma ela ao que me parece. Tem asas e ancas e mamas e etc.
Ó meu filho, isso não é um bicho, é uma menina, provavelmente uma menina que tu gostas muito, daí ela ter asas…
E não é ela perigosa dona Joana?
Não ela é tua musa, ao que parece, estás apaixonado meu filho, apaixonado…
Pressão de animal ao dócil ruge o canto de borboleta em doçura quase violenta. Um traço de formosura girando e se dobrando em perversa estatura que rebaixa o além de si em pequenez. Uma tez pálida, quem o ou a assiste e ele que é uma ela que se finaliza num ele se apruma de sucessiva contradição para não ser descoberto seu filho incerto que é, era ele, ela em pequeno que olhando o mundo o vi-a a ele sorrindo mas o mundo esse nele coincidia num sempre de absurdo em que não existe equação de compreensão. Era e é e era uma ignorância que ele, ela era e é um feroz bicho que de não se conhecer força nem espelho nem amor foge sempre encontrando os outros em surpresa fulminante. Esses, os outros, uns poucos dos outros que sentados vulneráveis à graça perpétua de um mundo que sempre vive mais, vêem e sentem o que essa feroz besta ignorante não consegue ver nem sentir.

Besta peluda fétida e de olhos encarnados que não se sabendo de seu sitio anda sempre por todos nós em geralmente “ideia de se saber”. Tenho medo dessa besta e quem a mais tem mais sorri de já não ter de fugir desse bicho que nela encontrou poiso, pousio momentâneo da horrível constante fuga de não saber nem se poder saber quem é-lhe essa besta que é um ele… Sei que ela, ele na verdade não existe mas em questão de sentir o existir é relativo…
Encontro com o vento. Fala-me ele de ti enquanto em canto de silêncio eu oiço e de ouvir acabo reproduzindo uma sinfonia em honra tua. Os tempos em precipícios de montanhas que em olhos soberanos se olham e escutam com respeito. Sentada naquela ali, uma rocha acesa e ali um pouco mais à frente e já noutra montanha as vestes de uma menina mulher dançam o vento em crer.
Lá em baixo, eu, desejando voar, desci, desci o alto de mim, onde ontem estava e aqui bem perto do chão desejo voar. Um desejo antigo e ardente que vivia em mim lá nas alturas. Porque estar lá em cima se não há mais tecto para alcançar? Cansei-me do topo e desci. Desci e desci levou dias meses anos já não sei ao certo mas desci e agora aqui sentado já também quase que me esqueci do porquê de meu descer… Conheci tantas árvores arbustos coelhos e cabras das rochas e ventos e silêncios e céus e sóis e luas conheci tanto neste meu descer que me esqueci do que queria ao descer. Mas agora que meu pé pisou o plano do chão não inclinado, esta terra tão espaçosa e pouco exigente, não sei se ainda desejo voar. Para quê voar se se está bem e deveras foi uma conquista estar onde estou?

Já não desejo voar não,
Vou antes andar,
Sim, isso,
Vou apenas andar.
Um vazio me tão grande
Se refugiando segredo.

Eu segredo não!

Segredo ao ar
Que é pureza digna de ser vista.

Segredo um tão doce chorar
Que é amoroso e criança.

Esse segredo pegado
Pelas mãos fortes de Homem
Levado ao alto como santificação do real.

Que mais completo ser
Que ser o vulnerável em pose de Homem.

Ser tudo isto
Com uma cara risonha
Que afecta a tristonha
E ilumina o mar em visão.

Lembrar que tudo de puro, valioso
E assim desejoso de mais conhecer em frente
Almas, até a si divergentes.

Loucura da mente
Se possível
Para ganhar arquitectura
Inconcebível ao real.

Ser homem com criança ao peito.

Ser destro na matéria de ser
E enfim reconhecer que há tão além de si.

Cansado não e infeliz…que distante ambição!

Só quem renega a si
Para poder o mundo fica infeliz
Com o que sabe e é.

Quem tem afecto, amor
Sabe que de mais interior
Há demais exterior.

Assim conhecimento
E sapiência, só amigos da vida.

Ficam os calos ao corpo
E deixa a mente e espírito em destra incessante comunhão.

Caminhos de uma só luz:
Solidão!
Ontem sonhei contigo.

Sonhei que estavas louca
Envolta na realidade.

Olhei-te, assustei-te
E me assustas-te a mim
Cara feia de não coração.

Sonhei contigo
E há tanto que te não sonhava…

Foste louca, desvairada
Pelo sono doce de minha cama,
Tornozelo da mente a dentro,
Frágil coeficiente de emoção.

Quer isto dizer que me falas ao longe?

Queres-me comunicação?

Creio não.

Antes refúgio de meu louco
Projectar em ti
Incoerência minha
De tanto ter como fundamental
Obrigação a ser coerente.

Que não leva senão à loucura
Um tão dever de coerência…

Louca não.

Sensato, apenas sou sensato de minha situação.

Vida a tenho e sempre serei.

Vivo louco para sonhar o viver até o poder ter.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Quero realmente amar as pessoas.

Quero deixar-me de ser
Para só crer nelas.

Quero gostar
De quem escolho gostar,
Quem me entende
Ou me crente.

Ter em mim o elogio do afecto
E ser assim paz de corpo
Em intelecto louco.

Gostar de pessoas
Porque só isso vale neste mundo.

Cansado do segundo,
Sonho longínquo,
Vivo o primeiro.

De uma só, só vida
Inauguro a incessante
Evolução esquizofrénica
Que me apresenta
No uno a revolução
Do tudo e do nada.

Ser assim,
Assim bem dentro e aconchegadinho,
Escrevendo o alento
De pensar amor.

E de o tanto exacerbar,
Largados cadernos e canetas,
Abraçar o amigo,
Os amigos, a amiga,
O desconhecido que sorri de mim,
Os desconhecidos
Que também, sem dúvida,
Merecem meu apresso e dádiva.

Ser assim um todo num só,
Sendo simples de seu múltiplo
Porque em sempre dividido
Por muitos outros em canção
De amor, afecto, interesse.
Saudação à noite que vou ter

Que me aceites bem
Vestes esfarrapadas,
Coração furado
E olhos lunares
De quem tristeza
Fez desenvolvimento.

Que me aceites bem
Noite minha.
Que de mãe fazes
Quando assim quero e me esforço.

Sabes... Eu para ter vida
Só com esforço
Se não largo-me na morte da civilização
E como que morro afogado.

Aceita-me bem noite minha.
Aceita-me como filho
Que já tiveste
E deambula perdido
Pelo som do nada.

Lembra-te que comigo
Tens sempre porta-voz de tua maravilha.

Ah minha noite querida
Se soubesses o quanto anseio partilhar-te
Com uma ela que me agrade.

Mas não, vem-me à mente solidão
E obrigação de poesia
Que me requer o nada ter
Para tudo poder fazer.

Sou estranho eu sei.

Mas sou teu filho
Noite minha.
Noite lisboeta que tem silencio e festividade.

Noite minha
Vou hoje a ti
E não sei de meus amigos…

Uns não me respondem
Outros trabalham amanhã cedo
Outros dormem em tua rua
Por virem de Paris à pressa fugindo
(cuida bem dele noite minha)
Outros nem sei ainda
De sua existência.

Mas fico eu
Minha querida
Eu para te dar
Minha sina.
É plena entrega se dela
Me fizeres
Brochura de noite de amor.

Noite minha, tusso:
Falta de vida…
Pesam-me os pulmões de não
Os poder respirar com vida.

(Estou errado,
Acerta-me aqui a coluna vertebral…)

Se contigo partilho minha vida
Então não mais tristeza por,
Pelo menos,
Amanhã, mais um dia.

Que vivo em segredo para,
Entre outras coisas,
Te contar.

Vês?
Sou te querido
E sincero,
Só te quero dar
E assim dá-me tu teu enleio
Sábio de Deus que não morre…

Tu não morres pois não noite?
Serena estada.
Ela que divaga o sol
Esqueceu-o em tempos remotos
Onde com asas desviava atenções
E surpresas muitas.

Que de tropeção
Iluminou o erro em salvação,
Não mais crente do descrente,
Sorriu ao ente de si ao mundo.

Encanto profundo…
Abraçou a terra, o mar e pessoas
Numa singela procura que afinal era encontro.

Então de tamanha conquista de procura
Encontrou e encontrando,
Tudo largou em sossego
De apenas querer agora viver.

E viver viveu ela
Pois nunca mais dela se soube.
Pondera-se a questão:
Será se sim,
Será que não?

Enleio de um desassossego
Tão-me comum
Tão-me passado.

Olho o alto
E ele me está
Aqui
Baixo.

Colho-lhe uma maçã
E me regozijo de seu sabor natural.
Um passo em falso
E já não é teu
Teu caminho.

Um passo em falso
E logo toleras um outro
Que não teu por habituação.

Um passo em falso
E pumba já não és tu.

Cuidado é o que tenho,
Até demais cuidado
E aí me logro de infortúnio e sofrimento…

Que deixado em paz é o maior dos desafios!

Querer andar por aí
Só vendo
Não sendo visto
Desafio, desafio…

E cansa-me esta coisa
De me proporem.
E ter eu a ousadia
De dizer que não pode ser.

Fico como que culpado
De assim dizer
Porque, na verdade, queria
Um até tão bem um pouco me entreter.

Mas é só bocado
E minha fluidez,
Que de natural e hábito precisa,
Não me tolera nada
Que não seja inteiro.

A arte dura a vida não.
Daí escrevo agora e
Não vou ver o tal “senão”.

Mais necessidade tenho eu
De me fazer em arte que em corpo social.

O social mesmo que artístico
(como muitas vezes o apresento)
Quase nunca me basta
A não ser que haja continuação:
Em Mulher, caminho ou direcção.
Parece que é sexta-feira santa, tão longe…
Que ninguém se lembra.

Demora-se no café, esplanada,
Come-se de família,
Vê-se filmes em casa em modo sozinho,
Vomita-se a ansiedade em incomunhão, incompreensão…

Sexta-feira santa…qual? Esta?

Creio que não, que pouco tem esta de santa
Mantém-se igual a qualquer outra.

Estranho esta coisa de ainda
Sermos uma civilização
Com ligação à religião
E parecer não haver nenhum qualquer Deus
Na nossa informação, movimentação…

Há trabalho, dinheiro, família,
Casa, futebol, pobreza, desgraça,
Acidentes de viação e crise económica
Mas Deus, não…

“Ele” ainda nos dá estes feriados
E a isso lhe estamos, ainda, inteiramente gratos,
Mas aparecer e connosco estar, falar, não.

Parece que Deus não existe aqui…
Ode à condição actual-Cultural

Em passado que me passo presente
O futuro me não chama à recepção.
Fica ali me olhando e eu a ele.
Espero sentado, já ausente de minha situação.

Não me chama ele há 2 anos e já peso úlceras no cu
Que aqui, onde estou,
Só sentado.

Ao lado estão outros
Mas como proibido falar
E se falar perco o lugar
Me subestimo de poder
E me deixo sentado.

Lá vão chamando um e outro
E tarda tanto que me chamem a mim
Que já nem nisso creio.

Mas melhor aqui
Que onde já foi.

Melhor aqui
Que ali onde já não sei dele de mim.

Melhor aqui
Que parado permaneço
E como de nada faço,
Nada apago,
Nada perturbo.

Mais 2 anos…
Cadeira de rodas.
Já nem minhas pernas andam,
Fizeram greve e se cancelaram.

Olho com olhos
De já mocho
As luzes artificiais
Da sala de espera
(que) me comem os sonhos
Em setas afiadas
Que já nem me penetram a carne
Feita cimento igual a estas paredes.

Recebo uma chamada.
É do passado,
É para mim!

Olho em volta e já nem me sei...
A voz que me fala
Sabe-me e diz-me disso.

Ao fim de hora e meia
Lembro pedaço de quando ainda andava.

Desligam-me a chamada,
Passou o tempo…

Eu sorrio.
De me lembrar de quando andava
Minhas pernas cancelam a greve
E me andam!

Vou porta-fora pó passado!
Que se dane o Futuro!
Para quê cansar-me em ego?

Para quê viver-me
Em tão pose imperial
Mas só?

Ai não.

Quero a tua e a tua mão.

Vamos juntos
Sem senão.

Tenho demais vida em mim
Quero-a dar a ti e a ti.

Chato é sentir
Tanta vida por viver
E tanta, tanta
Desperdiçada em dever ser.

Não eu
Mas tu e tu.

Eu pousei minha vida ali
E fui descobrir o espiritual.

Não sei se o encontrei
Ou se o sou
Sei que o sei
E disso me bastou.

(ilumina-me a sala
Que está ela escura)

Só o que se quer
E melhor crer
É que é, enfim, verdade.

E eu crer
Creio em tudo
Creio em nada.

Sou como Deus:
Cansado de seu poder…
Morte longínqua
Que de morte te assumo vida.

Em tédio de querer não ser
E nisto me tão certa nasceres
Empurrei-te ao canto
De meu canto
E espremida
Por mim
Geraste vida e mais vida.

Então quem sou eu
Senão um
Que de ti nasceu 2 vezes:
Uma de corpo
Outra de espiritual.

És minha
Morte que é vida
Vida que és morte.

Sossego…eu entendo.
Fui crente do niilismo
Em fumo de criança crescida
Negava tudo.

Aos poucos fui crescendo
E com isso sentindo,
Se tornando essas as minhas verdades
Fui (finalmente) existindo.

Delas me tornei tão sábio
Ao ponto
Que quando largou Deusa minha
A haste de minha vela
Exacerbei-a em correria
De largar tudo o que demais sabia.

O começo foi duro
O meio foi meio
E o fim mais seguro.

Agora lembro que
O que fui, senti,
É o que sou e falo.

Assim hoje
Mesmo tilintando
De falta (ou demais) energia
Reconheço que o que passou
Sou eu e o que sou continua.

Sou crente hoje
De meu passado.
O que senti são deuses
E o que vi verdades.

Com isto, passo o tempo
Me querendo
Me seguindo.
Abrindo aqui e ali
Uma cortina
Porque quero ver.
Quero ver mais que o que já tenho aqui.
Fugir…fugir da vida!
Que ela se quer demais querida!

Fugir, porque fujo?

Porque sim!

Fujo um pouco ali e ali
Para que no encontro (isso sim!)
Me encontrar deveras!

Fujo para poder encontrar, é isso!

Há que fugir um pouco
Para ganhar a carência
E dela fazer a mais louca
Entrega de felicidade.

Pois no encontro,
De me lembrar fugir,
Encontro mesmo!

Fujo então, afinal,
Para gerar o mais belo encontro!

Claro que não demais natural
Este procedimento
Mas hoje nada o é também,
Senão, o meu encontro!

Porque é vital.
Porque é gerado de minha auto-criada
Carência e fugimento.

Sou, todo eu, pré-propositado.

Invento minha vida,
E no fundo, nisto
Não a deixo natural rolar.

Mas é assim agora…
Foi, fui ontem outro
E amanhã sim, amanhã…

Amanhã não existe que reconforto…

Palerma devasso eu sou!

Mas só porque quero mais e mais encontro.

Hoje, sereno do que quero,
Não me dou
A demais do que, a mim, peço.

Chega, basta, o que hoje desejo.

Na verdade sempre basta
Quando já, de partida, demais se deseja!
Pensadores que me deram luz
De minha já luz nascida
Me abriram uma outra minha
Que é nossa, afinal,
À partida!

Meus queridos sábios
Mortos e outros quantos
Ainda em corpo resistem.
Florescemos juntos o som da sabedoria
Porque ouvimos o silêncio.

Uma salva de palmas a nós!
Irmãos e irmãs
Que de verem corpos atrofiados por números(!)
Escolhem a mente e com sorte
Alcançam espírito
Que os eleva à eternidade.

Creio em nós sábios.
Aqueles que se acreditam
Merecem viver imensamente além corpo ou morte!

Desde o primeiro shamã
Ou primeiro homem simples até…
Já esse simples, era outrora só por si, já um sábio.

Sabia fazer canoa, casa, tecido,
Amor, arte e ninguém o ensinava
Como necessidade
Mas alegre cultura,
Vento de sabedoria
Tão natural como o nascimento.

Ai meu irmão…
Primeiro homem à face da terra
Que não teve medo de se erguer
Em simbiose para com a gravidade!

Jasus, que superior irmão!

Quem foste tu?
O maior dos maiores sábios
Que não divagou
Pôs logo em acção pensamento, emoção.

Um bem-haja a ti irmão!
Deus afinal dos seres humanos.
O primeiro Deus que viveu em corpo!

Os índios ensinam-nos que os animais
Também têm espírito e nisto também eles
Deuses vivem para sempre.

É certo que esses índios sabem mais que eu
Pobre alma que de santo nascimento
A eticaram de civil.

Tanto um outro mundo
(ou outros)
Que mais rege este e nós
Sóbrios trabalhadores
Cansados de nossos corpos
Não o sabendo porquê…

“fala-me do espírito irmão.”

Não falo não.
Ouve o silêncio
Que verdade só a tua
E essa só tu, ouvindo o nada,
Podes ver donde brota em sussurros
Tua alma, tua verdade.

Excede-te no corpo
Para veres o que fica sempre.
Desse sempre tens essência tua
Que a podes assim acarinhar
Como verdade, tua única verdade.

Esquece a plumagem fétida da sociedade
E despe, além da vista, teu ser
Para que dele emanes só tu tua verdade.

Todos os humanos irmãos!
Desde o raiar do sol a Oriente
Caindo em quente estridente no Ocidente.

O Muçulmano, o Cristão, o Hindu e o Tupi
O Aborígene e o Cherokee,
O quente Eskimó
E o povo de Benim!

Somos todos lindos e fabulosos!
Criaturas de uma destreza mil
Em nos sorrirmos diariamente
O desassossego da “coisa” imposta.

Fala aos espíritos
E compreende que o tempo do corpo
É todo relativo
E teu eu desejo tem de ser ouvido!

Falo verdade.
Eu não existo dentro de mim.

Se existisse não precisaria de tanto espaço
Exterior a mim.

Fujo do corpo acho.
Fujo deste espaço fatal
Tentando ser o impossível de mais e mais crer
Que de tanto,
Tranquilo, já não mais quer.

Não é caminho…

É algo que me presto
E não encontro
Pois meta minha é a procura.

Não consigo bem escrever
Embora sinta-me prestes
A disso explodir!

Quero dizer algo
Mas pode esse algo não ser possível
De dizer por palavras ou pensamento
Antes a me só acção
Fruto de uma qualquer tentativa
De comunhão
Com mundo este.

Queria espalhar amor
E agora de barulho humano
Fico sombra,
Redobrando esse desejo
Em duplicado negativo.

Enfim, se sozinho
Nascia amarelo de mim,
Assim, só cinzento e talvez até negro.

Mas não queria…

É o cansaço mal dormido,
Tempo não reconhecido.
Engato o cão
Em um enorme pouco trambolhão,
De o assediar a comer enquanto
Ele me desobedece e caga.

Distribuir flores e caixotes
Sem notas, sem sequer moedas!

Divagar o norte em distúrbio funesto de Sul.

Um canto ao próximo,
Encanto o morto
Com minha vivência.

Sei lá de desvios e previsões…
Acordo o torto de mim em coro
E logo findo
Inovo em ser.

A rua passa só
Acompanhada por carros e pássaros.
Não eleva a vivência do quarto
Ao mais de sair e ir para uma além rua:
Avenida!

Sem qualquer sofrer
Minha ordem é comer
O que de mim se aproxima
Em dor de dentes
E carícias peitorais de Deusa feminina.
Encrustado em pena branca
Há cara suja que teima comer
O pó do branco puro.

Atravessa o terraço
Em pouco de altura
Se debruça.
A morte não chega
Nesse chão,
Salta então.

Caída veste azul,
Azul medieval,
Mais feliz religião
Que intrínseca beleza
Ausculta seu chão
Sujando-se dele
E em cima
Pleno, pleno azul limpo.

Quem de o crer?

Tu, talvez…

Pardalito não te calas?

Foge, foge pardalito…

Creio em tranças castanhas
Oiradas pelo sol da manhã.

Sentada à beira dela
Eu me sujo de pensar.
Requiro que me dói a cabeça,
Ela se encolhe de ombros e diz
Em sua pequena mente,
“não compensa…”

O mar ao sol
Distribui seu barulho incessante.
Ondas que expressam
Que a morte não mata a vida…

Levanto o corpo
Para ir deitar
Ali a mente.
“cansado durmo.” Penso.

Ela se esvai em parte
Que agora não me disponho
De fala pois oiço sonho meu.

Atravessa, ela, a calma
E se dispõe
De abraço ao mundo
Feito ar, energia.

Queimo sabedoria
Em fala e ela é dela em mim criadora.

Suspiro baixinho e se ela foi…

Grito alto a dor
Chamando-a
E o silêncio di-la
Não ter a seu dispor.

Ensanguentado em mísera solidão
Olho a direcção da hora:
“almoço, está certo…”

Não creio em nenhum perdão
E assim ele me é
Faca bem fina e afiada
Em meu coração.

O galo canta e é uma hora,
Falta tanto para o novo dia
E ele já canta.
Será que também ele tem pressa?

Fungando as preces de um outro amanhã
Gero cansaços antecipados,
Antigos de não (antes) cuidados.

“ela vem, ela vem…”
Em vias de sagrado
Meu pensamento vive em mim
Meio que independente
Para o poder
Assim
Escrever, partilhar, ser.

E eu, eu vou andando por aí,
Feliz, no fundo, de ser assim,
Portador de tal conhecimento,
Oficio e luz.

Por agora fico-me por aqui.
Ver onde isto vai dar…
Esquecer-me de mim para me encontrar.

A verdade é uma ironia.
Em compasso menor
Parece que fico eu
Comprado à destreza
De mais querer não ser.

Então porquê?
Joga bem o mal da vida
Acorda certo o descuido de ter.

Porquê?

Ah mas silêncio meu velho,
Um absurdo
Que é vos ouvir!

Seres humanos não são
Mas usam seus corpos em cuidado
De os ser prestável.

Mas quem, quem então?

Eu já não sou
E tu,
Tu nunca serás…

Uma tensão desnecessária no ar.

Um canto que se não deixa ser
Por este ser inapropriado ao canto
Que era dele.

Enfim, sim, que me chateio de rastejar.

Quem eu ou tu,
Uma pausa santa que não oiço
E vivo em quase pleno ser.
De demais loucuras
Me servi eu
Para em sossego
Albergar ele.

Gritos altos
E festas doidas,
Noites escuras
E outras iluminadas
Pelo sem fim de fim
Que não resiste à minha sedução.

Querendo o não em vão…

Eu penso o sim
Sem o querer
Tenho-o em mim.

Então nesta ode estranha
Que se chama vida moderna
Solto de mim a hoje rara
Ave de criança pura e magoada.

Todos a ouviram
Que a hoje sou, mais que eu,
Instituição espiritual.

Teve que ser,
Que a já não tolerava
Aos olhos e ouvidos esquecida…

Deus nasceu
Pela primeira vez no Ocidente
E ele sou eu
E ele és tu
Somos nós e nenhum.
Cobarde, cobardolas
Aquele que sempre adia aquilo de hoje.

Cobarde, cobardinha
Essa tua sede ceguinha
Faz-te desdenhar a fonte humilde
Mas bruta do dia-a-dia.

Cobarde eu ou ele ali
Cobarde eu sim,
Eu cobarde.

Tantos me querem e eu fujo…

Só quero uns poucos
E desses quero também
Só pouco mas do seu já muito!

Não sei se peso bem meu passo…
Nem sei se assim faço bem.

Mas lá está, ninguém
Sabe ao certo porque vive
E eu disso sei
Dizer que sei um pouco.

E isso já é muito porra!

Sei-me saber cobarde
E me molesto dessa cristã ideia
Mas, mas, mas
Sei que sei um pouco…

Não que valha muito à vida
Já que essa se rege
Por outros métodos e pensamentos.

Quem sabe vivo para a morte…

(não há-de ser assim tão mau…)

Vivo uma vida relativa, condenada.

Aqui onde me escrevo
Nada há disso,
Só pensamento.
25 de Abril?
Coisa tão distante…

Ontem fui eu a Lisboa
E pouca alma lá estava
Reconhecendo 25 de Abril.

Como gritar esse dia feliz
Se hoje ele é
Sucessivo refutado
Por um cariz prático e pragmático?

25 de Abril foi crer em vida.
Um dos poucos acontecimentos poéticos colectivos.

Hoje há-o tão pouco espaço
Para a poesia
Que a única válida
É aquela alérgica ao dinheiro.

25 de Abril é hoje
Mas pelas ruas mais turistas
Que os donos da cultura do país.

Cria antes ter vivido esse 25 de Abril
De meus pais…
Mas hoje mais me interesso
Por este meu tempo
Que já não tolera demais sonho
E quer só a efectiva resolução, acção.



Que quem leva na tromba
Sempre os pobres
E a pequena e média burguesia
Só mais divagantes ficam pensando tristantes…

Os da alta casta
Tanto (de si) matam para nela se manterem
Que crise esta não os afecta.

O dinheiro não dá sossego.

O vagabundo vive a verdade
Por mais que decadente e sofrida.

O rico vive, por excelência,
A mentira pois o dinheiro
Entra numa e qualquer conversa, acção.

O dinheiro é mau
Necessariamente porque
Não existe no meio natural.

Quem hoje pode-me dizer
Que não sente inveja de uma gaivota
Que voa e para isso não precisa de licença
Ou carta de condução?

Que estranho é hoje conceber
Que ainda, entre nós, vivem animais
Que não pagam impostos nem sindicatos
Apenas comem, dormem e procriam,
Enfim, apenas vivem.

Estamos completamente loucos
Nós seres humanos
E isto que acabei de dizer é facto disso.

Diz-se que a única certeza
Que se tem é que se vai morrer.

Os animais vivem essa certeza como a verdade!

Nós, humanos, inventamos mentiras
Bem contadas para fugir a essa certeza
E assim Deus abandonou nosso corpos
Nos reduzindo a trabalhos forçados…

Quem de nós, hoje,
É inteiramente orgulhoso e sábio do seu bem-estar?

Ninguém!

E até perigoso, hoje é,
Sentir “essas coisas”
Que logo alguém nos lembra que amanhã
Temos trabalho
E para a semana temos de ir ás finanças!

Para mim
Corpo que vive de espírito
Virando poeta
Essa constatação é geradora
De uma enorme desilusão diária.

Aquela coisa do pecado original não é?

Obrigam-nos a ter suas doenças
Esses castos de religiões de ouro!

O ouro não alimenta
E o pobre sabe em carne-viva disso!

O rico é que nos dá esse pecado parvo
Para que possamos ser bons servos.

Quando é que o ser humano compreenderá
Que é enganado pelo seu semelhante endinheirado,
À nascença para disso gerar dinheiro, produto?

É que já chega de nos comermos
Uns aos outros!

Nem compreendo como a Natureza tolera
Esta nossa raça
Que com dinheiro se tanto apalermou.

Enquanto o rico gera riqueza
O pobre gera arte, alegria e conhecimento.
Aí está o ciclo “vital” da civilização.

(Daí isto continuar…)
Encrustado de pele baça olha o canto
Sorri amigo, um sorriso manso
Que é acudido por um outro
Um tanto mais cheio, festivo.

Quente, quente a noite e gente, gente
Ao canto e a dançar, gente na esplanada do “standard”.
Acelera a vista em vontade de falar, a alma se desloca
Dentro do corpo, tem ela agora de também ser…
2 cervejas, certo! Onde íamos?
Que calados estar não hoje que me
Ontem guardo e hoje contigo e com a noite largo.

Bar festivo, ah sim, dizias aquilo sobre mim…o quê?
Ah sim, sim, por vezes fujo e não me mais vês
Até outro dia... É alma minha que se quer solta
E nunca obstruída por uma qualquer outra censura física.

Quero-me longe de obrigações sociais.
Quero-as límpidas para delas pintar meus ideias.
Sabes que a vida não existe, certo?
Ela se inventa e são assim uns tão pouco
Como eu, que agarrados ao passado inventam um futuro
Para os outros viverem…
O tempo é o melhor inventor de vida
Mas hoje como no principio da civilização
De não se ouvir o vento, os pássaros, os grilos
E o silêncio, têm que ler uns poucos amaldiçoados salvadores
Que inventam rumos sempre antes não atentados.

Creio em ti… Não julgues que meu fugir provém de ti não.
Esse meu fugir é intimo e nasce e tem fim só em mim.

Se hoje te aqui tenho em olhos e sorrisos de afecto
É porque mais do que te querer te creio, acredito em ti,
Sinto que aprendo contigo e contigo me podes também aprender.

A vida só válida se evoluindo.
De que me basta trabalhar e sofrer dia-a-dia alheio,
Feito máquina, se isso nem sequer é viver mas escravidão.
Sentes-te integrado mas na verdade és no aí dos seres
Mais sós do universo, pois não levas contigo tua alma,
Espírito, a renegas ou negas ou reprimes ou a carregas como cruz indesejada.

Ah…eu vivo com a alma,
Eu sou-a pleno
Daí minha vida é eterna e em concordância com os deuses
Que me nasceram e fazer-me-hão morrer!

Creio nisto é só.