sexta-feira, 20 de maio de 2011

Em segredos de fosfato de sódio
Eu me enlouqueço de paz feminina
E vibro o cano da espingarda para o ar
E disparo fogo
Chama da vida!

Palmas ao desconhecido que se encontra!

Festa na igreja de São Mamede,
Procissão, vai passar o príncipe
E o príncipe sou eu!

Eh lá! e cavalos e estacas altas,
Tendas de comida
E velhos em cima, não,
Em baixo delas!

A luz do sol ilumina a cara
De minha filha
E choro eu lágrimas.

Dedos na testa,
Tem ele febre?
Não, está só feliz!

Irra que a doçura do vinho
Corre-nos as entranhas em mel de convívio.

Jura.

Não, que para quê jurar
Se está isto a acontecer?

Regras da minha antiga cidade
Que é moderna agora…

Quais regras? As esqueci
Em dom de saber também ter trevas!

Louros lingotes de ouro
Ao longe
Chegam que perto
Mas não deles comemos
Então porque os querer?

Então, em amor de ter minha mão
Dada a outra,
Minha mulher que ri em posse de grávida feliz!

E eu aqui
Eu mísero eu
Que combati e combati
O que não havia
E agora danço o que há
E danço bem!

Que maravilha!

Sombrinha, que está calor…

Olho na penumbra a festa
Eles ali felizes
E eu aqui feliz.

Saber viver isto.

Como pude chegar aqui?

Ai que sim
Que estou feliz e estou só aqui.

Não quero mais que o mais
Tem pouco do que eu quero, já tenho.

Lanço os braços ao alto
E agradeço
Deus meu:
VIDA
MÃE NATUREZA
AMOR
VIDA
GRANDE ESPÍRITO
AMOR, amor sim
Tudo isso amor.

Sem comentários: