sexta-feira, 20 de maio de 2011

Que precipício saber-se tão vivo que se pondera viver. Consciência que dói, dói o prazer, a emoção física e fatal do momento que passa. Assim, pensando o viver, parece que o eterno existe em plataforma do real e isso parece-me belo.
Será?
É que também algo de perverso, algo de alienado talvez…
É um alienado que junta morte à vida em pose de plena meditação. Parece que “as coisas” do corpo são supérfluas e que o nada é doce e melancolicamente perpétuo.
Será esta maneira de estar algo de benévolo ou malévolo para mim e para meu tempo? Não sei se perco meu tempo em viver “além” desdenhando o prazer remoto e leve do real.

Se me paro num de maior energias reprimidas que é a ressaca e me concentro numa só, só coisa, parece que ela ganha conteúdo para por si viver. Parece que todo o universo está aqui neste momento. Paro o tempo, desapareço dentro, ou fora, de toda a relatividade da existência carnal e sou um só espírito com o mundo e os sentidos. É verdade? É a verdade?

Tenho dificuldade em ser hoje em dia natural e despreocupado. Tudo é sentido, depois analisado. Parece que me construo e desconstruo por obrigação, desígnio ou destino.

Não sou bem eu que desejo meu desejo, ele é-me imposto por uma qualquer força maior… Estarei louco? Estava a pensar isso há pouco… eu acho que sim.
Pelo menos tenho as portas do louco de mim abertas. Todos somos a uma certa medida loucos, já que nosso sub-consciente e inconsciente são à partida designados como loucos aos olhos da física realidade. Mas (o meu louco) é um louco propositado, voluntário e hoje devoto, se assim posso dizer… Viver sem esta minha, hoje, loucura seria um enorme infortúnio porque me inseriria necessariamente na loucura do mundo actual. Loucura essa, a meu ver, completamente supérflua, por mais não seja, por ser “só” actual.

Portanto seja ou não loucura dela me quero agora, é-me ela útil e produtiva, serve-me o propósito que eu desejo, ao que eu me disponho.

Desde que a mulher continue a viver o dever de ser Mulher e não trabalhadora só, o mundo - humano – e os Deuses têm salvação, isto pela simples razão de ela, a Mulher, continuar a Criação.

Sem comentários: