sexta-feira, 20 de maio de 2011

Entra devagar
Que o copo
Se já acaba
E eu não me acabo nunca.

Entro eu na tua
Que silenciosa me aprumo
Em dengosa asa feminina.

Sapatos pretos
Mente branca
O corpo de meu tempo: amanhã.

Manhã tigresa
Calor em sol bimol
E eu sorrindo
Ainda deitado,
Apoiada face em perna depilada.

Então o sol
Me cai em energia
E salto
Eu da cama com alegria.

É fruto a comer tempo
A me de encanto pertencer.

Há um livro na mala
Mas Deus me livre!
Que não quer ser ele lido.

Há burocracias
Para conter o tempo da vida.

Assinaturas, processos,
Desaventuras de ser civil.

Em parte desmamado da árvore mãe
Vomita em tom de sorriso o leite
Que sendo do pai
Não é leite mas provavelmente sémen.

Ah mas eu não,
Eu quero as mamães!

Mãezinha pequenina
Faz-me uma filhinha.

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